Aqui Kardec faz uma abordagem sobre algumas respostas dos Espíritos a respeito de algumas questões básicas, pertinentes naquele momento. O propósito era demonstrar ao público a clareza, a profundidade e a exatidão dessas respostas, creio. Tomo, desse capítulo, alguns pontos:
O Espírito é alguma coisa, que ainda não podemos compreender de completo. Nos falta, ainda, a capacidade de depreender que um ser possa se manifestar sem uma aparência visual ou sem os efeitos que atingem nossos sentidos materiais. Contudo, já compreendemos que o Espírito é a essência, o ser real que, para interagir com a matéria, precisa de um intermediário, chamado de perispírito.
O Espírito liberto da matéria não encontra nela nenhum obstáculo nem influência, isto é, pode atravessar objetos e até mesmo o fogo, sem nada sofrer.
Apenas os Espíritos inferiores se ocupam de ruídos, movimentos de objetos, etc. Contudo, os Espíritos superiores por vezes se utilizam desses espíritos para atingir um fim útil, como chamar a atenção. Este é um ponto que vai se firmar e se definir claramente em O Livro dos Médiuns, mais à frente.
A prova de que um conteúdo vem dos Espíritos, e não apenas da mente do médium ou dos demais presentes, está em que, em grande parte das vezes, o conteúdo transmitido vai contra o pensamento dos encarnados reunidos.
Todos os Espíritos são capazes de dar manifestações inteligentes.
Nem todos os Espíritos estão aptos a compreender as perguntas que se lhes fazem, o que, contudo, não os impede de a elas responderem. Disto parte a necessidade de sempre buscar julgar os conteúdos espirituais sob a luz da razão e da concordância.
Além disso, surgiu a grande questão: poderia o próprio Deus entrar em contato diretamente conosco? Bem, nos baseando na forma como o próprio Kardec se expressava, que consideramos bastante justa e ponderada, não temos a consideração de dizer se Deus, ou mesmo Jesus, que é um Espírito de altíssima hierarquia, podem ou não realizar milagres ou tomar ações diretamente. O que o Espiritismo faz é mostrar que existem explicações racionais e mesmo bastante naturais para os fatos ditos milagrosos, deles não se ocupando além disso.
Minha consideração: Deus é Deus, e poderia fazer de tudo; contudo deixa à sua obra e às suas criaturas as tarefas necessárias à sua própria evolução, assim como um bom pai permite que o filho se encarregue ele mesmo de explorar um brinquedo ou de desenvolver uma tarefa em conjunto com outras criancinhas. Aliás, Jesus é justamente o maior exemplo disso, não como uma criancinha, mas como o filho mais velho, que já aprendeu muito, e que vem, em nome do Pai, ensinar aos outros irmãos.
Vários modos de comunicação
Os Espíritos se comunicam de várias formas. As primeiras delas se deram através dos fenômenos da tiptologia e da sematologia que são, respectivamente, as comunicações através de pancadas (por exemplo, 1 batida para sim e 2 para não) e aquelas através do movimento de objetos (por exemplo: o Espírito move uma mesa ou um lápis na direção da letra ou da palavra que deseja comunicar).
Esses, contudo, foram métodos muito rudimentares e mesmo extremamente cansativos para ambos os lados. Além disso, se prestaram muito mais a chamar a atenção para o fato das inteligências espirituais agindo por trás dos fênomenos do que para a transmissão de ensinamentos superiores, poste que se dão a tais fenômenos apenas Espíritos inferiores – embora possam estar “a serviço” de outros Espíritos mais elevados.
O uso do lápis amarrado à cestinha também foi uma forma de sematologia, mas, mais propriamente, é chamado por Kardec, pelo menos nesse momento, de escrita indireta. Muito rapidamente, porém, e a conselho dos próprios Espíritos, esse método foi substituído pela psicografia, onde o próprio médium segura o lápis ou a pena e cede o controle de sua mão ao Espírito comunicante.
A capacidade e a profundidade dessa escrita, obtida pela psicografia, depende muito da capacidade do próprio médium e do Espírito comunicante – em outras palavras, da sinergia entre eles. Alguns obtém longos manuscritos de ordem elevada; outros obtém escritas impossíveis de serem lidas senão pelos próprios médiuns, como se uma espécie de intuição os guiasse.
Também é importante lembrar que a psicografia pode ser mais intuitiva ou mais mecânica. Quando ela é mais mecânica, as mãos do médium podem ser agitadas, controladas, sem que este saiba sequer o que está escrevendo. É o contrário do que acontece no primeiro caso, onde a comunicação vem através da intuição.
Outro gênero de comunicação é o da palavra – aquilo que hoje nós conhecemos como psicofonia. O Espírito toma controle das cordas vocais do Encarnado e transmite sua comunicação. Às vezes, essas comunicações, porém, acontecem sem intermediação corpórea, quais são os casos de vozes que ouvimos no ar ou em nossos pensamentos, como explicaremos a seguir.
É interessante notar que a Revista Espírita nasceu antes de O Livro dos Médiuns, tendo, ela, alguns propósitos muito bem definidos e importantes: o primeiro deles, era propagar ao máximo possível o Espiritismo dentre as massas; o segundo seria o de poder obter relatos de todas as fontes, verificando os conteúdos de forma metodológica e buscando a tão necessária concordância universal. Muitos conteúdos tratados na Revista, de forma séria e sob tal metodologia, foram posteriormente reproduzidos e aprofundados em outras obras, como na citada.
