Espiritualismo Racional e Espiritismo – uma nova divisão no meio Espírita?

Parece que alguns Espíritas – aqueles que não entenderam a proposta do Espiritismo – trabalham pela divisão, e não pela construção colaborativa. Encontram em todos os lugares e em todas as pessoas um objeto de suas críticas que, se podem ter algum fundamento, quase sempre perdem-se em razão da notória falta de aprofundamento e de uma real e sólida argumentação, que apresente ponto e contraponto, não dando sentença final sobre nada que não possa ser provado ou suficientemente elaborado pela razão. Interessante, porque, justamente, são (somos) adeptos de uma Doutrina inteiramente fundada na lógica e na razão, onde evidências e hipóteses corroboram teorias, não se dando a posse sobre a verdade. Não agindo assim, Carlos Seth Bastos, do “CSI do Espiritismo”, vem dizer que o tema Espiritualismo Racional e Espiritismo seria uma nova divisão no movimento espírita, sem ter a coragem (ou a vontade) de citar o nome do autor ao qual se refere.

A história se repetiu entre 2016 e 2020 agora no campo da moral, com o lançamento de livros que procuraram trazer pensamentos de Kant, Maine de Biran e Victor Cousin para dentro do Espiritismo, mesmo que para isso precisassem deturpar as ideias de Allan Kardec.

Sua propagação, a pretexto de convencer as pessoas avessas à religião, nos parece o mesmo discurso de Marius George (Surpreso que a ideia espírita tinha recrutado tão poucos adeptos do exército de republicanos, foi finalmente levado a ver que o obstáculo era inteiramente devido ao disfarce místico sob o qual Allan Kardec o havia apresentado) e Émile Blin (Até que tenhamos trazido à Sociedade parisiense um número suficiente de membros para entrar neste caminho de pesquisa, devemos, para ver nossas fileiras aumentarem, convidar a vir até nós os incrédulos e os descrentes para, pela palavra, deixá-los conhecer nossas intenções, provar-lhes nosso desinteresse e persuadi-los de nossa boa fé e honestidade; então, por experiências tão simples quanto possível, por em suas mãos os meios de adquirir para si a certeza de que tudo o que propomos é real e, de fato, a doutrina imortalista é a única que, sem misticismo e sem orações, dá ao homem a consolação e a coragem no presente, e a esperança e a fé no futuro).

Pelo menos estes discursos não se sustentaram na falácia de uma improvável adulteração das obras de Allan Kardec.

BASTOS, Carlos Seth. Bônus adicional – O final. Espíritos sob investigação. Disponível em: <https://www.luzespirita.org.br/leitura/pdf/L193.pdf>. Acesso em: 15/04/2023.

Divisão no Espiritismo?

Em primeiro lugar, importa destacar que o Espiritismo não se divide. Sendo uma verdade natural, é una. Colocadas à parte as dificuldades encontradas nas comunicações feitas sem controle, o Espiritismo é um só, em todos os tempos. O que, sim, pode se dividir, é o Movimento Espírita – e essa divisão é incontável. Através do tempo, depois de Kardec, dividiu-se com a “roustainguização” e, depois, com incontáveis outras, por diversos motivos que não cabe citar aqui, mas que Simoni Privato, Paulo Henrique de Figueiredo e Wilson Garcia, dentre outros, contam bem em suas obras (refira-se a Obras Recomendadas).

Segundo Carlos Seth, “cabeça” do CSI do Espiritismo, agora a divisão se dá no campo moral, porque Paulo Henrique de Figueiredo – esse o autor das referidas obras, de 2018 e 2020, a quem Seth nem sequer se digna a fazer referência – estaria distorcendo falas de Kardec para implantar, na Doutrina, algo que nada tem a ver com ela. Veremos.

Em segundo lugar, importa abordar a sentença “a pretexto de convencer as pessoas avessas à religião”. Como se fazer esforços legítimos e bem embasados para atrair o interesse de “pessoas avessas à religião” fosse um demérito, já que (1) o Espiritismo não é uma religião, (2) desenvolveu-se a partir de uma ciência, como uma ciência e (3) foi precisamente no meio não religioso que encontrou, em sua origem, a maior aderência – justamente porque grande parte dos cientistas que se tornaram adeptos do Espiritismo estavam bem compenetrados do desenvolvimento do Espiritualismo Racional e de suas constatações científicas.

Termina o autor novamente atacando quem, por outras evidências e argumentos lógicos e racionais, conclui pela probabilidade da adulteração ((A teoria da não-adulteração (de O Céu e o Inferno e A Gênese) tem também evidências e argumentos, mas não apresenta prova cabal. Arvora-se numa falácia para atacar outra (segundo defende), esquecendo-se das valiosas sugestões de Kardec: nunca tomar por final senão aquilo que pode ser provado.))

Kardec defendeu o Espiritualismo Racional, mas Seth parece não saber disso

Antes de mais nada, porém, precisaremos evocar Kardec e questionar o porquê de ele ter defendido o tal Espiritualismo Racional – movimento filosófico-científico encabeçado por pessoas como Maine de Biran e Victor Cousin ((Por A + B, se o Espiritualismo Racional estava instituído oficialmente no ensino francês e se era um movimento sólido, fundamentado principalmente pelos autores citados, é fácil concluir, com certeza, que Kardec refere-se ao mesmo movimento, e não a outro qualquer)). Ora, vemos, na Revista Espírita de 1868, que:

A obra do Sr. Chassang é a aplicação dessas ideias à arte em geral, e à arte grega em particular. Reproduzimos com prazer o que dela diz o autor da crítica da Patrie, porque é uma prova a mais da enérgica reação que se opera em favor das ideias espiritualistas e que, como o dissemos, toda defesa do espiritualismo racional franqueia o caminho do Espiritismo, que é o seu desenvolvimento, combatendo os seus mais tenazes adversários: o materialismo e o fanatismo.

O Sr. Chassang é o autor da história de Apolônio de Tiana, à qual nos referimos na Revista de outubro de 1862.

“Esse livro, de um caráter todo especial, não foi feito por ocasião dos recentes debates sobre o materialismo e, sem a menor dúvida, é independentemente da vontade do autor que as circunstâncias lhe vieram dar uma espécie de atualidade. Escrevendo-o, o Sr. Chassang não pretendia fazer obra de metafísico, mas de simples literato. Não obstante, como as grandes questões de metafísica estão atualmente, como sempre, na ordem do dia, e toda obra literária verdadeiramente digna desse nome supõe sempre algum princípio filosófico, esse livro, de uma inspiração espiritualista muito decidida, se acha em correlação com as preocupações do momento.

KARDEC, Allan. Revista Espírita, novembro de 1868

Sendo que a metafísica era um dos campos de estudo das ciências filosóficas, oficialmente instituída na Universidade de Sorbonne:

Imagem extraída do Tratado Elementar de Philosophia, de Paul Janet

E isso não é tudo. Antes disso, em 1863, Kardec diz, no artigo intitulado “Noticias bibliográficas – O Espiritualismo racional pelo Sr. G. H. Love, engenheiro”:

Este livro notável e consciencioso é obra de um distinto cientista, que se propôs tirar da própria Ciência e da observação dos fatos a demonstração da realidade das ideias espiritualistas. É mais uma peça em apoio à tese que sustentamos acima. É mais ainda, porque é um primeiro passo, quase oficial, da Ciência, na via espírita; aliás, em breve será seguido ─ e disto temos certeza ─ por outras adesões mais ressonantes ainda, que levarão os negadores e adversários de todas as escolas a refletir seriamente

KARDEC, Allan. Revista Espírita, outubro de 1863

Que sandice, senhor Kardec! Defendendo ideias que, segundo algumas pessoas, não tem nada a ver com o Espiritismo! Afirmando que o Espiritualismo Racional, ao qual se refere, no texto, apenas como “ideias espiritualistas” (o que nos leva a crer que, em outras referências do tipo – “espiritualismo”, “espiritualistas”, etc – ele se referia ao mesmo Espiritualismo Racional) seria algo obtido da observação científica dos fatos! Ora, onde já se viu ciência e espiritualismo andarem juntos? Só se foi no passado, no tempo do “doido” Kardec.

Maior sandice, na verdade, é a de Paulo Henrique de Figueiredo, que resolveu investigar a fundo e descobriu que a metafísica, ao tempo de Kardec, era uma das áreas de estudo das Ciências Morais oficialmente ensinadas na Universidade de Paris e também na Escola Normal (refira-se a “Autonomia: a história jamais contada do Espiritismo”, desse autor). Tudo isso contido em obras que, até então, eram desconhecidas ou esquecidas pelo mundo moderno.

A grande dificuldade, porém, será que todos nós, que acompanhamos o trabalho de Paulo Henrique e inclusive ele, teremos que negar a realidade, negar os documentos históricos e as obras existentes, censurar as obras de Paul Janet, negar Kardec, negar suas conclusões e suas afirmações, tudo a fim de não provocarmos uma nova cisão, “agora no campo moral”. Em outras palavras: apaguemos e adulteremos a verdade, para que a moral, da forma que eles entendem, permaneça intocada. Bem, essa sanha de tomar a verdade para si, ignorando fatos, parece um hábito do Carlos Seth Investiga do Espiritismo, como demonstramos no artigo “CSI do Espiritismo: o órgão oficial da Verdade“.

Também precisamos evocar o Espírito do Sr. Love e ter uma séria conversa com ele, a fim de esclarecer sua ousadia em, sendo um espiritualista racional, afirmar que encontrou a mesma moral obtida em suas observações, justamente no Espiritismo “de Kardec”:

A moral, tal qual a compreendo e a deduzi de noções científicas ─ não temo reconhecê-lo ─ tem numerosos pontos de contacto com aquela transmitida pelos médiuns do Sr. Allan Kardec. Também não estou longe de admitir que se nas páginas por eles escritas muitas há que não ultrapassam o alcance ordinário do espírito humano, inclusive o deles, deve havê-las, e as há, de um tal alcance que lhes seria impossível escrever outras idênticas nos seus momentos ordinários.

LOVE, G. H. apud KARDEC, Allan. Revista Espírita, outubro, 1863.

Creio não ser necessário seguir adiante. Deixo ao leitor a liberdade e a tarefa, se assim desejar, de buscar obter informações que o permitam chegar, pelo seu próprio raciocínio, às suas respostas. Apenas gostaria de citar mais uma vez Carlos Seth:

A doutrina espírita é progressiva, mas seu estudo é a chave. Saibamos aguardar novos dados em vez de recusarmos alguns de seus aspectos, como por exemplo a ação dos Espíritos nos fenômenos da natureza. Se ainda assim, determinada característica, como a religiosa, nos incomoda a ponto de não conseguirmos pô-la de lado, deixemos de ser espíritas kardecistas para então seguirmos quaisquer outras seitas oriundas do Espiritismo original. Apesar de recorrente na história,
é isso que hoje presenciamos mais uma vez com laicos, ecléticos e sincréticos.

BASTOS, Carlos Seth. Ibidem. Grifos meus.

Ah, se o sr. Carlos houvesse seguido seu próprio ensinamento e estudado. Se soubesse aguardar, antes de pular precipitadamente às tolas conclusões apressadas… Teria visto Paulo Henrique afirmar, em Revolução Espírita, o quão evidente é que o Espiritismo complementa e desenvolve aquilo que o Espiritualismo Racional não pôde estudar, resolvendo, aliás, muitos de seus erros, contradições e incertezas. Ah, essa pressa de certos “pesquisadores renomados”…

Por que Kardec não deu mais detalhes sobre o Espiritualismo Racional?

Cabe destacar que, à objeção do porquê Kardec não ter dado mais informações sobre algo para ele tão importante, precisamos responder o seguinte: o mesmo se deu com o Magnetismo, ciência que ele declara ter estudado por mais de 35 anos. Ele simplesmente não se aprofundou sobre algo que estava tão profundamente estabelecido em seu contexto, da mesma forma que, hoje, para falar sobre astronomia, não dedicamos tempo a narrar todo o contexto científico atual, nos limitando a falar, por exemplo, da teoria do Big Bang. Se, porventura, essa teoria fosse colocada no esquecimento, por encontrar-se superada ou pela adoção de outra teoria, não necessariamente correta, um leitor qualquer, no futuro, precisaria buscar resgatar esse conhecimento para bem compreender nossas teorias, suposições e doutrinas.

