O Duplo Conceito do Bem e do Mal
Este artigo O Duplo Conceito do Bem e do Mal é continuação do artigo A Verdade que Liberta
O duplo conceito do bem e o mal é uma ideia falsa: fazer o que é certo considera-se agir no bem, enquanto errar é visto como agir no mal. Consequentemente, cada falha cometida pela pessoa acompanha uma auto condenação, como se cometesse um ato maligno. Na realidade, é natural cometer erros ao realizarmos qualquer atividade que ainda não dominamos em nossas vidas; isso não é maldade, mas simplesmente um erro.
Assim, através dessa mentalidade falsa, a pessoa acredita que é melhor evitar os erros. Mas como pode evitar erros? “Faça o que estou mandando” é o falam tanto os líderes religiosos quanto os acadêmicos, que exigem obediência cega. Na academia, frequentemente se ouve: “Faça o que estou dizendo.” “Você é incapaz, eu sei o que é melhor!” “Aprenda comigo e repita minhas palavras!” (HETERONOMIA). Porém, decorar e impor não leva ao aprendizado, pois cada indivíduo tem sua própria maneira de aprender, de compreender; uns mais rápidos, outros menos; as habilidades diferem de indivíduo para indivíduo; quem disse haver apenas uma maneira certa?
O verdadeiro progresso reside em cada um compreender as razões pelas quais as coisas não funcionam. Logo, é impossível alcançar algo sem tentar. Infelizmente, nós nos condicionamos a temer o erro como um pecado, paralisando as pessoas, impedindo-as de tentar e, consequentemente, de evoluir. Essa noção é absurda; é uma falsa ideia!
O erro só se torna verdadeiramente prejudicial quando é cometido conscientemente e persistido.
Allan Kardec estabeleceu que o Espiritismo é uma Ciência Filosófica, uma classificação na Academia do século XIX. Naquela época, as Ciências dividiam-se entre Ciências Naturais e Ciências Filosóficas, estas últimas incluía os espiritualistas. Nessa época, discutia-se todas essas ideias filosóficas. Surpreendentemente, ao revisitar os textos acadêmicos daquele século, descobrimos o espiritualismo científico, que, junto ao Espiritismo, tem o potencial de construir um novo mundo.
No livro “O Céu e o Inferno”, o Espiritismo explica que o duplo conceito do bem e do mal não estão personificados em Deus e no Diabo, nem se resumem à exclusiva divisão entre os salvos e os condenados. Todavia, essa falsa dicotomia desvia a humanidade do caminho correto.
Não há uma batalha entre o bem e o mal; qualquer afirmação contrária é enganosa, pois o Mal é uma ilusão que se dissipa quando compreendido(AUTONOMIA). A compreensão é a ferramenta do Bem.
Toda a criação existe em função da lei divina, os ministros de Deus organizam os mundos, a vida e as humanidades segundo o caminho do bem. Mas o espírito humano precisa agir no bem pela compreensão da verdade, de forma livre e desinteressada, ou seja, precisa superar a falsa ideia por seu esforço, conquistando a fé sustentada pela razão: a fé racional!
Se você entendeu bem, erga a cabeça, faça o seu melhor e sinta-se feliz e em paz consigo mesmo. Essa é a meta! Esse exemplo é transformador e desafia muitos daqueles que buscam a felicidade pela competição ou pela superioridade sobre os outros. Em suma, é essa explicação que devemos compartilhar com o mundo através do Espiritismo.
Este artigo foi elaborado a partir de palestra proferida por Paulo Henrique de Figueiredo. Clique aqui para conhecê-la.
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