Nesse contexto e nesse momento, Kardec utiliza um termo que nunca mais utilizou – daí a importância do entendimento acima: espiritologia, havendo, então, dois tipos desse fenômeno – o da espiritologia direta e o da espiritologia mediata. Seriam, respectivamente, os casos de comunicações verbais diretas, onde os Espíritos aparecem em estado de vigília, e os casos de comunicações onde palavras e frases soam em nossos pensamentos ou mesmo em nossos ouvidos.
Este é, enfim, um dos primeiros passos, quiça um esboço, de algo muito mais grandioso e profundo que, em pouco tempo, ganharia forma em O Livro dos Médiuns ou Guia dos Médiuns e dos Evocadores. Voltaremos a esse assunto futuramente, mas você, caro leitor, pode aprofunda-lo, como a tantos outros, no estudo dessa obra tão necessária e recomendada.
Diferentes Formas de Manifestação
Kardec sempre abordou em O Livro dos Espíritos as Naturezas das Manifestações. Elas podem ser:
– Manifestações Frívolas – que emanam de Espíritos levianos, zombeteiros, travessos, maliciosos. São pensamentos que não adicionam nada;
– Manifestações Grosseiras – que emanam de Espíritos inferiores para chocar as pessoas. São bem complicadas. Justamente por isso as reuniões não são feitas abertas ao publico;
– Manifestações Sérias – não necessariamente são sábias, por não ser um Espírito de maior evolução, mas são sérias pelo assunto importante ao parente, um familiar, um amigo. Trivialidade, às vezes;
– Manifestações Sábias, que emanam de Espíritos superiores. São comunicações que acrescentam algum tipo de ensinamento.
Kardec dizia que cabe a cada um de nós, com estudo, poder identificar, analisar e julgar a manifestação. Importante lembrar que, no nosso entendimento, não devemos reprimir qualquer tipo de manifestação seja de qual natureza for, pois sempre há um propósito.
Destacamos que Kardec disse: “se é preciso experiência para julgar os homens, mais ainda para julgar os Espíritos”.
Vemos que as comunicações grosseiras são comuns, principalmente, para quem está começando o estudo mediúnico. Em reuniões, é comum o Espírito manifestante usar de xingamentos, falar coisas complicadas, pensamentos baixos, pensamentos maliciosos, sexuais, etc. Há de se ter certa maturidade do grupo, pois pode ter conteúdo bem “pesado”, tanto psicofonico quanto escrito. Muitas vezes o médium fica confuso ao pensar que o problema é com ele, por ele ter trazido aquela manifestação grosseira. Ele está em treinamento mediúnico então “a sua casa” ainda está aberta para todo tipo de manifestação. É comum aparecerem espíritos grosseiros. Ele está lá, mas um médium educado sabe diferenciar. O que muda teoricamente é a intenção. Isso tudo exige muita disciplina e treino.
O maior medo do grupo mediúnico é a mistificação. Muitos dos Espíritos se apresentam disfarçados, com palavras bonitas, linguagem evangelizada, etc. para atrair a confiança do médium, mas na realidade são Espíritos apresentando teorias ilógicas, sem fundamentos, prejudiciais às pessoas. O conteúdo é impressionante, aparentemente elevado e bonito. O médium fica fascinado nessa manifestação falsa e muitas vezes, por vaidade e orgulho, fica cego aos sinais. É o que mais tira o médium da seara do bem. Há de se ter discernimento para perceber que não é uma mensagem séria, muito menos sábia – e um dos maiores indícios disso é quando o Espírito se apresenta de forma pomposa ou com grandes nomes históricos. O médium ou o evocador que tenha se empenhado no estudo principalmente do Livro dos Espíritos e o Livro dos Médiuns, contudo, mais facilmente consegue fazer essa distinção.
Quando o grupo mediúnico detecta esse tipo de manifestação grosseira, devem se ter muita habilidade para conversar com o médium fascinado, pois há o perigo do médium deixar o grupo. Muitos médiuns se “doem” por acreditar em mensagens desse tipo, deixando-se levar. O médium tem que entender que ele é apenas intermediário, e aceitar o entendimento dos outros membros daquela grupo. Tudo é um aprendizado.
Normalmente, na conversa após a reunião mediúnica, o médium, humildemente, deve perguntar como foi sua comunicação, como ele pode melhorar para servir a espiritualidade, ser melhor entendido, etc. É muito importante que a casa ou o grupo espírita, já que houve o interesse dela se formar com aquele grupo, busque constantemente cultivar a EVANGELIZAÇÃO de cada um de seus membros, posto que o médium, quando mais buscar sua reforma íntima, menos se deixará aberto por suas imperfeições.
Introdução
Iniciamos os estudos da Revista Espírita de Janeiro de 1858 pelo começo, abordando aquilo que destacamos e compreendemos da Introdução da publicação.