Devo apenas mencionar que, ao me pronunciar sobre o caso, solicitam-me provas de Kardec teria, como eu disse, defendido amplamente o Espiritualismo Racional. Eis minha resposta:

X, se os autores do artigo (PDF), de bom grado, tivessem se dedicado a estudar a obra desse autor, antes de criticar, teriam entendido muito facilmente todo esse contexto, de modo que eu não tivesse que ficar repetindo aqui toda a informação que já existe.

Já citei uma das vezes em que Kardec citou, com ênfase, e nomeadamente, “Espiritualismo Racional”, afirmando que toda defesa dele seria favorável ao Espiritismo. Em outubro de 1863 (RE) você terá DOIS artigos muito interessantes sobre o assunto. Cito o início do segundo, ao final do número (“O Espiritualismo racional pelo Sr. G. H. Love, engenheiro”):

“Este livro notável e consciencioso é obra de um distinto cientista, que se propôs tirar da própria Ciência e da observação dos fatos a demonstração da realidade das ideias espiritualistas. É mais uma peça em apoio à tese que sustentamos acima. É mais ainda, porque é um primeiro passo, quase oficial, da Ciência, na via espírita”.

Vá até o Google e coloque assim: “site:kardecpedia.com espiritualismo”, e encontrará muita coisa.

Ora, se Kardec falava de fluidos (vital, elétrico, magnético, etc) não nos cabe investigar o que é isso, ao invés de adotar, cegamente, teorias erradas? Vamos então verificar que era um conceito da ciência da época, superada pela ciência atual e, ao que tudo indica, abandonada por Kardec, após convencer-se da veracidade da teoria de Mesmer. Sem fazer isso, caio no erro de dizer que Mesmer e Espiritismo não tem nada a ver, sem saber que Kardec TAMBÉM defendeu o Magnetismo de Mesmer.

Afinal, que linha de pesquisa é essa, para a qual querem dar tantos ares de seriedade e confiança, mas que comete um erro tão grave e absurdo como tal, com o agravante de dar sentenças finais sobre este ou aquele assunto, influenciando o meio espírita para uma nova cisão que não existe senão em suas mentes, apegadas a uma discordância inicial ((Refiro-me à discordância entre ter havido ou não adulterações nas obras O Céu e o Inferno e A Gênese))?

Terminam por cair no ridículo e no descrédito aqueles que assim agem. Não que não estejamos livres, de nossa parte, de incorrer em erros do gênero ou outros piores, mas o estudo do Espiritismo e do proceder científico de Kardec muito nos tem ajudado nesse sentido.

O monopólio do bom-senso

Termino com uma observação de Kardec, feita sobre o artigo “A bibliotecária de Nova York”, na Revista Espírita de maio de 1860. Não é relacionado ao tema principal, mas, quem sabe, nos sirva de reflexão. Os grifos são meus, como sempre:

Sobre o artigo, faremos uma primeira observação: é a displicência com que os negadores dos Espíritos se atribuem o monopólio do bom-senso. “Os espiritualistas, diz o autor, aí veem um exemplo a mais das manifestações do outro mundo. As pessoas sensatas não vão buscar a explicação tão longe e reconhecem claramente os sintomas de uma alucinação”. Assim, conforme esse autor, só são sensatas as pessoas que pensam como ele; as demais não têm senso comum, mesmo que fossem doutores, e o Espiritismo os conta aos milhares. Estranha modéstia, na verdade, a que tem como máxima: ninguém tem razão, salvo nós e nossos amigos!

KARDEC, Allan. Revista Espírita, maio de 1860

Os documentos que eles encontraram, corroborando uma hipótese de não adulteração, são, segundo eles, comprobatórios, dão sentenças finais – mesmo sendo nada mais que evidências que não explicam muitas coisas. Fora disso, segundo eles, é tudo descartável, falácia ou invenção.

O questionamento é natural, salutar e necessário. Ele nos instiga a pesquisar, a reler, a estudar. Mas seria ainda mais produtivo se a opinião discordante nascesse, sempre, de um profundo embasamento bibliográfico e científico, de modo a não terminar como os Srs. Schiff e Jobert (Revista Espírita, junho, 1859) que, tendo descoberto no estalar de um músculo a confirmação de uma hipótese, terminaram por afirmar categoricamente, com palavra final, contra todos os fenômenos espíritas. Bem, basta ler o artigo para certificar-se do ridículo no qual caíram frente aos fatos apresentados por Kardec.

Isso é ciência. Isso é desapego. Isso é compromisso com a verdade. Por todo esse compromisso, longe de configurar como um ataque, mas como uma defesa, faço o que eles não fizeram, e dou nome e sobrenome àqueles que atacam de maneira leviana o trabalho de outros.

Estranhamente, Seth vê uma divisão ao tratar do movimento que deu base ao surgimento do Espiritismo, mas não vê problema algum em ficar fuçando e trazendo à tona fofocas da época, lançada por médiuns que não quiseram se adequar àquilo que a Doutrina Espírita demandava. Vai entender…




O Espiritualismo Racional e o Tratado de Filosofia de Paul Janet

Durante o século dezenove, o que chamamos de ciências humanas foram estabelecidas a partir de um pressuposto espiritualista para sua constituição. Enquanto isso, nas ciências naturais, como Física e Química, predominavam o materialismo. Essa condição é muito diferente do que estamos habituados atualmente, quando a universidade é quase completamente orientada pelo pensamento materialista.

[originalmente publicado em https://espirito.org.br/autonomia/livros-tratado-de-filosofia-paul-janet/]

Essa corrente de pensamento era conhecida como Espiritualismo racional. Pois era completamente independente das religiões formais e seus dogmas. A base fundamental era a psicologia, ciência da alma, que tinha como diretriz: “O ser humano é uma alma encarnada”.

Como está extensamente explicado no livro Autonomia, a história jamais contada do Espiritismo, Allan Kardec fez da psicologia a base conceitual para desenvolver a Doutrina Espírita. Seu jornal de publicação mensal era a Revista Espírita, jornal de estudos psicológicos.

O Espiritualismo racional foi ensinado, desde 1830, na Universidade de Paris, também na Escola Normal, onde os professores se formavam, e também nos Liceus, na educação dos jovens. Para estes, haviam manuais, como o de Paul Janet. Esse manual foi traduzido para diversos idiomas e adotado em muitos países, inclusive no Brasil.

Esse manual é de fundamental importância para se compreender a base conceitual dos estudos de Kardec, principalmente quanto à moral espírita.

A primeira divisão das ciências, apresentada no Tratado de philosophia, de Paul Janet, obra em dois volumes, que podem ser baixados por aqui, conforme a estrutura vigente na Universidade Sorbonne, no século 19, era entre:

  • a) As ciências exatas ou matemáticas.
  • b) As ciências naturais, que estudam os objetos do mundo físico (física, química, biologia etc.).
  • c) As ciências morais, que estudam o mundo moral, o qual compreende as ações e pensamentos do gênero humano.

As ciências morais, por sua vez, eram divididas em quatro grupos:

1) As ciências filosóficas, divididas em duas classes: psicológicas (psicologia, lógica, moral, estética) e metafísicas (teodiceia, psicologia racional, cosmologia racional).

2) As ciências históricas (história, arqueologia, epigrafa, numismática, geografa) estudam os acontecimentos e o desenvolvimento humano no tempo.

3) As ciências filológicas (filologia, etimologia, paleografa etc.), que têm como objeto a linguagem e a expressão simbólica humana.

4) As ciências sociais e políticas (política, jurisprudência, economia política), que estudam a vida social do ser humano ( JANET, 1885, p. 15-17).

As três últimas classes das ciências morais (históricas, filológicas e sociais) tratam dos fatos ou fenômenos morais que são exteriores ao ser humano, visto a partir do ponto de vista objetivo. Mas, considerando espírito humano “o conjunto das faculdades intelectuais e morais do homem, tais quais se manifestam interiormente em cada um de nós”, tudo o que concerne ao eu, princípio interior consciente de si mesmo, é o ponto de vista subjetivo, ou “estudo da própria alma” (JANET, 1885, p. 17). Daí um grupo de ciências chamadas ciências psicológicas. Elas adotam a metodologia da introspecção e foram um desenvolvimento da escola científica iniciada por Maine de Biran. Todavia, para sustentar o estudo psicológico pelo olhar espiritualista, as bases conceituais desse paradigma precisaram se tornar objeto de pesquisa, compreendendo uma ciência do homem (espírito humano) e uma ciência das causas primeiras, ou metafísica. Esses são os objetos das ciências filosóficas.

Veja mais detalhes na obra Autonomia, a história jamais contada do Espiritismo.




Projeto Semear — Formação de Grupos de Estudos

Boas-vindas

Bem-vindos a esta jornada, amigos de Kardec! Que satisfação vê-los aqui, almas queridas, buscando o aprendizado tão importante e do qual os espíritas se desviaram, há muito….

Atentem para a formação deste grupo ou dos demais. A iniciativa é seria e o assunto é grave. Os inimigos da doutrina novamente se agitam, pois que ela volta, agora, com toda a força, para cumprir aquilo que se propôs, há mais de um século. A humanidade grita: meu Deus, onde as respostas? Não encontrando a felicidade almejada, dia após dia, sem conseguir respostas satisfatórias, lançam-se às penúrias do materialismo desenfreado, do sensualismo, dos vícios e, muitos, não suportando ou não tendo maiores perspectivas, terminam por tirar a própria vida, para descobrir, afinal, que de nada isso adiantou.

O assunto, veem, é grave, e grave é a responsabilidade de todos os que se retiram do estudo, por orgulho e vaidade, para dar aos outros o lúgubre aspecto das opiniões construídas sobre distorções e adulterações.

É chegada a hora, meus amigos, de restabelecer aquilo que ficou para trás. É chegada a hora de multiplicar esforços e de semear, por toda a parte. Mas, atenção, pois os inimigos do bem, tristes indivíduos que ainda não conseguiram perceber o buraco que cavam para eles mesmos caírem, tentarão se estabelecer entre vocês. Mantenham-se em guarda, portanto, e não se esquivem da responsabilidade de manter a harmonia no grupo, abordando cada um que traga desarmonia ou desordem.

Confiem neste grupo, O Legado de Allan Kardec, que tem a particularidade de ser um raro grupo, neste planeta, formado com tanta identidade, tanta harmonia, tantos propósitos sérios, estabelecidos no passado, de trabalhar pela recuperação dessa Doutrina esquecida.

Sejam preces ambulantes, por suas disposições internas e pela aplicação dos princípios aprendidos às suas próprias vidas, e manterão, junto a vocês, a companhia de bons Espíritos, encarnados ou desencarnados. Não esqueçam: os bons Espíritos, seus anjos guardiões ou Espíritos protetores, abençoam esta empreitada e estarão junto a cada um de vocês, inspirando-os e intuindo-os.

União, fé, amor e caridade: este, o lema que cada indivíduo deve carregar no peito, aplicado em todo o seu entendimento e em toda a sua extensão, a si e no contato com os demais.

União: a unidade garantida pelos propósitos legítimos e pelo entendimento adequado do Espiritismo

Fé: a fé raciocinada, tão esquecida pelo Movimento Espírita, construída do entendimento racional, sem dúvidas possíveis, dos princípios da Doutrina Espírita.

Amor: o amor ao próximo, como a si mesmo. É necessário paciência e perseverança consigo mesmo, além de reconhecimento dos passos já dados, do caminho já percorrido. O mesmo deve ser aplicado aos demais.

Caridade: a caridade verdadeira é o dever moral, cumprido sem esperança de premiação ou reconhecimento. É o compartilhar, o aprender e o ensinar. Esse é o bem, a felicidade, e é por retirar-se desse papel que o indivíduo se lança nos despenhadeiros do personalismo, do egoísmo, do orgulho.

A partir de agora, esqueça os romances, esqueça o que aprendeu no Movimento Espírita ou no Centro Espírita. A partir de agora você está começando do zero e vai aprender o Espiritismo da maneira certa!