Finalidade do Espiritismo
O Espiritismo tem, como finalidade suprema, a iluminação do ser humano, trazendo influência sobre o estado moral da sociedade. Ele o faz, contudo, através do estudo da ciência espírita, que se prolifera e contagia inevitavelmente, todo o mundo. Vemos, hoje, nas diversas religiões, seus traços de influência. Nas Igrejas Católicas, em grande parte, já não se fala mais em um diabo ou em um inferno, por já haver uma compreensão tácita, se não formalizada pela teologia, de que tais conceitos nasceram apenas de uma incapacidade de compreensão no passado. Desfazem-se, assim, muitos dogmas, ao passo que, com o avanço da inteligência humana e suas buscas por respostas, outros [dogmas] são criados e permanecem sem esclarecimento, pela interrupção dos estudos metodológicos do Espiritismo.
Magnetismo
Kardec cita o magnetismo, cuja compreensão, juntamente a outras ciências de sua época, nos permite constatar que o Espiritismo nasceu no tempo certo, nem antes nem depois do que deveria e que, ao invés do que muitos pensam, encontrou terreno fértil para sua rápida disseminação. Sobre isso, recomendo a leitura da obra Espiritismo e Magnetismo, de Carlos Alberto Loureiro. Espiritismo e magnetismo, ambos, são fenômenos naturais, e a compreensão do segundo, como fato científico, torna mais fácil ainda a compreensão do primeiro.
À época de Allan Kardec, o estudo dos fenômenos magnéticos eram bastante vastos e comuns. É por isso que Kardec, quando foi chamado a conhecer o fenômeno das mesas dançantes, dele não duvidou, mas supôs, inicialmente, que se tratava de fenômeno dessa ordem. Ao investigá-lo, mais tarde, como já sabemos, encontrou ali um fenômeno inteligente, que despertou seu interesse profundo.
O magnetismo era largamente utilizado para a produção de fenômenos hipnóticos sonambúlicos, dos quais se obtinha largo campo para estudos. Inclusive, sobre isso, os próprios Espíritos recomendam, em O Livro dos Espíritos, que o estudo desses fenòmenos daria ao homem grande fonte de conhecimentos:
445. Que deduções se podem tirar dos fenômenos do sonambulismo e do êxtase? Não constituirão uma espécie de iniciação na vida futura?
“A bem dizer, mediante esses fenômenos, o homem entrevê a vida passada e a vida futura. Estude-os e achará o aclaramento de mais de um mistério, que a sua razão inutilmente procura devassar.”
Com o passar do tempo, contudo, tais fenômenos passaram a ser colocados à conta de crendice ou superstição, e foram relegados ao esquecimento. Contudo, temos diariamente aos nossos olhos, nos diversos grupos das redes sociais, relatos pessoais que muito parecem levar a tais capacidades sonambúlicas que, se estudadas e bem aplicadas, talvez muito bem poderiam trazer.
Fato é que esse tema, tão esquecido e tão pouco compreendido, poderá nos fornecer grande campo de estudo. Destaco, por exemplo, os conteúdos produzidos em fartura pelo grupo chamado “Hospitais Espirituais do Nordeste”, fartamente encontrados em seu canal do Youtube, mas que, sobre alguns pontos, ainda produzem estranheza, por não nos ser possível, ainda, estudá-los sobre outras fontes.
Espiritismo é ciência
Cabe apenas citar, para compreensão geral, essa grande verdade: Espiritismo é ciência de aspecto filosófico. Relembramos que ciência não é apenas aquilo que se faz em laboratório.
Mais à frente, Kardec afirma que “a história da Doutrina Espírita é, de certo modo, a história do espírito humano”. Concordo totalmente. Kardec buscava, para a compreensão dessa ciência, estudá-la em toda parte, em todas as fontes, jamais dando palavra final sobre algo que não se tenha buscado estudar a fundo.
Os propósitos da Revista Espírita
Kardec deixa muito claro o propósito de acolher, na Revista, todas as observações dirigidas, procurando esclarecer os pontos obscuros, conforme o conhecimento já adquirido. Isso dá grande norte aos nossos próprios estudos, acredito, buscando fazer como propôs o codificador: “discutir, mas não disputar”, ou seja, buscar o estudo e o esclarecimento entre todos aqueles que busquem, de bom grado, compreender a natureza do Espiritismo e dele tirar bom proveito às suas próprias vidas.
Kardec cita o propósito de relatar os fenômenos patentes que testemunhasse ou que lhes fossem relatados. O propósito maior disso tudo vai ficar mais claro em nossa próxima reunião de estudos, quando iniciaremos pelo tema “Manifestações Físicas”.
Seguindo esses passos, decidimos também abrir um formulário, em nosso site, onde quem desejar possa submeter relatos pessoais, que, selecionados, poderão ser abordados em nossos próprios estudos.
A seguir, Kardec afirma o tão necessário empenho de não se dar afirmações de ideias próprias, mas, sim, de buscar interpretar tudo à luz da Doutrina dos Espíritos. Com isso, aliás, buscaremos resolver quaisquer dificuldades dentro do nosso próprio grupo.
Sobre o espaço, na Revista, para a publicação de comunicações escritas ou verbais dos Espíritos, nos absteremos, por enquanto, de tal propósito de nossa parte, ou seja, não buscaremos tais comunicações pelos nossos próprios meios, pelas dificuldades já citadas. Estaremos abertos, contudo, se formos conduzidos a isso, já que é o propósito maior de nossa iniciativa
A adulteração em A Gênese e o “CSI do Espiritismo”
Para quem acompanha nosso trabalho e já se inteirou das informações desta iniciativa, sabe que ela nasceu, principalmente, por uma grande agitação pessoal causada após a leitura das obras “O Legado de Allan Kardec”, de Simoni Privato, e “Nem céu nem inferno: As leis da alma segundo o Espiritismo”, por Lucas Sampaio e Paulo Henrique de Figueiredo. Após ter contato com essas obras, que, reitero e defendo, são extremamente bem fundamentadas na evidência dos fatos históricos, aliadas à irretorquível racionalidade de seus autores e demais envolvidos, fica claramente evidente que o Espiritismo sofreu grande revés, após a morte de Allan Kardec, com a adulteração na letra, em A Gênese e em O Céu e o Inferno, e no movimento espírita. Não é o que pensa Carlos Seth, do CSI do Espiritismo, mas já falaremos sobre isso.
Na letra, duas obras do professor Rivail (Allan Kardec) sofreram adulterações, após sua morte, inserindo-se nela conteúdos que causam entendimentos diferentes daqueles que o Codificador e os Espíritos Superiores anteriormente refletiram nessas obras.
No movimento espírita a adulteração foi no sentido de que, conforme planos de Kardec, esse deveria deixar de ser centralizado em uma pessoa ou grupo, espalhando-se sobre incontáveis grupos, solidários entre si, continuando os estudos nos mesmos moldes de lógica, razão, concordância universal e, sobretudo, caridade e fraternidade. Após sua morte, o movimento, sob a nomenclatura da Sociedade Espírita Parisiense, fundada por Kardec, e às custas de suas notórias imagem e contribuição prévias, passou a ser regido conforme as vontades particulares e os interesses pessoais. Tornou-se, a referida Sociedade, o templo repleto de vendilhões.
Antes de continuar, contudo, eu peço: não acredite apenas em mim. Leia você também as referidas obras, além da obra “Muita Luz”, de Berthe Fropo, facilmente encontrada em PDF, na Internet.
Creio que como Espíritas devemos buscar o exemplo probo e justo do grande mestre, professor Rivail, que nunca dava afirmativa ou negativa sobre qualquer assunto sem, antes, dele se inteirar completamente. E aqui, não podemos fazer diferente, se realmente queremos ser leais à Doutrina Espírita que, para espalhar luz, carece de ser confirmada e compreendida por toda a parte.
Pois, bem! Regido por esse impulso, cheguei até uma página no Facebook chamada “CSI do Espiritismo“, onde, dentre alguns artigos, um há bastante especial, de Carlos Seth, do dia 04/11/2020, tratando a respeito de uma carta manuscrita, com a letra inconfundível de Allan Kardec, que daria a entender que, “sem sombra de dúvidas”, a obra “A Gênese” não teria sido adulterada em sua 5.ª edição, mas, sim, produzida pelo próprio Allan Kardec.
Quero adiantar que acho estranho um artigo de uma página supostamente espírita e que, pelo próprio nome, dá a entender o grande compromisso com a investigação, se basear apenas em um dos lados da história, não indo a fundo na citação e na análise das afirmações contrárias, como é o caso daquelas apresentadas largamente pela autora Simoni Privato na obra anteriormente citada e, depois, por Paulo e Lucas na obra “Nem céu nem inferno”.
É muito estranho, na verdade. Parece haver uma pressa, uma ansiedade mesmo, muito grande, em encontrar sequer uma fonte que dê embasamento, embora enviesado, à tese de que toda essa enorme quantidade de informações que apontam para adulterações não passariam, na verdade, de engano, ou que os autores tiveram mero descuido na análise peremptória de todo esse material.
É totalmente diferente do que fazia e do que recomendava Allan Kardec, que, por inúmeras vezes, apresentava e discutia as ideias contrárias, mesmo aquelas que poderiam, em um primeiro golpe de vista, conquistar simpatias contrárias ao Espiritismo. Ele, porém, não estava preocupado com isso. Sua preocupação era a verdade, haurida na verificação da lógica dos fatos e da razão.
De minha parte, não pretendo cometer o mesmo engano e, por isso, reproduzo abaixo alguns trechos desse artigo, que pode ser conferido na íntegra através deste link.
O artigo da página CSI do Espiritismo e minhas considerações
Vou destacar os trechos mais importantes do artigo citado, fazendo minhas considerações logo abaixo de cada trecho.
É informado por Allan Kardec (vide parte em negrito na tabela contendo a transcrição/tradução do manuscrito) que a tradução devia ser feita a partir da nova edição da obra (A Gênese), que estava naquele momento – em setembro de 1868 – sendo reimpressa e que esta continha correções e acréscimos importantes.
Isso não prova que se tratava de uma nova edição, mas, sim, da reimpressão, muito provavelmente da mesma edição – a 4a, em estágio de finalização naquele momento. Ora, não podemos supor que Kardec, metódico e sempre extremamente cuidadoso com tudo, haveria submetido uma nova edição para impressão sem que se houvesse realizado o depósito legal junto à Biblioteca Nacional, o que ainda era exigido por lei e que foi estritamente cumprido para todas as novas edições de todas as obras por ele produzidas.