Orientações gerais

  1. A ideia é auxiliar na formação de um novo grupo ou mais, onde os participantes cuidarão de se organizarem a esse respeito. Nós daremos toda a orientação e o suporte necessários. Precisamos que uma ou mais pessoas se apresentem como iniciadores do núcleo central do grupo, de maneira pró-ativa.
  2. A proposta é que vocês criem um ou mais grupos, organizando-se entre vocês. Estaremos, junto ao meu grupo, no papel de apoiadores e orientadores.
  3. Pontualmente, poderemos elaborar estudos especiais, com a participação do Grupo de Estudos O Legado de Allan Kardec, ou de vocês conosco.
  4. Comecem estudando “Autonomia: a história jamais contada do Espiritismo” e “Mesmer: a ciência negada do magnetismo animal”, de Paulo Henrique de Figueiredo. Alternativamente, assistam aos vídeos destacados no tópico Materiais para estudos.
  5. Estimulamos que vocês comecem necessariamente pelo estudo da Revista Espírita. Após o estudo dos dois primeiros anos, enquanto continuam esse estudo, poderão ver a necessidade de criar um novo horário para estudar O Livro dos Médiuns. Nesse ponto, vocês estarão muito mais maduros para esse estudo.
  6. O estudo deve ser ao-vivo, por vídeo ou pessoalmente. WhatsApp é ferramenta de apoio.
  7. Não devem existir professores. Todos devem se colocar na condição de estudante que não conhece nada do Espiritismo. Foi assim que começamos.
  8. Sugestão:

    • Dividir os assuntos do mês entre nós, onde cada um vai ficar especificamente responsável pela “apresentação” de um artigo.
    • Todos terão sua responsabilidade de buscar ler tudo.
    • No momento da reunião, o responsável vai destacar o que entendeu, os pontos de interesse, as dúvidas, pode fazer perguntas para estimular, etc. Assim o grupo sai da leitura maçante.
    • Quem não fizer o estudo antes acabará tendo a possibilidade de não entender adequadamente o conteúdo. Isso é um estímulo ao estudo.
    • Os estudos vistos como de atenção especial poderão ser vistos tb de maneira especial, com contribuição de todos.
    • As evocações e as comunicações espontâneas, bem como os textos de importância especial, poderão ser lidos na íntegra, mas, se estudados da forma proposta, trarão muito mais contribuições;

  9. Criem regras. Vejam as nossas sugestões no tópico seguinte, Sugestão de regras.
  10. Aprendam a não sistematizar conclusões sobre os artigos da Revista Espírita. Kardec deixa bem claro quando um estudo qualquer está devidamente concluído, ao menos de momento. Muitos artigos são apresentados como hipóteses, apenas.
  11. Criem documentos no Google Drive com o conteúdo de cada estudo, e façam um estudo prévio, fazendo anotações e comentários nesse documento. Isso ajuda a enriquecer o aprendizado.
  12. Não visem números. Prefiram qualidade. Estudem em pequenos grupos, coesos, harmoniosos, e não tenham medo de chamar a atenção, com firmeza e caridade, daqueles que eventualmente destoem das regras e da harmonia do grupo.
  13. Deixem os romances mediúnicos e demais obras de lado. O estudo das obras de contextualização e das obras de Kardec já lhes tomará bons anos.
  14. Não busquem Espiritismo prático (reuniões mediúnicas), de início. Se houverem médiuns entre vocês, sobretudo com a mediunidade muito aflorada, é importante formar um grupo à parte, ainda mais coeso e harmonioso. Muitos cuidados serão necessários. Nesse caso, não deixem de buscar apoio em nós.
  15. Sobretudo, não se esqueçam de manter contato conosco. Cuidaremos de registrar sua(s) iniciativa(s) em nosso site e ficaremos muito felizes de podermos trocar experiências e aprendizados com vocês.
  16. Evitem apenas produzir longos vídeos para o Youtube. Foquem, principalmente, conforme o aprendizado for se estabelecendo, em produzir vídeos curtos e, principalmente, textos em blogs, de maneira colaborativa (textos em blogs são facilmente encontrados em pesquisas do Google).
  17. À medida do possível, envolvam também os jovens nesse trabalho de aprendizado, seja nos seus próprios grupos, seja incentivando-os a formarem novos grupos. Espalhem esse propósito.

Sugestão de regras

Estudos da Revista Espírita, em grupo

OBJETIVO DO GRUPO

  • O nosso principal objetivo é conhecer o Espiritismo em sua essência e aplicar esse conhecimento em nossas próprias vidas. Ao mesmo tempo, porém, desejamos fazer isso de uma forma simples, clara e amistosa, de modo que nossos estudos sejam facilmente entendidos pelo público, razão pela qual realizamos um estudo prévio e a elaboração de um conteúdo, de forma que possamos extrair o melhor de cada assunto.
  • Após cada estudo, visamos produzir artigos, neste site, que complementem e formalizem o estudo, mas que também permitam a inclusão de deficientes auditivos. É por isso, principalmente, que os estudos precisam ser simples e, em simultâneo, profundos como possível.
  • Diferentemente de outros estudos do Espiritismo, que partem de obras conclusivas, nós estamos partindo de um periódico que demonstra o método de exploração, de raciocínio e de dedução de Allan Kardec, na construção do Espiritismo (aqui entendido na parte humana dessa ciência). Existe um enorme ganho em fazer assim, mas não estamos desatentos aos assuntos que precisam ser complementados com conclusões posteriores, de modo a não ficarem “capengas”, como é o caso da teoria dos fluidos, abandonada por Kardec em sua obra final, A Gênese.
  • A Revista Espírita, diferentemente de outras obras, é um periódico que combina:

    • assuntos e “causos” da época — que, longe de serem desinteressantes, serviam para dar suporte à Doutrina, baseado no cotidiano dos fatos espíritas vivenciados dentre a população mundial, mas que, do ponto de vista atual, muitas vezes não tem muita relevância para o nosso estudo
    • escritos muito mais densos e bem elaborados por Kardec, com extrema perspicácia, que pouco a pouco, e de forma muito organizada, vão construindo toda essa ciência que é o Espiritismo — ciência desconhecida e esquecida atualmente.

  • A importância da Revista Espírita não é apenas moral, mas também prática. Ao estudá-la, vemos uma constante construção de conhecimentos, ao mesmo tempo em que constantemente vemos uma desconstrução de falsos conceitos atuais, como você precisa entender no artigo “O que é a Revista Espírita e como estudá-la?. Eis mais um motivo para o formato do nosso estudo, pois os falsos conceitos não se quebram aos golpes.
  • O Espiritismo precisa ser resgatado e conhecido em sua essência, tanto moral como prática, de modo que possamos retomar os estudos dessa Doutrina, junto aos Espíritos. Esse estudo tem um importantíssimo papel nesse sentido.
  • Hoje sabemos, afinal, que essa ciência não andava sozinha: muito longe disso, ela era um desenvolvimento do Espiritualismo Racional e uma “irmã gêmea”, como disse Kardec, do Magnetismo. É por isso que, oportunamente, abordamos esses conhecimentos, de forma simples, prática e pontual, já que, para se aprofundar sobre esses dois temas, recomendamos sempre a leitura das obras Autonomia: a história jamais contada do Espiritismo e Mesmer: a ciência negada do magnetismo animal, ambas de Paulo Henrique de Figueiredo, dentre outras (veja nossa lista de obras recomendadas).

Premissas

  • Neste grupo, partimos da conclusão que as duas últimas obras de Kardec, O Céu e o Inferno e A Gênese, foram adulteradas. Podemos indicar o porque de termos chegado a essa conclusão, mas não discutiremos sobre isso, posto que os fatos estão aí para cada um verificar.
  • Neste grupo, estuda-se o Espiritismo com base nas obras de Kardec, necessariamente. Isso não quer dizer que outras obras e outros autores não possam ser tratados, mas isso se fará desde que o que se busque seja a busca pela compreensão e pela aproximação, baseando-se no Espiritismo, e não para mero confronto.
  • A premissa mais básica de todas é o estudo. Ter lido aleatoriamente O Livro dos Espíritos ou O Evangelho Segundo o Espiritismo não é estudo. Estamos longe de ter abarcado o entendimento da doutrina por completo, mas existem pontos fundamentais que carecem de dedicação para serem compreendidos. Conte com o grupo para indicar e sugerir caminhos e conteúdos de importância.

REGRAS TÉCNICAS

  1. Entre nos nossos grupos do WhatsApp e do Telegram. É por eles que manteremos a comunicação direta com os demais integrantes. Se tiver os dois, entre nos dois.
  2. Não será dado a ninguém o direito de dar palavras finais sobre aquilo que não está devidamente estabelecido na Doutrina. Será, contudo, tomado o cuidado de, para cumprir essa regra, não recair em falta às regras n. 4, 5 e 6.
  3. Assim como Kardec tratava as opiniões de Espíritos desencarnados, tratamos as opiniões das almas encarnadas, isto é, aquilo que é apenas uma opinião, será tratado apenas como uma simples opinião e dela não faremos sistemas.
  4. Devemos evitar que qualquer tema que fuja daquele principal ou qualquer ponto de discórdia seja extenuadamente abordado durante o estudo, para não haver desvios e monopólio de palavras ou opiniões. O que fazer, nesses casos: buscar estudar, em Kardec, o assunto em questão e apresentar, em nova oportunidade, os resultados encontrados. O desrespeito a essa regra de bom-tom será prontamente interrompido por intercessão dos administradores.
  5. Todos têm a liberdade de chegar às suas próprias conclusões, levados pela própria razão, resguardados os objetivos do estudo e a base doutrinária. Por exemplo, o tema sobre a existência de colônias espirituais não está devidamente consolidado, mas a questão da reencarnação está. Se aquilo que está consolidado, na Doutrina, não foi aceito pela razão de determinada pessoa, ela com certeza se sentirá inclinada a deixar os estudos, já que não lhe falam à razão. O que não será aceito será a sistematização de opiniões pessoais no Grupo, conforme exposto acima.
  6. Não serão abordados temas políticos e religiosos (este, no sentido em que possa trazer qualquer inquietação ou humilhação. Lembramos que o Espiritismo está aberto a pessoas de todas as crenças). Aqui, parafraseamos Kardec, em Viagem Espírita em 1862:

[…] deve-se abster, nas reuniões, de discutir dogmas particulares, o que, certamente, melindraria certas consciências, ao passo que as questões de moral são de todas as religiões e de todos os países. O Espiritismo é um terreno neutro, sobre o qual todas as opiniões religiosas podem encontrar-se e se dar as mãos. Ora, a desunião poderia nascer da controvérsia. Não vos esqueçais de que a desunião é um dos meios pelos quais os inimigos do Espiritismo buscam atacá-lo; é com esse objetivo que muitas vezes eles induzem certos grupos a se ocuparem de questões irritantes ou comprometedoras, sob o pretexto especioso de que não se deve colocar a luz sob o alqueire. Não vos deixeis prender nessa armadilha, e que os dirigentes de grupos sejam firmes para repelirem todas as sugestões deste gênero, se não quiserem passar por cúmplices dessas maquinações”.

  1. O grupo não visa, atualmente, realizar qualquer tipo de “trabalho mediúnico”, o que, se um dia acontecer, demandará a criação de reuniões particulares e com os devidos cuidados para tanto.
  2. Pelo mesmo motivo acima, não vemos necessidade de sermos tão restritivos quanto às novas adesões, isto é, os novos aderentes não carecem de serem versados em Espiritismo, mas devem, de sua própria parte, fazerem estudos basilares necessários, quando não conhecerem a essência da Doutrina Espírita (que não é aquela adquirida pela leitura de romances). Recomendamos, para esse fim, ao menos a leitura das brochuras O que é o Espiritismo e Espiritismo em sua expressão mais simples.
  3. Nossas reuniões de estudo são transmitidas ao vivo no Youtube, ou são gravadas para posterior publicação nessa plataforma e em outras. Todo aquele que participar dos estudos deve estar ciente e de acordo com esse ponto fundamental.
  4. O Grupo faz uso do site https://www.geolegadodeallankardec.com.br e das plataformas virtuais diversas para divulgar o Espiritismo. Quem se sentir interessado em fazer parte disso, criando textos que possam auxiliar, devem contatar os administradores do Grupo.
  5. Todas as mídias digitais contam com outros colaboradores, igualmente colocados em função de administração, que possam cuidar do prosseguimento na eventual ausência, por tempo limitado ou indefinida, de minha parte.
  6. Tomaremos a liberdade de interromper qualquer áudio ou câmera que esteja atrapalhando a reunião.
  7. Ao participar da sala de reunião do Zoom, você está ciente que terá seu áudio e/ou vídeo compartilhados publicamente através da Internet (mais informações no formulário de inscrição, abaixo).
  8. O horário oficial de início dos estudos, com a transmissão via YouTube, é as 19:25.
  9. O período permitido para a entrada de participantes, na sala de espera (onde aprovaremos ou não sua entrada, segundo o preenchimento ou não do formulário abaixo) vai das 19:10 às 19:25. Depois disso, a permissão de entrada ficará exclusivamente sob critério dos anfitriões do grupo.
  10. A previsão de término da reunião é por volta de 20:40, às vezes se estendendo um pouquinho a mais.
  11. Antes de entrar, certifique-se de estar em ambiente favorável à participação, tanto visualmente quanto sonoramente, além de estar vestido adequadamente.
  12. De preferência, use um computador para a participação, onde será mais fácil interagir pelo chat do grupo.
  13. Por questões de organização, a reunião no Zoom e seus conteúdos didáticos são conduzidos por um integrante, que coordenará as participações de um e outro que desejem se expressar.
  14. Ao tomar a palavra, cuide para não estender demais o assunto para áreas que fujam do tema principal. Lembre-se: são 11 anos de Revista a abordar, dentre artigos acessórios e artigos fundamentais, muitas vezes com conteúdos intrinsecamente ligados entre edições diferentes, e, ainda por cima, junto aos conteúdos doutrinários complementares, tanto de Kardec, como de outros autores. Não queremos correr, mas não podemos perder tempo.
  15. Todos aqueles que desejem participar ativamente, questionando ou opinando sobre os artigos em pauta, devem observar a seguinte organização:

Fazer a leitura dos artigos relacionados ao tema ANTES da reunião de estudos. Isso permitirá que você sempre esteja a par dos assuntos, à medida que puderem ser abordados conforme o tempo disponível e a extensão de cada assunto. Reiteramos: a Revista Espírita, para estudos em grupo, não é algo que possa ser lido linha-a-linha, sem uma leitura prévia, já que muitos assuntos apresentam uma extensão formidável.

Sugestão:

  1. Dividir os assuntos do mês entre nós, onde cada um vai ficar especificamente responsável pela “apresentação” de um artigo. 
  2. Todos terão sua responsabilidade de buscar ler tudo. 
  3. No momento da reunião, o responsável vai destacar o que entendeu, os pontos de interesse, as dúvidas, pode fazer perguntas para estimular, etc. Assim a gente sai da leitura maçante
  4. Os estudos vistos como de atenção especial poderão ser vistos tb de maneira especial, com contribuição de todos, como foi o caso do remorso e como poderá ser o caso, talvez, da frenologia (RE60/jun)
  5. As evocações e as comunicações espontâneas, bem como os textos de importância especial, cremos que devem ser lidos na íntegra, mas, se estudados da forma proposta, trarão muito mais contribuições.

22. Não se desmotive caso precise se afastar por algum tempo ou caso não possa estar sempre presente. Isso acontece com todos. Continue os estudos de sua parte e volte assim que possível.

23. Reitero, por fim, o nosso objetivo de construção sobre o diálogo. Assim, nos ajude a estabelecer esse diálogo, utilizando as redes sociais para isso também.

Preencha o formulário seguinte com os dados necessários para sua admissão na reunião. Não aceitaremos entradas de pessoas não registradas.

Materiais para estudos

Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1861 > Dezembro > Organização do Espiritismo

Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1868 > Dezembro > Constituição transitória do Espiritismo

Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1867 > Agosto > Dissertações espíritas > Plano de campanha – Era nova – Considerações sobre o sonambulismo espontâneo

Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1867 > Agosto > Dissertações espíritas > Os Espiões

O que é a Revista Espírita e como estudá-la? – Grupo de Estudos O Legado de Allan Kardec

Obras Recomendadas – Grupo de Estudos O Legado de Allan Kardec

O livro A Gênese, de Allan Kardec, foi mesmo adulterado?

A mais forte evidência de adulteração de O Céu e o Inferno, de Allan Kardec

Allan Kardec e a revolução moral da humanidade

Andragogia

AUTONOMIA – A HISTÓRIA JAMAIS CONTADA DO ESPIRITISMO – Paulo Henrique de Figueiredo

Seminário: “Magnetismo” com Paulo Henrique Figueiredo

O Bem e o Mal, Castigos e Recompensas, Sombra e Luz – Paulo Henrique de Figueiredo – 1a Parte

Link para download de todos os PDFs das obras de Kardec:

Allan Kardec Brasil

Como pesquisar nos PDFs: https://www.youtube.com/watch?v=kgjdgIiHLJk

Contato (Paulo): Clique aqui.

Foto de Greta Hoffman : https://www.pexels.com/pt-br/foto/jardim-fazenda-sitio-chacara-7728883/




Projeto Semear — Formação de Grupos de Estudos

Boas-vindas

Bem-vindos a esta jornada, amigos de Kardec! Que satisfação vê-los aqui, almas queridas, buscando o aprendizado tão importante e do qual os espíritas se desviaram, há muito….

Atentem para a formação deste grupo ou dos demais. A iniciativa é seria e o assunto é grave. Os inimigos da doutrina novamente se agitam, pois que ela volta, agora, com toda a força, para cumprir aquilo que se propôs, há mais de um século. A humanidade grita: meu Deus, onde as respostas? Não encontrando a felicidade almejada, dia após dia, sem conseguir respostas satisfatórias, lançam-se às penúrias do materialismo desenfreado, do sensualismo, dos vícios e, muitos, não suportando ou não tendo maiores perspectivas, terminam por tirar a própria vida, para descobrir, afinal, que de nada isso adiantou.

O assunto, veem, é grave, e grave é a responsabilidade de todos os que se retiram do estudo, por orgulho e vaidade, para dar aos outros o lúgubre aspecto das opiniões construídas sobre distorções e adulterações.

É chegada a hora, meus amigos, de restabelecer aquilo que ficou para trás. É chegada a hora de multiplicar esforços e de semear, por toda a parte. Mas, atenção, pois os inimigos do bem, tristes indivíduos que ainda não conseguiram perceber o buraco que cavam para eles mesmos caírem, tentarão se estabelecer entre vocês. Mantenham-se em guarda, portanto, e não se esquivem da responsabilidade de manter a harmonia no grupo, abordando cada um que traga desarmonia ou desordem.

Confiem neste grupo, O Legado de Allan Kardec, que tem a particularidade de ser um raro grupo, neste planeta, formado com tanta identidade, tanta harmonia, tantos propósitos sérios, estabelecidos no passado, de trabalhar pela recuperação dessa Doutrina esquecida.

Sejam preces ambulantes, por suas disposições internas e pela aplicação dos princípios aprendidos às suas próprias vidas, e manterão, junto a vocês, a companhia de bons Espíritos, encarnados ou desencarnados. Não esqueçam: os bons Espíritos, seus anjos guardiões ou Espíritos protetores, abençoam esta empreitada e estarão junto a cada um de vocês, inspirando-os e intuindo-os.

União, fé, amor e caridade: este, o lema que cada indivíduo deve carregar no peito, aplicado em todo o seu entendimento e em toda a sua extensão, a si e no contato com os demais.

União: a unidade garantida pelos propósitos legítimos e pelo entendimento adequado do Espiritismo

Fé: a fé raciocinada, tão esquecida pelo Movimento Espírita, construída do entendimento racional, sem dúvidas possíveis, dos princípios da Doutrina Espírita.

Amor: o amor ao próximo, como a si mesmo. É necessário paciência e perseverança consigo mesmo, além de reconhecimento dos passos já dados, do caminho já percorrido. O mesmo deve ser aplicado aos demais.

Caridade: a caridade verdadeira é o dever moral, cumprido sem esperança de premiação ou reconhecimento. É o compartilhar, o aprender e o ensinar. Esse é o bem, a felicidade, e é por retirar-se desse papel que o indivíduo se lança nos despenhadeiros do personalismo, do egoísmo, do orgulho.

Orientações gerais

  1. A ideia é auxiliar na formação de um novo grupo ou mais, onde os participantes cuidarão de se organizarem a esse respeito. Nós daremos toda a orientação e o suporte necessários. Precisamos que uma ou mais pessoas se apresentem como iniciadores do núcleo central do grupo, de maneira pró-ativa.
  2. A proposta é que vocês criem um ou mais grupos, organizando-se entre vocês. Estaremos, junto ao meu grupo, no papel de apoiadores e orientadores.
  3. Pontualmente, poderemos elaborar estudos especiais, com a participação do Grupo de Estudos O Legado de Allan Kardec, ou de vocês conosco.
  4. Comecem estudando “Autonomia: a história jamais contada do Espiritismo” e “Mesmer: a ciência negada do magnetismo animal”, de Paulo Henrique de Figueiredo. Alternativamente, assistam aos vídeos destacados no tópico Materiais para estudos.
  5. Estimulamos que vocês comecem necessariamente pelo estudo da Revista Espírita. Após o estudo dos dois primeiros anos, enquanto continuam esse estudo, poderão ver a necessidade de criar um novo horário para estudar O Livro dos Médiuns. Nesse ponto, vocês estarão muito mais maduros para esse estudo.
  6. O estudo deve ser ao-vivo, por vídeo ou pessoalmente. WhatsApp é ferramenta de apoio.
  7. Não devem existir professores. Todos devem se colocar na condição de estudante que não conhece nada do Espiritismo. Foi assim que começamos.
  8. Sugestão:

    • Dividir os assuntos do mês entre nós, onde cada um vai ficar especificamente responsável pela “apresentação” de um artigo.
    • Todos terão sua responsabilidade de buscar ler tudo.
    • No momento da reunião, o responsável vai destacar o que entendeu, os pontos de interesse, as dúvidas, pode fazer perguntas para estimular, etc. Assim o grupo sai da leitura maçante.
    • Quem não fizer o estudo antes acabará tendo a possibilidade de não entender adequadamente o conteúdo. Isso é um estímulo ao estudo.
    • Os estudos vistos como de atenção especial poderão ser vistos tb de maneira especial, com contribuição de todos.
    • As evocações e as comunicações espontâneas, bem como os textos de importância especial, poderão ser lidos na íntegra, mas, se estudados da forma proposta, trarão muito mais contribuições;

  9. Criem regras. Vejam as nossas sugestões no tópico seguinte, Sugestão de regras.
  10. Aprendam a não sistematizar conclusões sobre os artigos da Revista Espírita. Kardec deixa bem claro quando um estudo qualquer está devidamente concluído, ao menos de momento. Muitos artigos são apresentados como hipóteses, apenas.
  11. Criem documentos no Google Drive com o conteúdo de cada estudo, e façam um estudo prévio, fazendo anotações e comentários nesse documento. Isso ajuda a enriquecer o aprendizado.
  12. Não visem números. Prefiram qualidade. Estudem em pequenos grupos, coesos, harmoniosos, e não tenham medo de chamar a atenção, com firmeza e caridade, daqueles que eventualmente destoem das regras e da harmonia do grupo.
  13. Deixem os romances mediúnicos e demais obras de lado. O estudo das obras de contextualização e das obras de Kardec já lhes tomará bons anos.
  14. Não busquem Espiritismo prático (reuniões mediúnicas), de início. Se houverem médiuns entre vocês, sobretudo com a mediunidade muito aflorada, é importante formar um grupo à parte, ainda mais coeso e harmonioso. Muitos cuidados serão necessários. Nesse caso, não deixem de buscar apoio em nós.
  15. Sobretudo, não se esqueçam de manter contato conosco. Cuidaremos de registrar sua(s) iniciativa(s) em nosso site e ficaremos muito felizes de podermos trocar experiências e aprendizados com vocês.
  16. Evitem apenas produzir longos vídeos para o Youtube. Foquem, principalmente, conforme o aprendizado for se estabelecendo, em produzir vídeos curtos e, principalmente, textos em blogs, de maneira colaborativa (textos em blogs são facilmente encontrados em pesquisas do Google).
  17. À medida do possível, envolvam também os jovens nesse trabalho de aprendizado, seja nos seus próprios grupos, seja incentivando-os a formarem novos grupos. Espalhem esse propósito.