Temos, ainda, aqui, algo muito substancial: em “O Legado de Allan Kardec”, de Simoni Privato, a autora faz uma profunda explicação sobre como funcionavam as impressões naquele tempo. De forma resumida, enquanto a edição de uma obra não estivesse concluída, isto é, ainda houvessem correções a serem realizadas, elas eram feitas sobre tipos móveis, com a impressão de poucos exemplares. Após a finalização das correções e dos ajustes, os tipos móveis eram utlizados para a fundição de matrizes, que funcionavam como moldes para a produção de tipos fixos, em metal, para a produção em larga escala.
Acontece que existe uma declaração, do Sr. Rouge, tipógrafo das seis primeiras edições de A Gênese, afirmando que as matrizes da obra foram realizadas ao final de 1868 e cobradas do Sr Rivail (Kardec), ou seja, pouco após a citada carta em que ele fala em reimpressão da obra, por conter erros e acréscimos. Ou seja: a edição estava em fase final de elaboração, tendo sido concluída logo após!
Notamos que seria claramente possível a reimpressão de novas edições sem alterações. O contrário (a realização de alterações) demandaria a submissão de novo registro na Biblioteca Nacional Francesa, sem o qual o autor estaria agindo ilegalmente e poderia enfrentar reações do próprio governo, então sob o Segundo Império, de Napoleão III.
A obra referida (A Gênese) teve 3 edições feitas com Kardec em vida. A 1ª edição da obra veio à luz, em Paris, no dia 6 de janeirode 1868, seguindo-se, nesse mesmo ano, a publicação da 2ª e da 3ª edições, absolutamente idênticas, meras reimpressões da 1ª edição (é por isso que há apenas dois depósitos legais da obra: a primeira edição e a 4ª edição).
A 4ª edição, embora contendo na capa e na folha de rosto o ano de 1868, só foi publicada no primeiro semestre de 1869, já desencarnado o Codificador, mas guardando as mesmas características das três primeiras edições, com as quais não se diferencia em ponto algum, ou seja, produzida sobre as matrizes encomendadas pelo próprio Kardec ao final de 1868.
No manuscrito consta a informação de que as folhas impressas da nova edição (A Gênese) seriam enviadas por Allan Kardec (ao destinatário da carta para a tradução), além de dizer que existia cerca de metade delas (referência às folhas impressas com o conteúdo da nova edição) já prontas, comprovando que o mestre havia concluído o texto alterado da nova edição.
Eu não compreendo Francês, muito menos entendo a letra de Kardec. Tenho que considerar o que o autor do texto está dizendo e, aqui, me pergunto: afinal, se tratava de uma REIMPRESSÃO ou de uma NOVA EDIÇÃO? Contudo, ao buscar nos textos transcritos do francês (disponíveis aqui) não há, até onde vi, a palavra “édition” relacionada à obra A Gênese, tampouco à obra “O Céu e o Inferno”.
NOTA: após leitura cuidadosa, notei que, sim, a palavra “édition” – “nouvelle édition – nova edição – existe na carta original. Ainda assim, nesse momento, isso não prova que a suposta 5a edição, de 1869, seja integralmente das mãos de Kardec.
Considerando que as “provas impressas” já estavam sendo feitas pela tipografia em setembro de 1868, e se elas seriam enviadas para a tradução em alemão, podemos afirmar que temos um reforço substancial à hipótese da Declaração de Impressão de 04/02/1869 se referir à 5ª edição “revista, corrigida e aumentada”. Além disso, se as matrizes de impressão estavam praticamente prontas em setembro de 1868 – visto que a gráfica já estava imprimindo as folhas – a tentativa de quaisquer interferências no conteúdo da obra após o falecimento de Kardec, e antes da publicação da 5ª edição de 1869 – grifo meu – (abril, maio ou junho), seria bastante improvável. Como justificar qualquer alteração para o tipógrafo? Quem assumiria este custo de fazer uma nova diagramação de todo o livro e da confecção de novas matrizes? Por que? Que provas existem sobre esta hipótese?
No manuscrito da carta de 25/09/1868 temos, também, a importante informação de que o livro “O Céu e o Inferno” iria, igualmente, ser reimpresso com correções (vide parte em negrito na tabela contendo a transcrição/tradução do manuscrito)
Mesmo caso. Reimpressão não é nova edição.
Ela é a fonte primária que comprova((Argumento falacioso, visto que parte da análise de apenas um lado dos fatos, e de forma enviesada.)) que Allan Kardec efetuou alterações no livro A Gênese, com correções e acréscimos importantes. Além de indicar que o mestre já havia iniciado o processo de reimpressão da nova edição da 5ª edição, já em setembro de 1868((Iniciar é diferente de finalizar. Naquela época, principalmente, o processo envolvia a impressão de exemplares para análise e correção. Apenas ao final disso, com a edição finalizada, fundia-se a matriz para a impressão em massa – o que nunca aconteceu, conforme relata Privato)). O manuscrito da carta confirma que pelo menos metade das folhas de impressão dos textos da edição revisada já estariam prontas naquela data((Isso apenas dá suporte à tese de que a nova edição estava em andamento, em pleno processo de revisão e correção, mas não finalizada.)).
Considerações finais
Apenas ao final do artigo citado, aparentemente como uma forma de “descansar” a consciência, há uma muito breve citação ao nome de Simoni Privato, com um agradecimento por seu trabalho fraternal (?), não havendo qualquer citação anterior, seja de sua obra, como bibliografia, a fim de buscar comparar as evidências por ela apontadas.