Sugestão de regras

Estudos da Revista Espírita, em grupo

OBJETIVO DO GRUPO

  • O nosso principal objetivo é conhecer o Espiritismo em sua essência e aplicar esse conhecimento em nossas próprias vidas. Ao mesmo tempo, porém, desejamos fazer isso de uma forma simples, clara e amistosa, de modo que nossos estudos sejam facilmente entendidos pelo público, razão pela qual realizamos um estudo prévio e a elaboração de um conteúdo, de forma que possamos extrair o melhor de cada assunto.
  • Após cada estudo, visamos produzir artigos, neste site, que complementem e formalizem o estudo, mas que também permitam a inclusão de deficientes auditivos. É por isso, principalmente, que os estudos precisam ser simples e, em simultâneo, profundos como possível.
  • Diferentemente de outros estudos do Espiritismo, que partem de obras conclusivas, nós estamos partindo de um periódico que demonstra o método de exploração, de raciocínio e de dedução de Allan Kardec, na construção do Espiritismo (aqui entendido na parte humana dessa ciência). Existe um enorme ganho em fazer assim, mas não estamos desatentos aos assuntos que precisam ser complementados com conclusões posteriores, de modo a não ficarem “capengas”, como é o caso da teoria dos fluidos, abandonada por Kardec em sua obra final, A Gênese.
  • A Revista Espírita, diferentemente de outras obras, é um periódico que combina:

    • assuntos e “causos” da época — que, longe de serem desinteressantes, serviam para dar suporte à Doutrina, baseado no cotidiano dos fatos espíritas vivenciados dentre a população mundial, mas que, do ponto de vista atual, muitas vezes não tem muita relevância para o nosso estudo
    • escritos muito mais densos e bem elaborados por Kardec, com extrema perspicácia, que pouco a pouco, e de forma muito organizada, vão construindo toda essa ciência que é o Espiritismo — ciência desconhecida e esquecida atualmente.

  • A importância da Revista Espírita não é apenas moral, mas também prática. Ao estudá-la, vemos uma constante construção de conhecimentos, ao mesmo tempo em que constantemente vemos uma desconstrução de falsos conceitos atuais, como você precisa entender no artigo “O que é a Revista Espírita e como estudá-la?. Eis mais um motivo para o formato do nosso estudo, pois os falsos conceitos não se quebram aos golpes.
  • O Espiritismo precisa ser resgatado e conhecido em sua essência, tanto moral como prática, de modo que possamos retomar os estudos dessa Doutrina, junto aos Espíritos. Esse estudo tem um importantíssimo papel nesse sentido.
  • Hoje sabemos, afinal, que essa ciência não andava sozinha: muito longe disso, ela era um desenvolvimento do Espiritualismo Racional e uma “irmã gêmea”, como disse Kardec, do Magnetismo. É por isso que, oportunamente, abordamos esses conhecimentos, de forma simples, prática e pontual, já que, para se aprofundar sobre esses dois temas, recomendamos sempre a leitura das obras Autonomia: a história jamais contada do Espiritismo e Mesmer: a ciência negada do magnetismo animal, ambas de Paulo Henrique de Figueiredo, dentre outras (veja nossa lista de obras recomendadas).

Premissas

  • Neste grupo, partimos da conclusão que as duas últimas obras de Kardec, O Céu e o Inferno e A Gênese, foram adulteradas. Podemos indicar o porque de termos chegado a essa conclusão, mas não discutiremos sobre isso, posto que os fatos estão aí para cada um verificar.
  • Neste grupo, estuda-se o Espiritismo com base nas obras de Kardec, necessariamente. Isso não quer dizer que outras obras e outros autores não possam ser tratados, mas isso se fará desde que o que se busque seja a busca pela compreensão e pela aproximação, baseando-se no Espiritismo, e não para mero confronto.
  • A premissa mais básica de todas é o estudo. Ter lido aleatoriamente O Livro dos Espíritos ou O Evangelho Segundo o Espiritismo não é estudo. Estamos longe de ter abarcado o entendimento da doutrina por completo, mas existem pontos fundamentais que carecem de dedicação para serem compreendidos. Conte com o grupo para indicar e sugerir caminhos e conteúdos de importância.

REGRAS TÉCNICAS

  1. Entre nos nossos grupos do WhatsApp e do Telegram. É por eles que manteremos a comunicação direta com os demais integrantes. Se tiver os dois, entre nos dois.
  2. Não será dado a ninguém o direito de dar palavras finais sobre aquilo que não está devidamente estabelecido na Doutrina. Será, contudo, tomado o cuidado de, para cumprir essa regra, não recair em falta às regras n. 4, 5 e 6.
  3. Assim como Kardec tratava as opiniões de Espíritos desencarnados, tratamos as opiniões das almas encarnadas, isto é, aquilo que é apenas uma opinião, será tratado apenas como uma simples opinião e dela não faremos sistemas.
  4. Devemos evitar que qualquer tema que fuja daquele principal ou qualquer ponto de discórdia seja extenuadamente abordado durante o estudo, para não haver desvios e monopólio de palavras ou opiniões. O que fazer, nesses casos: buscar estudar, em Kardec, o assunto em questão e apresentar, em nova oportunidade, os resultados encontrados. O desrespeito a essa regra de bom-tom será prontamente interrompido por intercessão dos administradores.
  5. Todos têm a liberdade de chegar às suas próprias conclusões, levados pela própria razão, resguardados os objetivos do estudo e a base doutrinária. Por exemplo, o tema sobre a existência de colônias espirituais não está devidamente consolidado, mas a questão da reencarnação está. Se aquilo que está consolidado, na Doutrina, não foi aceito pela razão de determinada pessoa, ela com certeza se sentirá inclinada a deixar os estudos, já que não lhe falam à razão. O que não será aceito será a sistematização de opiniões pessoais no Grupo, conforme exposto acima.
  6. Não serão abordados temas políticos e religiosos (este, no sentido em que possa trazer qualquer inquietação ou humilhação. Lembramos que o Espiritismo está aberto a pessoas de todas as crenças). Aqui, parafraseamos Kardec, em Viagem Espírita em 1862:

[…] deve-se abster, nas reuniões, de discutir dogmas particulares, o que, certamente, melindraria certas consciências, ao passo que as questões de moral são de todas as religiões e de todos os países. O Espiritismo é um terreno neutro, sobre o qual todas as opiniões religiosas podem encontrar-se e se dar as mãos. Ora, a desunião poderia nascer da controvérsia. Não vos esqueçais de que a desunião é um dos meios pelos quais os inimigos do Espiritismo buscam atacá-lo; é com esse objetivo que muitas vezes eles induzem certos grupos a se ocuparem de questões irritantes ou comprometedoras, sob o pretexto especioso de que não se deve colocar a luz sob o alqueire. Não vos deixeis prender nessa armadilha, e que os dirigentes de grupos sejam firmes para repelirem todas as sugestões deste gênero, se não quiserem passar por cúmplices dessas maquinações”.

  1. O grupo não visa, atualmente, realizar qualquer tipo de “trabalho mediúnico”, o que, se um dia acontecer, demandará a criação de reuniões particulares e com os devidos cuidados para tanto.
  2. Pelo mesmo motivo acima, não vemos necessidade de sermos tão restritivos quanto às novas adesões, isto é, os novos aderentes não carecem de serem versados em Espiritismo, mas devem, de sua própria parte, fazerem estudos basilares necessários, quando não conhecerem a essência da Doutrina Espírita (que não é aquela adquirida pela leitura de romances). Recomendamos, para esse fim, ao menos a leitura das brochuras O que é o Espiritismo e Espiritismo em sua expressão mais simples.
  3. Nossas reuniões de estudo são transmitidas ao vivo no Youtube, ou são gravadas para posterior publicação nessa plataforma e em outras. Todo aquele que participar dos estudos deve estar ciente e de acordo com esse ponto fundamental.
  4. O Grupo faz uso do site https://www.geolegadodeallankardec.com.br e das plataformas virtuais diversas para divulgar o Espiritismo. Quem se sentir interessado em fazer parte disso, criando textos que possam auxiliar, devem contatar os administradores do Grupo.
  5. Todas as mídias digitais contam com outros colaboradores, igualmente colocados em função de administração, que possam cuidar do prosseguimento na eventual ausência, por tempo limitado ou indefinida, de minha parte.
  6. Tomaremos a liberdade de interromper qualquer áudio ou câmera que esteja atrapalhando a reunião.
  7. Ao participar da sala de reunião do Zoom, você está ciente que terá seu áudio e/ou vídeo compartilhados publicamente através da Internet (mais informações no formulário de inscrição, abaixo).
  8. O horário oficial de início dos estudos, com a transmissão via YouTube, é as 19:25.
  9. O período permitido para a entrada de participantes, na sala de espera (onde aprovaremos ou não sua entrada, segundo o preenchimento ou não do formulário abaixo) vai das 19:10 às 19:25. Depois disso, a permissão de entrada ficará exclusivamente sob critério dos anfitriões do grupo.
  10. A previsão de término da reunião é por volta de 20:40, às vezes se estendendo um pouquinho a mais.
  11. Antes de entrar, certifique-se de estar em ambiente favorável à participação, tanto visualmente quanto sonoramente, além de estar vestido adequadamente.
  12. De preferência, use um computador para a participação, onde será mais fácil interagir pelo chat do grupo.
  13. Por questões de organização, a reunião no Zoom e seus conteúdos didáticos são conduzidos por um integrante, que coordenará as participações de um e outro que desejem se expressar.
  14. Ao tomar a palavra, cuide para não estender demais o assunto para áreas que fujam do tema principal. Lembre-se: são 11 anos de Revista a abordar, dentre artigos acessórios e artigos fundamentais, muitas vezes com conteúdos intrinsecamente ligados entre edições diferentes, e, ainda por cima, junto aos conteúdos doutrinários complementares, tanto de Kardec, como de outros autores. Não queremos correr, mas não podemos perder tempo.
  15. Todos aqueles que desejem participar ativamente, questionando ou opinando sobre os artigos em pauta, devem observar a seguinte organização:

Fazer a leitura dos artigos relacionados ao tema ANTES da reunião de estudos. Isso permitirá que você sempre esteja a par dos assuntos, à medida que puderem ser abordados conforme o tempo disponível e a extensão de cada assunto. Reiteramos: a Revista Espírita, para estudos em grupo, não é algo que possa ser lido linha-a-linha, sem uma leitura prévia, já que muitos assuntos apresentam uma extensão formidável.

Sugestão:

  1. Dividir os assuntos do mês entre nós, onde cada um vai ficar especificamente responsável pela “apresentação” de um artigo. 
  2. Todos terão sua responsabilidade de buscar ler tudo. 
  3. No momento da reunião, o responsável vai destacar o que entendeu, os pontos de interesse, as dúvidas, pode fazer perguntas para estimular, etc. Assim a gente sai da leitura maçante
  4. Os estudos vistos como de atenção especial poderão ser vistos tb de maneira especial, com contribuição de todos, como foi o caso do remorso e como poderá ser o caso, talvez, da frenologia (RE60/jun)
  5. As evocações e as comunicações espontâneas, bem como os textos de importância especial, cremos que devem ser lidos na íntegra, mas, se estudados da forma proposta, trarão muito mais contribuições.

22. Não se desmotive caso precise se afastar por algum tempo ou caso não possa estar sempre presente. Isso acontece com todos. Continue os estudos de sua parte e volte assim que possível.

23. Reitero, por fim, o nosso objetivo de construção sobre o diálogo. Assim, nos ajude a estabelecer esse diálogo, utilizando as redes sociais para isso também.

Preencha o formulário seguinte com os dados necessários para sua admissão na reunião. Não aceitaremos entradas de pessoas não registradas.

Materiais para estudos

Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1861 > Dezembro > Organização do Espiritismo

Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1868 > Dezembro > Constituição transitória do Espiritismo

Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1867 > Agosto > Dissertações espíritas > Plano de campanha – Era nova – Considerações sobre o sonambulismo espontâneo

Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1867 > Agosto > Dissertações espíritas > Os Espiões

O que é a Revista Espírita e como estudá-la? – Grupo de Estudos O Legado de Allan Kardec

Obras Recomendadas – Grupo de Estudos O Legado de Allan Kardec

O livro A Gênese, de Allan Kardec, foi mesmo adulterado?

A mais forte evidência de adulteração de O Céu e o Inferno, de Allan Kardec

Allan Kardec e a revolução moral da humanidade

Andragogia

AUTONOMIA – A HISTÓRIA JAMAIS CONTADA DO ESPIRITISMO – Paulo Henrique de Figueiredo

Seminário: “Magnetismo” com Paulo Henrique Figueiredo

O Bem e o Mal, Castigos e Recompensas, Sombra e Luz – Paulo Henrique de Figueiredo – 1a Parte

Link para download de todos os PDFs das obras de Kardec:

Allan Kardec Brasil

Como pesquisar nos PDFs: https://www.youtube.com/watch?v=kgjdgIiHLJk

Contato (Paulo): Clique aqui.

Foto de Greta Hoffman : https://www.pexels.com/pt-br/foto/jardim-fazenda-sitio-chacara-7728883/




Daniel Gontijo e os ex-espíritas

Daniel Gontijo, materialista e ateu, em seu canal do Youtube, intitulado “Prof. Daniel Gontijo”, escolheu dar destaque a análises muito superficiais sobre o Espiritismo, ciência filosófica que, infelizmente, ele não conhece. Para isso, faz quórum com “ex-espíritas”, pessoas que também não conhecem o Espiritismo, e acaba emitindo ou repercutindo opiniões que terminam por refletir uma falsa ideia da Doutrina Espírita, com base em opiniões colhidas na superfície dos reflexos que, infelizmente, o Movimento Espírita produz.

Daniel Gontijo é graduado em Psicologia pela Universidade FUMEC (2009), além de mestre (2013) e doutor (2019) em Neurociências pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Apesar de tantos títulos, age em maneira absolutamente contrária à do bom pesquisador, que somente emite opinião após buscar conhecer muito bem o assunto, coisa que ele nunca fez (ele mesmo diz, em seus vídeos: “lembro de tal coisa por cima, porque uma vez certa pessoa disse que tem algo mais ou menos assim em uma das Revistas Espíritas”).

Porque, em boa lógica, a crítica só tem valor quando o crítico é conhecedor daquilo de que fala. Zombar de uma coisa que se não conhece, que se não sondou com o escalpelo do observador consciencioso, não é criticar, é dar prova de leviandade e triste mostra de falta de critério.

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos

Longe de minhas intenções, porém, buscar fazer uma imagem de um carrasco maldoso. Não, pelo contrário: Daniel se mostra como uma pessoa alegre e afável. É isso, porém, o que me parece mais incongruente, porque, dessa leveza, não parte a necessária tarefa do bom pesquisador, que a tudo investiga, a tudo analisa, para poder depois emitir uma opinião. Infelizmente, com o apoio da opinião de pessoas que nunca chegaram a conhecer o Espiritismo verdadeiro, baseia-se nos erros do Movimento Espírita para julgar o Espiritismo, assim como muitos, levianamente, julgam a Jesus pelos absurdos feitos em seu nome.

É interessante notar que o Daniel seja graduado em Psicologia, em primeiro lugar. Será que ele nunca ouviu falar, nem leu, que a Revista Espírita carrega o subtítulo “Jornal de estudos psicológicos” em sua capa? E, se viu, será que não se interessou nem por um momento em saber o porquê desse nome?

Com certeza, Daniel Gontijo não sabe que a Psicologia, no tempo de Kardec, estava inscrita sob os estudos do Espiritualismo Racional, na grade das Ciências Morais do ensino francês (que se espalhou pelo mundo): para isso, seria necessário ler Autonomia: a história jamais contada do Espiritismo, de Paulo Henrique de Figueiredo. Ele provavelmente não conhece a história do desenvolvimento dessas ciências através da observação racional, culminando na racional conclusão de que a Vontade seja o atributo essencial da alma. Muito menos deve saber que, muito antes de Kardec se colocar a investigar a ciência espírita, pesquisadores ligados ao magnetismo animal e ao Espiritualismo Racional já colhiam, em certos estudos com pessoas em transe hipnótico induzido, centenas de “cartas” atribuídas a outras personalidades já mortas, dando detalhes confirmados por familiares ainda vivos:

Os magnetizadores comprovaram muito cedo as relações dos sonâmbulos com seres invisíveis. Deleuze, discípulo de Mesmer, em sua correspondência mantida com o doutor G. P. Billot por mais de quatro anos, de março de 1829 até agosto de 1833, inicialmente foi relutante, mas por fim afirmou: “O magnetismo demonstra a espiritualidade da alma e a sua imortalidade; ele prova a possibilidade da comunicação das inteligências separadas da matéria com as que lhes estão ainda ligadas.” (BILLOT, 1839)

Por sua vez, Deleuze afirmou: “Não vejo razão para negar a possibilidade da aparição de pessoas que, tendo deixado esta vida, ocupam-se daqueles que aqui amaram e a eles se venham manifestar, para lhes transmitir salutares conselhos. Acabo de ter disto um exemplo.” (Ibidem)

Foi com estas palavras que Deleuze introduziu a narração do caso de uma sonâmbula cujo falecido pai se manifestou por duas vezes a fim de aconselhá-la sobre a escolha do futuro marido da jovem. Em sua História crítica, ele já havia escrito: “Todos os sonâmbulos, deixados livres no transe, dizem-se esclarecidos e assistidos por um ser que lhes é desconhecido.” (DELEUZE, 1813) Por sua vez, Billot declarava receber instruções dos espíritos superiores, por intermédio dos magnetizados em transe sonambúlico, em suas pesquisas.

O tema da comunicação com os espíritos passou a fazer parte das discussões dos magnetizadores e das páginas de seus periódicos. Um estudo das obras de Chardel, Charpignon, Ricard, Teste e Aubin Gauthier revela diversas descrições de fenômenos experimentais que revelam a comunicação entre vivos e desencarnados.

Anos depois, o magnetizador Louis Alphonse Cahagnet (1809-1885), com coragem e determinação, conversou com os espíritos por meio de seus sonâmbulos em êxtase, principalmente Adèle Maginot, registrando em sua obra mais de cento e cinquenta atas assinadas por testemunhas que reconheceram a identidade dos espíritos comunicantes. Cahagnet antecipou em mais de dez anos esse instrumento de pesquisa da ciência espírita. Para Gabriel Delanne, “Era um lutador soberbo esse trabalhador, que teve a glória de se fazer o que foi: um dos pioneiros da verdade.” (DELLANE, 1899)

FIGUEIREDO, Paulo Henrique de. Autonomia: a história jamais contada do Espiritismo

Certamente, Daniel também não conhece os fatos que levaram a Psicologia a deixar o Espiritualismo Racional e a se organizar sob o materialismo dogmático, cheio de afirmações categóricas e não científicas! Ele com certeza ainda não conhece os fatos que levaram Comte a tornar-se inimigo de Victor Cousin, tendo, depois, conseguido o que tanto queria: afirmar seus dogmas, após a queda forçada do Espiritualismo Racional. Para ele, Daniel, hoje talvez seja descabido sequer imaginar a existência de um Espiritualismo Racional, mas ele existiu. Digo mais: abriu caminho ao Espiritismo, que é seu desenvolvimento, formado através das características mais básicas da ciência — a observação racional — e do axioma científico — todo efeito tem uma causa e todo efeito inteligente tem uma causa inteligente (restando saber que causa é essa, sendo mesmo possível e investigada a fraude).

Houvesse estudado as Revistas Espíritas, ainda que para concluir em contrário (já que, em ciências, pessoas podem chegar a conclusões ou teorias diferentes), veria que, de todas as discordâncias possíveis, não se pode afirmar o trabalho da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, conduzido por Allan Kardec, como algo raso, sem seriedade ou sem metodologia científica. Muito menos se poderia afirmar Kardec sendo ingênuo ou tolo, mas muito pelo contrário: veria todas as considerações cuidadosas de Kardec a esse respeito, algo, aliás, que ninguém mais depois dele soube fazer:

Sem dúvida, dizem alguns contraditores, vós estáveis imbuídos de tais ideias e por isso os Espíritos concordaram com vossa maneira de ver. É um erro que prova, mais uma vez, o perigo dos julgamentos apressados e sem exame. Se, antes de julgar, tais pessoas se tivessem dado ao trabalho de ler o que escrevemos sobre o Espiritismo, ter-se-iam poupado ao trabalho de uma objeção tão leviana. Repetiremos, pois, o que já dissemos a respeito, isto é, que quando a doutrina da reencarnação nos foi ensinada pelos Espíritos, ela estava tão longe de nosso pensamento, que havíamos construído um sistema completamente diferente sobre os antecedentes da alma, sistema aliás partilhado por muitas pessoas. Sobre este ponto, a doutrina dos Espíritos nos surpreendeu. Diremos mais: ela nos contrariou, porque derrubou as nossas próprias ideias. Como se vê, estava longe de ser um reflexo delas.

Isto não é tudo. Nós não cedemos ao primeiro choque. Combatemos; defendemos a nossa opinião; levantamos objeções e só nos rendemos ante a evidência e quando notamos a insuficiência de nosso sistema para resolver todas as questões relativas a esse problema.

KARDEC, Allan. Revista Espírita de novembro de 1858.

Encerro com a grande questão: será que Daniel Gontijo tem essa vontade de conhecer o que desconhece, ainda que termine concluindo de maneira divergente? Ou será que continuará dando “prova de leviandade e triste mostra de falta de critério”? Veremos.

Fiz uma análise em vídeo sobre o último caso do canal citado e sobre a resposta dele ao meu vídeo. Você pode conferir:

Foto de cottonbro studio: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-conselhos-orientacoes-assistencia-4100672/




Abaixo-assinado: A FEB não representa o Espiritismo!

A Federação Espírita Brasileira (FEB) assumiu um caráter muito distante e, em muitos pontos, diametralmente oposto aos princípios fundamentais do Espiritismo, tão bem demonstrados pelos estudos extenuados de Allan Kardec, que a eles entregou seu tempo, seus recursos, sua saúde e, ao final, sua vida. A FEB recomenda a não evocação, quando ela é ferramenta indispensável para a Doutrina; desaconselha as reuniões particulares, quando os próprios Espíritos superiores as incentivaram, sempre; publica tudo sem a necessária análise doutrinária, produzindo obras contrárias mesmas ao Espiritismo e chegando ao ponto de causar vexame à Doutrina, etc.

Orientado pela FEB, a maior parte do Movimento Espírita, desconhecendo a origem roustainguista (ou rustenista) dessa instituição, entrou por um caminho absurdamente distorcido. Uma rápida leitura de “Ponto Final: o reencontro do Espiritismo com Allan Kardec”, de Wilson Garcia, para entendermos a razão de toda essa distorção: pessoas oriundas do Grupo Sayão, um grupo declaradamente roustainguista, dominou a FEB desde o final do século XIX, inserindo nela e, por conseguinte, no Movimento Espírita Brasileiro, suas características contrárias ao método e à organização necessários para a continuidade do desenvolvimento da ciência espírita, como podemos verificar especialmente nos seguintes artigos da Revista Espírita: ORGANIZAÇÃO DO ESPIRITISMO, de dezembro de 1861, e CONSTITUIÇÃO TRANSITÓRIA DO ESPIRITISMO, dezembro de 1868.

Em sua essência filosófica e moral, o Espiritismo brasileiro também está muito distante da verdadeira face do Espiritismo Consolador, como podemos compreender através da leitura de “Autonomia: a história jamais contada do Espiritismo”.

Não bastasse tudo isso, agora temos evidências diversas de adulterações significativas em obras psicografadas por Chico Xavier, alterando completamente, em alguns pontos, o sentido original do texto. Além disso, temos a grande incógnita chamada “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, cuja psicografia original foi incinerada pela FEB e que, não por acaso, insere diversos absurdos contra a Doutrina, afirmando Roustaing como um grande trabalhador do Espiritismo, junto a Kardec, e o “Anjo” Ismael, Espírito que originalmente mistificava no Grupo Sayão, como um grande dirigente espiritual da pátria brasileira.

Por essas e muitas outras, nós, abaixo assinado, declaramos, para fins de registro, que não nos sentimos representados pela FEB e pelo Movimento Espírita Brasileiro, destacando, assim, o necessário retorno às origens do Espiritismo, devidamente contextualizado pelo entendimento complementar do Espiritualismo Racional e do Magnetismo Animal, de modo a prepararmos o terreno para a futura retomada do Espiritismo como ele realmente é, com a retomada de seu desenvolvimento através da colaboração entre os pequenos grupos, sem instituições acima deles, conforme demonstrado necessário por Kardec, nos artigos anteriormente citados.