A página em questão, CSI do Espiritismo, vêm sendo largamente indicada como “fonte confiável”, como a última palavra a respeito dessas investigações, por diversas outras entidades, individuais ou representativas, como é o caso da FEB, em seu artigo “A propósito da suposta adulteração do livro O céu e o inferno, de Allan Kardec”. Acontece, porém, que não está havendo o necessário estudo metodológico e concordante, submetido à razão, sequer sobre esses FATOS:
Constitui adulteração e, por isso mesmo, se torna ilegal, qualquer alteração em obra, realizada postumamente, que não seja para a atualização gramatical necessária. Kardec não estava vivo para dizer se queria aquela obra publicada daquela forma, ainda que ela tenha sido produzida por sua própria mão.
Pelo simples fato de que não há depósito legal, por Allan Kardec, da 5a edição de A Gênese, nem da 4a edição de O Céu e o Inferno, cujas alterações, aliás, compreendem a eliminação do prefácio da obra, o que sequer faz sentido à razão, deveríamos nos manter, por segurança, com a 4a Edição de A Gênese e a 3a Edição de O Céu e o Inferno.
A Sociedade Espírita de Paris, comandada por Leymarie, se distanciou totalmente dos propósitos de Kardec, deixando-se, esse infeliz senhor, sucumbir pela tentação da vaidade e do dinheiro. Chegou ao ponto de expulsar, de um dos apartamentos destinados por Allan Kardec a fins de caridade, um casal de idosos, por simples atraso nos pagamentos do aluguel, quando o mesmo e a Sociedade contavam com grandes somas de posses e dinheiro. Além disso, colocou de lado os planos para a continuidade do movimento espírita, com a multiplicação dos grupos de estudos e das “investigações” espíritas, regidas sob a metodologia necessária – ora, como poderiam aplicar tal medotologia aqueles que se veriam desmentidos por ela, não é mesmo?
Uma das provas mais utilizadas para afirmar que a 5a edição foi de autoria integral do próprio Kardec, a tal 5a edição de 1869, apresenta em sua capa, como endereço de impressão, o novo endereço da sede da Sociedade Espírita Parisiense: “Librairie Spirite et des Sciences Psychologiques”, em “7, rue de Lille”.
Sabemos que Kardec morreu antes do estabelecimento da Sociedade no novo endereço, o que comprova que tal edição somente foi impressa após sua morte. Leia mais clicando aqui.
Algo muito grave, também, é que, indiretamente, está se imputando ao sr. Hippolyte Léon Denizard Rivail (Allan Kardec) um crime grave: o de ter realizado uma nova edição, com alterações, sem a ter submetido legalmente, através do depósito legal necessário, como sempre o fez, afirmando-o, também, irresponsável. Ora, quem em sã consciência estudou Kardec um pouco mais aprofundadamente, facilmente verificará que uma coisa que ele jamais deixou de fazer foi agir séria e legalmente, tomando todos os cuidados para assegurar um futuro seguro para a Doutrina Espírita.
Aliás, de posse dos manuscritos de Kardec, disponibilizados pelo CDOR, da FEAL, foi possível identificar que:
Algumas cartas manuscritas demonstram que, em fevereiro de 1868, Kardec estava interessado em acrescentar trechos em A Gênese, pois era de seu costume, depois de um tempo do lançamento, revisar suas obras. Para isso, pediu conselhos aos espíritos para organizar esse trabalho.
Alguns amigos espirituais deram orientações para uma revisão da obra, com a expressa indicação para não alterar em nada as questões doutrinárias, como se percebe pelos seguintes trechos desta comunicação:
“Minha opinião é que não há absolutamente nada de doutrina a ser retirado; tudo aí é útil e satisfatório sob todos os aspectos” e
“É necessário deixar intactas todas as teorias que aparecem pela primeira vez aos olhos do público”.
No caso, além da demonstração jurídica da adulteração de A Gênese, também esta comunicação reforça o fato em razão das alterações doutrinárias identificadas na obra, com a supressão de diversos trechos em que Kardec critica a moral heterônoma do fanatismo religioso, dentre outras manipulações.
Ainda nesta comunicação, o espírito sugeriu também que ele trabalhasse sem pressa e sem dedicar muito tempo:
“Sobretudo, não se apresse demais. (…) Comece a trabalhar imediatamente, mas não de forma exagerada. Não se apresse”.
Chega a ser um absurdo. Essas cartas acima citada estão disponíveis, no mínimo, desde 2020, e os confrades do “CSI do Espiritismo” nem tocam nesse assunto!
Esses fatos, somados a inúmeros outros, que, hoje, podem ser facilmente colhidos e verificados pelo trabalho dos autores citados, deveriam acender um grande, um enorme sinal de alerta nas instituições espíritas brasileiras, provocando a busca por uma profunda análise do passado, sem vieses (porque não basta tomar apenas um lado da história – aquele que mais agrada a determinadas opiniões) mas, sobretudo, pela recuperação dos projetos de continuidade e do modelo exemplar de Allan Kardec, esses sim esquecidos pelo tempo e, obviamente, por conta das adulterações no Movimento.
Essa sim, sem sofismas, é a verdadeira forma de prestar homenagem a esse homem, professor Hippolyte Leon Denizard Rivail, que, junto à sua esposa, Amélie Gabrielle Boudet, dedicaram seus tempo, felicidade, tranquilidade e saúde em nome da causa da caridade e da difusão da doutrina consoladora pela Europa e pelo mundo.