O Grupo de Estudos O Legado de Allan Kardec inaugura este esforço meramente para fins de registro, sem nenhuma intenção de disputa ou de proibições, desejando logo ver o Espiritismo sendo entendido e reconhecido como Ciência Filosófica de consequências morais, com seus método e organização restabelecidos e afastado da característica de religião a ele imputada pela FEB, coisa que ele nunca foi (Sessão anual comemorativa dos mortos, RE68).

Clique aqui para assinar o abaixo-assinado.




Conhecendo o Espiritismo Verdadeiro

Sou sempre enfático em demonstrar que o Movimento Espírita está consideravelmente distante do Espiritismo verdadeiro. Quase sempre encontramos o Movimento Espírita, representado pelos Centros Espíritas, pela FEB, pela USE e pelos palestrantes e representantes dessas instituições, cercado de atavismos, preso a sistemas de ideias construídas sobre distorções e sobre romances espíritas, apegado às próprias opiniões paulatinamente formadas por décadas de um ensino distanciado de Kardec e repleto de Roustaing, ou apoiado sobre as falsas ideias nascidas pela adulteração de O Céu e o Inferno. Como resultado, o Movimento Espírita distanciou-se da face lógica e clara da ciência espírita e se tornou uma nova variante religiosa, coisa que o Espiritismo nunca foi (nem nunca será).

Nos últimos quase quatro anos (escrevo em fevereiro de 2024), o que eu achava que conhecia do Espiritismo sofreu um enorme choque. Começou com a leitura de O Legado de Allan Kardec, seguiu-se com a leitura de “Nem Céu, Nem Inferno: as leis da alma segundo o Espiritismo” e, em seguida, aprofundou-se com a inauguração de nosso Grupo de Estudos, onde passamos a estudar a Revista Espírita e também com a leitura das obras de Paulo Henrique de Figueiredo, tratando tanto sobre o Espiritualismo Racional, Movimento científico-filosófico do século XIX que deu base ao surgimento do Espiritismo, quanto sobre a verdadeira face do Espiritismo.

Tenho, portanto, o interesse de resumir, neste artigo, algumas recomendações para o estudante espírita, desejoso de se desvencilhar das teias do estagnado e dogmático Movimento Espírita, para passar a conhecer e vivenciar o Espiritismo verdadeiro na sua vida. Vamos em ordem:

  1. Estudar a obra Nem Céu, Nem Inferno: as leis da alma segundo o Espiritismo, onde será possível compreender a importância da adulteração da obra O Céu e o Inferno.
  2. Estudar a obra Autonomia — A História Jamais Contada do Espiritismo: https://amzn.to/3PIvbyy
  3. Estudar a obra “Ponto Final: o reencontro do Espiritismo com Allan Kardec“, onde será possível compreender o que de fato aconteceu com o Espiritismo em solo brasileiro.
  4. Criar um grupo de estudos sobre a Revista Espírita (1858–1869). É nela que se poderá conhecer a formação da Doutrina Espírita, com um grande ganho de entendimento pelo estudo da obra anterior — “Autonomia”.

Concomitantemente a esses passos anteriores, seguem algumas sugestões de conteúdos que podem ser estudados com grande proveito:

Espero que isso possa lhe ser muito útil. Se ficar com alguma dúvida, entre em contato.




Espiritismo no Brasil e a crítica aos espíritas

Muito temos falado sobre a grande distância entre o Espiritismo, ou a ciência espírita, e aquilo que aprende e divulga o Movimento Espírita no Brasil, cada dia mais contaminado por distorções e misticismo. Não creio necessário repetir os fatos a esse respeito. Limitamo-nos a recomendar o leitor aos artigos A distância entre o Espiritismo e o Movimento Espírita, Profecia do Espírito da Verdade, O Canal Espírita e o Espiritismo, O rapaz e o oásis: uma fábula de esperança, Um diálogo interessante, Um convite à autocrítica do Movimento Espírita, dentre outros.

Podemos, porém, acrescentar o pensamento de Kardec, em O Livro dos Médiuns:

Há, por fim, os espíritas exaltados. A espécie humana seria perfeita, se preferisse sempre o lado bom das coisas. O exagero é prejudicial em tudo. No Espiritismo ele produz uma confiança cega e frequentemente pueril nas manifestações do mundo invisível, fazendo aceitar muito facilmente e sem controle aquilo que a reflexão e o exame demonstrariam ser absurdo ou impossível, pois o entusiasmo não esclarece, ofusca. Esta espécie de adeptos é mais nociva do que útil à causa do Espiritismo. São os menos capazes de convencer, porque se desconfia com razão do seu julgamento. São enganados facilmente por Espíritos mistificadores ou por pessoas que procuram explorar a sua credulidade. Se apenas eles tivessem de sofrer as consequências o mal seria menor, mas o pior é que oferecem, embora sem querer, motivos aos incrédulos que mais procuram zombar do que se convencer e não deixam de imputar a todos o ridículo de alguns. Isso não é justo nem racional, sem dúvida, mas os adversários do Espiritismo, como se sabe, só reconhecem como boa a sua razão e pouco se importam de conhecer a fundo aquilo de que falam.

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns, Lake, 23a Edição. Grifos nossos.

É evidente seu posicionamento: os descuidados que, com entusiasmo (e vaidade) acreditam em tudo cegamente, promovem mais mal do que bem à Doutrina.

Exageros, dizem alguns

É da opinião de alguns, que temos exagerado. Segundo eles, devemos “respeitar” a fé de cada um, limitando-nos a realizar o nosso trabalho. Em primeiro lugar, precisamos demonstrar que não existe desrespeito à fé de ninguém. Cada um tem o livre-arbítrio e o direito de acreditar no que quiser, racionalmente ou não. Mas, aqui, tratamos da ciência espírita, e aqui nasce o maior problema da ideia dessas pessoas: o não conhecimento dessa ciência. Basta ler a Revista Espírita e as demais obras de Kardec e verá não apenas ele, mas também os bons Espíritos, frequentemente destacando a necessidade de se expor os erros e, sobretudo, os charlatães e os inimigos da Doutrina Espírita que, vestindo suas ideias sob a roupagem do Espiritismo, voluntariamente ou não promovem o erro que alimenta o descrédito geral no Espiritismo, tal como se fosse mais uma religião nascida das ideias de alguém. Já demonstramos suficientemente o porquê o Espiritismo é uma ciência, e não uma religião.

O Espiritismo chegou distorcido ao Brasil

O fato é que o Espiritismo já se instalou no Brasil adulterado pelo Movimento Espírita iniciante ((fatos fartamente apresentados em Ponto Final, de Wilson Garcia)) e, na FEB (Federação Espírita Brasileira), autodenominada “casa mater” do Espiritismo brasileiro, longe de encontrar terreno para sua restauração, foi substituído pela doutrina de Roustaing, totalmente fundamentada nos velhos dogmas religiosos. Essa instituição, que acabou ditando os rumos do Espiritismo brasileiro por muito tempo, nunca se dedicou a recuperar a ciência espírita e o método necessário para a continuidade da Doutrina, sendo que as evocações particulares (e mesmo nos centros espíritas), ferramenta imprescindível para o estudo científico, foram abandonadas. Sem o método de Kardec, e pelo interesse na impressão e na venda de obras mediúnicas, qualquer ideia vinda de qualquer Espírito passou a ser veiculada e, assim, formou lentamente a crença geral do Movimento Espírita, hoje completamente perdido em ideias que, na verdade, são fundamentalmente antidoutrinárias.

Precisamos reconhecer, é claro, que parte dessas ideias fundamentou-se antes mesmo da vinda do Espiritismo ao Brasil, com a adulteração das obras O Céu e o Inferno (principalmente) e a A Gênese, após a morte de Kardec. Infelizmente, a FEB é a primeira a defender a ideia de que essas obras não tenham sido adulteradas, fato que, principalmente com relação à O Céu e o Inferno, é suficientemente evidenciado e irrefutável.

Falar em adulteração é criar descrença?

Aqui, enfim, chegamos a outra crítica de certas pessoas: “dizer que houve adulteração seria jogar lama em Kardec, suscitar descrença no Espiritismo”. “Aliás”, dizem elas, “que Doutrina é essa que os Espíritos permitem tal coisa, sem aviso?”. É um pensamento completamente ilógico.

Começamos lembrando que as palavras do próprio Cristo foram adulteradas e distorcidas em favor dos dogmas religiosos, e esse fato foi justamente o que levou à descrença de incontável número de pessoas no cristianismo. Voltaire foi um dos mais evidentes expoentes dessa descrença, que ainda hoje prevalece. Perguntamos: seria “lançar lama” em Jesus destacar as adulterações? Seria “suscitar descrença” no cristianismo, destacar as distorções, ao mesmo tempo em que se demonstra as ideias originais? Evidente que não. Se o problema aconteceu, precisamos encará-lo de frente (uma atitude científica e verdadeiramente kardeciana), e não varrê-lo para baixo do tapete, enquanto perduram seus efeitos avassaladores.

À ideia de que “os Espíritos não teriam permitido as adulterações”, opomos a forte recomendação de estudo da Doutrina, o que evidentemente não foi realizado por essas pessoas. Os Espíritos alertaram várias vezes sobre as tramas dos inimigos da Doutrina, como demonstramos em Profecia do Espírito da Verdade. Baseado nos alertas e nas evidências, Kardec também previa o futuro do Espiritismo, conforme destacou na Revista Espírita de dezembro de 1863, no artigo “Período de Lutas”:

A luta determinará uma nova fase do Espiritismo e levará ao quarto período, que será o período religioso. Depois virá o quinto, o período intermediário, consequência natural do precedente e que, mais tarde, receberá sua denominação característica. O sexto e último período será o da renovação social, que abrirá a era do século vinte. Nessa época, todos os obstáculos à nova ordem de coisas desejadas por Deus para a transformação da Terra terão desaparecido. A geração que surge, imbuída das ideias novas, estará em toda a sua força e preparará o caminho da que deve inaugurar a vitória definitiva da união, da paz e da fraternidade entre os homens, confundidos numa mesma crença, pela prática da lei evangélica.

KARDEC, Allan. Revista Espírita, dezembro de 1863.

Infelizmente, a previsão do sexto período está atrasada em mais de um século, por diversos fatos imprevisíveis àquela época, quais o abandono do Espiritualismo Racional e da Ciência Espírita, além da adulteração das obras citadas. Depois, as guerras, o esquecimento da Doutrina na França e na Europa e sua instalação no Brasil, completamente distorcido.

Os Espíritos não impedem o livre-arbítrio humano

Lembramos, para terminar, que o cerne da Doutrina Espírita, sempre demonstrado pelos Espíritos, é o livre-arbítrio, ao qual os Espíritos não podem se interpor. Podem aconselhar, mas não podem tolher a vontade humana. Assim fizeram: aconselharam largamente sobre a necessidade de cuidado que, infelizmente, faltou àqueles que deveriam cuidar do legado do mestre. Parece que o Movimento Espírita francês ficou muito confortável com o direcionamento de Kardec e, quando isso deveria mudar, a partir de meados de 1869 (conforme exposto na Revista Espírita de dezembro de 1868, “Constituição transitória do Espiritismo”) Kardec morreu, e todos ficaram sem rumo. Assumindo Leymarie a direção da Sociedade Espírita, desvirtuou o propósito da Revista Espírita, admitindo a doutrina roustainguista a troco de dinheiro, e o resto o leitor pode conhecer através da leitura das obras O Legado de Allan Kardec, de Simoni Privato, Nem Céu, Nem Inferno, de Paulo Henrique de Figueiredo e Ponto Final, de Wilson Garcia.

O bem em meio aos enganos

Muitos dizem: “o Movimento Espirita, em meio a muitos enganos, ainda assim produz um bem. Não é de todo errado”. Não poderíamos discordar disso. Não dizemos que há erro ou engano em tudo e que nenhum bem se produz. Um romance mediúnico, por mais que seja repleto de ideias erradas, pode ser a porta de entrada para o indivíduo questionador ir atrás de mais informações, terminando por conhecer as obras de Kardec, enfim. Mas, perguntamos: não seria melhor que o Espiritismo fosse apresentado como ele é, simples e racional, sem os absurdos que produzem tantos contratempos e que muito frequentemente conduzem à descrença? Não podemos deixar de destacar que, quando se abre espaço para um engano, dentro de uma ciência, e esse engano não é remediado pela teoria e pelos fatos doutrinários, ele dá margem a muitos outros. É o que tem acontecido.

Restauração

É chegada a hora de restaurar o Espiritismo, o que já começou no Brasil e se espalhará pelo mundo. O primeiro passo é aprender o Espiritismo como ele verdadeiramente é, afastando-se dos erros. Aqueles que, ditos “espíritas”, não desejarem fazer assim, integrarão uma nova religião, se o quiserem, tão dogmática quanto as demais. Deixemos que o tempo se encarregue deles, mas nem por isso deixemos de fazer a nossa parte, apresentando os erros, frente à Doutrina Espírita, sem personalismo. Depois, virá o tempo da restauração do método de Kardec. Esses dois passos darão a possibilidade do sexto período previsto por Kardec: o da renovação social.

Não podemos deixar de recomendar como leitura essencial a obra Autonomia – A História Jamais Contada do Espiritismo, de Paulo Henrique de Figueiredo.

Faça parte dessa jornada, que é coletiva e somente se dará pela colaboração de muitos.




Os problemas da crença no nada (niilismo) e no castigo

A crença no castigo, mesmo dentro do Espiritismo (ou do Movimento Espírita) e a crença no nada levam o homem a duas situações muito complicadas. Vejamos:

Quando se crê no nada, o homem se concentra sobre o desfrute do presente, a qualquer custo. Isso é o que Kardec nos demonstra em O Céu e o Inferno (editora FEAL):

“Há algo mais desesperador do que a ideia da destruição absoluta? As afeições sagradas, a inteligência, o progresso, o conhecimento laboriosamente adquirido, tudo seria desfeito, tudo estaria perdido! Qual a necessidade do esforço para nos tornarmos melhores, para reprimirmos as paixões, para enriquecermos nosso espírito, se daí não devemos colher fruto algum, sobretudo ante a ideia de que amanhã, talvez, isso não nos servirá mais para nada? Se assim fosse, a sorte do homem seria cem vezes pior do que a do selvagem, que vive inteiramente no presente, na satisfação de seus apetites materiais, sem aspirações com relação ao futuro. Uma secreta intuição nos diz que isso não é possível.

Pela crença no nada, o homem inevitavelmente concentra seu pensamento na vida presente. Não haveria, com efeito, por que se preocupar com um futuro do qual nada se espera. Essa preocupação exclusiva com o presente o leva naturalmente a pensar em si antes de tudo; é, portanto, o mais poderoso estímulo ao egoísmo. O incrédulo é coerente quando chega à conclusão: “Desfrutemos enquanto aqui estamos, desfrutemos o máximo possível, pois, depois de nós, tudo estará acabado; gozemos depressa, porque não sabemos quanto tempo durará”, assim como a esta outra, bem mais grave aliás para a sociedade: “Desfrutemos, não importa à custa de quem; cada um por si; a felicidade, cá embaixo, é do mais astuto”. Se o escrúpulo religioso restringe a ação de alguns, que freio terão aqueles que em nada creem? Para estes, a lei humana somente alcança os tolos, e por isso dedicam seu talento a maneiras de dela se esquivarem. Se há uma doutrina nociva e antissocial, é certamente a do neantismo ((Doutrina do nada, niilismo)), porque rompe os verdadeiros laços de solidariedade e de fraternidade, alicerce das relações sociais.”

KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno, Editora FEAL.

Algo diametralmente oposto ao pensamento niilista, glorificado em Nietzsche:

A descoberta da moral cristã é um acontecimento que não tem igual, uma verdadeira catástrofe. O pretexto sagrado de tornar melhor a humanidade surge como a astúcia para esgotar a própria vida, para a tornar anêmica. O conceito de além foi inventado para desvalorizar o único mundo que existe – para destituir a nossa realidade terrena de todo o fim, de toda a razão, de todo o propósito! O conceito de alma, de espírito, finalmente ainda de alma imortal, inventou-se para desprezar o corpo. Por fim – e é o mais terrível – no conceito de homem bom, toma-se o partido de tudo o que é fraco, doente, falhado, do que em si mesmo é passivo, de tudo o que deve perecer – a lei da seleção natural é contrariada, e faz-se um ideal a partir da oposição ao homem altivo e bem-sucedido, ao homem que diz sim, ao homem que garante e está certo do futuro – este torna-se agora o mau… E em tudo isto se acreditou como moral.

NIETZSCHE, 2008, p. 99-100

Por outro lado, quando o homem acredita na ideia da queda pelo pecado ou na vida humana como uma forma de “pagar dívidas”; em outras palavras: quando ele acredita na ideia do castigo divino, ele se torna inapto a lidar pró-ativamente com seus problemas. Uma mulher que, por exemplo, viva com um mau companheiro, que a agrida, física ou moralmente, pode crer (e muitos lhe afirmam isso) que está vivendo um “resgate” de vidas passadas. Deve, portanto, se submeter às condições desumanas, para, segundo dizem, “quitar seus débitos”.

Essa maneira de pensar é frequentemente ensinada desde os primeiros passos da criança, quando esta é submetida ao castigo, ao invés de ser instigada ao desenvolvimento pela sua própria autonomia racional. Já tratamos disso no artigo “O castigo irrita e impõe. Não educa pela razão.


O fanatismo da credulidade cria incrédulos, porque nada responde. Tira o indivíduo do controle sobre sua responsabilidade: se comete o mal, é culpa do diabo; se faz o bem, é graça divina.

O fanatismo da incredulidade, por outro lado, vai na mesma direção e produz a mesma coisa que o primeiro: o indivíduo, se faz o mal ou se faz o bem, é por conta do seu DNA.

Ambos transformam o ser em um autômato a quem resta, apenas, os prazeres mundanos, ante à perspectiva do nada ou da condenação eterna. A via intermediária, em sua excelência racional, é o Espiritualismo Racional e o Espiritismo (em sua origem). Veja esse estudo: https://www.youtube.com/watch?v=OCD2_iAQySw.


Recomendamos a todos o estudo seguinte:




O Céu e o Inferno e a esdrúxula campanha do CSI do Espiritismo e do Portal Luz Espírita

O portal Luz Espírita, sustentado por pesquisas enviesadas de Carlos Seth e outros, continua fazendo uma “campanha esdrúxula” ((Tomo a liberdade de utilizar o mesmo termo usado por eles contra quem eles discordam)) contra aqueles que concluem diferentemente deles, baseados em pilhas de evidências que eles escolhem desconsiderar. Notório dizer que, “do lado de cá”, longe de descartarmos as evidências por eles encontradas, apenas verificamos que elas não provam a impossibilidade de que as adulterações tenham ocorrido. Tudo o que eles têm são evidências de que Kardec havia iniciado a produção de novas edições de O Céu e o Inferno e A Gênese, mas não que ele as tenha concluído nem que as obras impressas após sua morte não tenham sofrido alterações. Além disso, não fazem o principal: explicar as diferenças absurdas, não anunciadas e mesmo contraditórias entre uma edição e outra.

A questão é que não desejamos obter o monopólio do bom-senso e da verdade, coisa que eles insistem em fazer, sem que tentem fazer o que mais importa: explicar o motivo das diferenças grotescas entre as edições em questão. Colocamos, por exemplo, algumas diferenças entre a quarta edição de O Céu e o Inferno, registrada após a morte de Kardec, e a terceira edição (igual à primeira). Respectivamente:

Quarta edição de O Céu e o Inferno

Registrada após a morte de Kardec.

  • Capítulo VIII tornou-se capítulo VII;
  • Removeu-se a maior parte da retórica filosófica com a qual Kardec abria o capítulo
  • O título “As penas futuras segundo o Espiritismo” tornou-se “Código penal da vida futura“.

7.º — O Espírito sofre pelo próprio mal que fez, de maneira que sua atenção estando incessantemente concentrada nas consequências desse mal, ele compreenda melhor seus inconvenientes e seja motivado a corrigir-se.

8.º — Sendo a justiça de Deus infinita, é mantida uma conta rigorosa do bem e do mal; se não há uma única má ação, um único mau pensamento que não tenha suas consequências fatais, não há uma única boa ação, um único bom movimento da alma, o mais leve mérito, numa palavra, que seja perdido, mesmo nos mais perversos, porque é um começo de progresso.

9.º — Toda falta cometida, todo mal realizado, é uma dívida contraída que deve ser paga; se não o for numa existência, sê-lo-á na seguinte ou nas seguintes, porque todas as existências são solidárias umas das outras. Aquele que a quita na existência presente não terá de pagar uma segunda vez.

10.º — O Espírito sofre a pena de suas imperfeições, seja no mundo espiritual, seja no mundo corporal. Todas as misérias, todas as vicissitudes que suportamos na vida corporal são decorrentes de nossas imperfeições, expiações de faltas cometidas, seja na existência presente, seja nas precedentes.

O Céu e o Inferno, 4.ª edição.

O item 10 é, talvez, a maior prova da adulteração (clique para ler o artigo).

Terceira edição de O Céu e o Inferno

Publicada e registrada por Allan Kardec.

Capítulo VIII — As penas futuras segundo o Espiritismo

7. Sendo a justiça de Deus infinita, é mantida uma conta rigorosa do bem e do mal; se não há uma única má ação, um único mau pensamento que não tenha suas consequências fatais, não há uma única boa ação, nem um único bom movimento da alma — em suma, o mais singelo mérito — que seja perdido, mesmo nos mais perversos, porque é um começo de progresso.

8. A duração do castigo está subordinada ao aperfeiçoamento do espírito culpado. Nenhuma condenação por um tempo determinado é pronunciada contra ele. O que Deus exige para pôr fim aos sofrimentos é o arrependimento, a expiação e a reparação — em resumo: um aperfeiçoamento sério, efetivo, assim como um retorno sincero ao bem.

O espírito é, assim, sempre o árbitro de seu próprio destino; ele pode prolongar seus sofrimentos por seu endurecimento no mal, aliviá-los ou abreviá-los por seus esforços para fazer o bem. Uma condenação por um tempo determinado qualquer teria o duplo inconveniente de ou continuar a atingir o espírito que se houvesse aperfeiçoado, ou cessar quando ele ainda estivesse no mal. Deus, que é justo, pune o mal enquanto este existe; e encerra a punição quando o mal não existe mais. Assim se acha confirmada esta expressão: Eu não quero a morte do pecador, mas que ele viva, e eu o acusarei ATÉ QUE ELE SE ARREPENDA.

9. Estando a duração do castigo subordinada ao arrependimento, resulta daí que o espírito culpado que não se arrependesse e jamais se aperfeiçoasse sofreria sempre, e que, para ele, a pena seria eterna. A eternidade das penas deve então ser entendida no sentido relativo, e não no sentido absoluto.

O Céu e o Inferno, 1.ª a 3.ª edições.

Podemos notar uma diferença gritante entre as edições. Da mesma forma, a quinta edição de A Gênese contém alterações inexplicáveis entre a edição publicada por Allan Kardec e a edição registrada quase três anos após sua morte.

Não poupamos esforços

Já abordamos o tema várias vezes. Aqueles mencionados anteriormente não poupam palavras e termos depreciativos para tentar lançar descrédito por aqueles que concluem diferentemente deles. Nós, portanto, fazemos a nossa parte, baseados em fartas evidências, e com a certeza de que a outra parte nunca se dedicou a ler e refletir com calma sobre todas elas. Não dizemos: “esta é a verdade final”, mas dizemos: “não se deixem guiar por quem tente tomar o monopólio da verdade”.

É interessante notar como os textos da outra parte são sempre apaixonados, isto é, carregam uma grande nota de emoção e de raiva ou inveja aparentes. Isso já denota uma urgência por provocar a crença por outros meios, que não os da razão. Aliás, nesse afã de dominar a verdade, Carlos Seth já cometeu gafes tão banais como querer dizer que falar em Espiritualismo Racional seria trazer uma divisão para o meio espírita.

É ainda mais interessante notar que eles nunca mencionam o nome de Paulo Henrique de Figueiredo, nem trazem suas evidências e seus argumentos para a discussão. Apenas se limitam a dizer que eles já refutaram tudo — ao que discordamos profundamente. Fazem o mesmo com a Simoni Privato, embora ainda citem seu nome.

Bem, sem buscar prolongar esse assunto de maneira cansativa, agradecemos sempre a livre propaganda que eles mesmos fazem contra as ideias que não podem aceitar.