Como serão nossos estudos
Iniciaremos, nesta semana, os estudos da Revista Espírita, em nosso encontro virtual. Esse primeiro encontro ficará apenas gravado, mas os próximos, se tudo der certo, contarão com live (transmissão ao vivo), em nosso Canal do Youtube, para participação de demais interessados.
Nós abordaremos o conteúdo da Revista Espírita de forma sequencial, semana a semana, abordando aquilo que couber dentro do espaço aproximado de 01 hora de nosso encontro. Depois disso, a live, se tiver existido, não estará mais disponível. Mas não se preocupe: publicaremos no Youtube vídeos sobre os temas abordados em cada semana, além de produzirmos artigos em nosso site. Assim, todo mundo terá ao seu alcance uma grande fartura de conteúdos para acompanhar os estudos deste grupo.
Para não perder nada, assegure-se de se inscrever em nosso grupo e em nosso Canal do Youtube. Você também pode entrar em nosso Grupo no Facebook e curtir nossa página, também no Facebook.
Primeiro Encontro Virtual
Queridos irmãos,
Realizamos hoje nosso primeiro encontro virtual, com apresentação do grupo e outros detalhes. Podem acompanhar os detalhes no vídeo abaixo.
A partir da próxima semana, nos encontraremos todas as quintas-feiras, às 19:30 (horário de Brasília), por vídeo. Quem quiser acompanhar os encontros, por gentileza, se inscreva no grupo do Telegram, pelo link https://t.me/joinchat/aEn4tUMbSKowY2I5
Primeira Reunião do Grupo de Estudos O Legado de Allan Kardec
– Agradecimentos iniciais aos participantes.
– Descrição de como surgiu a iniciativa deste Projeto::
“O divisor de águas foi uma mensagem de Paulo de Tarso ( sobre a questão Mãe: trabalha, espera, perdoa). Depois veio toda a trajetória para Reforma Íntima intuída. Depois foi aparecendo a literatura sobre pedagogia do amor, postagem da Revista Espirita e caiu na minha frente o livroNem Céu nem Inferno ( Paulo Henrique de Figueiredo e Lucas Sampaio ). Depois, caiu outro livro: O legado de Allan Kardec( Simoni Privato Goidanich). E foi surgindo a inspiração em um determinado sábado de agosto… Quando abri os olhos eu tinha montado este site TODO! Nascia O Grupo de Estudos O legado de Allan Kardec” https://geolegadodeallankardec.com.br/
Relato de Paulo Degering
Resumidamente: No livro Nem Céu Nem Inferno os autores iniciam com a questão da adulteração que houve no livro O Céu e O Inferno(Allan Kardec) e conta um pouco do que aconteceu. Eles dão provas de todo o desvio do conteúdo do livro de Kardec que teve. Nesse livro, eles citam o livro da O legado de Allan Kardec (Simoni Privato Goidanich)
Simoni Privato identificou a alteração na obraA Gênese ( Allan Kardec). Mostrou o que aconteceu no momento, muito bem fundamentado. Leiam o livro que faz parte das nossas recomendações.
A grande questão não é a adulteração. A grande questão é o desvio que o movimento sofreu. Se tivesse sido do jeito que Kardec planejou, e continuados de forma metodológica, os espiritas estariam diferentes do que estão hoje. Deu entrada para assuntos que não condiziam com a mediunidade. Por exemplo, na época, um senhor, em contato com um médium, recebeu mensagens de um Espírito Superior falso. Com tática, Kardec alertou que era falso. Ele não deu ouvidos, ele se fascinou. Na sequencia, Kardec desencarnou, esse médium se aproximou de Leymarie, e assim entrou na Sociedade Espírita e a sociedade caiu.
Se Leymarie tivesse adotado a metodologia de concordância universal de Kardec, ele conseguiria verificar.
Leon Denis, Gabriel Delanne, etc, não tomaram a frente com a energia necessária. Ficaram perdidos com o desencarne de Allan Kardec, a viúva de Kardec ficou frágil.
Depois de Kardec, alguns continuaram o movimento como Ernesto Bozzano. Ele prosseguiu em A crise da Morte. Ele buscou a mesma metodologia de Kardec. Isso foi se perdendo com o tempo, pois não tinha a mesma força.
– Temos que reiniciar o movimento, é importante estudar muito, mas temos que atualizar. Muitos falam que está ultrapassado, discordamos quanto ao fundamento: não está ultrapassado, mas desatualizado.
Pensamos que Kardec fez um grande trabalho na época dele, em apenas 11 anos, mas muita coisa merece uma atualização. Na época dele a prática mais comum era a psicografia. Hoje não é tanto. Para entender psicofonia tivemos que procurar outros meios como o autor Leon Denis para entender.
– Citamos o termo Karma O termo Karma não faz parte do Espiritismo.
– Citamos Perispírito: Tem várias camadas ou não? Como é isso? De onde vem a palavra Perispírito? De onde veio? O primeiro quem fez menção sobre falou foi Paulo de Tarso na Bíblia,. Ele usou o termo Corpo Espiritual que fazia a comunicação entre o corpo e Espírito. Depois, Paracelso (sec XVI) criou o nome Corpo Astral. Não se podia falar nada sobre Ocultismo naquela época por causa da Inquisição, então o termo virou Esotérico (que é ensinado a um grupo restrito e fechado). Acontece que o termo Corpo Astral não é Esotérico, pois ele simplesmente quer dizer Corpo dos Astros, ou seja, fora da Terra. Depois, Kardec não quis usar nenhum desses termos que remetiam ao Esoterismo ou a Bíblia e criou a palavraPerispírito, quer dizer, em volta do Espírito(Peri=em volta), mais técnico, sem misticismo. Depois André Luís veio com o termo Psicossoma, (junção de Psico=mente, Soma=corpo). Todos são a mesma coisa em outras palavras.
– As Obras de Chico Xavier trouxeram muitos ensinamentos na obra de André Luís. Tem muita gente que fala que não pode ser aceita como Obra Espírita, pois não teve metodologia. É importante que busquemos a razão, mas a concordância pode ser atemporal. Tem muito ensinamento nessas obras. Por exemplo, as “Colônias Espirituais” que não foram mencionadas por Kardec, mas na obra de Bozzano fala disso, que as coisas pequenas podem ser moldadas. Por que uma colônia não poderia? Quanto aos conhecimentos médicos citados nos livros ainda não se teve oportunidade de estender esse estudo. Tivemos que esperar. Outro exemplo: a glândula que André Luís falou lá atrás, que agora com estudos comprovaram que é a Apatita o Cristal da Pineal. E mais: Ler André Luís é muito gostoso, pois ele fala do processo mediúnico, como se fosse uma chama, uma flor da glândula, o processo desencarnatório, quando ele vê a emanação do Perispirito depois do desligamento do corpo, que ele nem consegue desanexar direito com a questão que é do Espírito. Então, temos muito campo para avançar.
– Situação da Pandemia e Reuniões Espíritas. Há muitas complicações em fazer reunião mediúnicas virtualmente. Compreensão geral de que a Mediunidade está no dia-a-dia e não somente na reunião espírita. Tem gente que nem pensa que é mediunidade. E tem gente que confunde doenças com mediunidade e levam vida desregrada sofrendo influencia de maus Espíritos.
“Estamos vivendo um momento muito importante. Faz parte o aflorar da mediunidade em todo mundo. Parece que é o momento. As pessoas estão falando muito em ver coisas, sentem coisas, etc. Aumentaram muito o número de médiuns que não sabiam antes que eram médiuns. Estão olhando mais para dentro. O estudo ajuda a entender. O estudo ajuda a se entender. Com estudo podemos ajudar os outros a encontrarem saídas.”
por Paulo Degering
O estudo acalma. Nós nos tornamos mais conscientes do outro. Nós refletimos mais como reagimos. Sempre com vigilância.
Tem tanta gente que buscando o caminho certo pode fazer parte de um novo amanhã. A mediunidade serve para corrigir a gente e para levar luz para o mundo. Então temos um campo enorme de possibilidades. Isso é para o futuro.
A sensitividade é a base de tudo: vem aquele sentimento, causa um incomodo e ela se contamina energeticamente. Ou alguém chega da rua e você sente uma inquietação… Isso está mostrando que você não está equilibrado. Quando você sente alguém contaminado, não justifica chegar perto desse alguém e se contaminar. Não funciona assim. A contaminação não acontece tão facilmente assim.
– Relato de exemplo de que estudo melhora a educação mediúnica: “No começo, eu estava com a mediunidade toda aflorada, descontrolada, com Espíritos em casa, na rua, etc. Comecei a estudar, a dedicar, hoje em dia tudo isso passou. Parece que nem tenho mais mediunidade. Aprendemos ou pela dor ou pelo amor. Eu entrei pela dor. Que bom pois estou aqui com vocês. Fui obrigado a perder medo, pois não tenho mais medo dos Espíritos.”
por Joel Moura
– Temos que tirar o misticismo do sobrenatural quanto aos Espíritos. Eles estão a nossa volta. São iguais a nós, pensam e sentem como nós. Só estão sem corpo. Tem dificuldades como todo ser humano tem. São fenômenos totalmente Naturais.
– Existem os Espíritos que querem fazer o mal. O que fazer? Fazer uma prece, o que seja, e olhar para dentro de mim. O que eu fiz, por qual motivo está acontecendo.
– Questão que mediunidade é seria, Kardec não tinha uma base. Ele fez a codificação, Ele que estudou os efeitos, sofreu dificuldades por não conhecer nada. Hoje temos isso. Eu discordo de lugares que tem que estudar muito tempo para começar a fazer algo. Se a pessoa tem mediunidade ela tem que compreender o que está passando, buscar reforma intima, e assuma com seriedade. Kardec sempre procurava respostas nos médiuns.
– Paulo de Tarso antes de começar qualquer coisa, ele passou anos no deserto para começar a evangelizar. Ele teve uma historia muito bonita. Ele é a prova maior que a questão não é pecado. Quando você erra e tem culpa tem que levantar e pronto. E continuar se acredita nisso. Saulo era cruel, Paulo era o bem feitor. O cristianismo usou muito Paulo por ser convincente. Utilizaram-no para ele espalhar o evangelho, e ai que ele acordou. A espiritualidade foi muito inteligente em escolher ele.
– Nós vamos nos reunir semanalmente. O grupo se reunirá com periodicidade definida, às 19:30 de todas as quintas-feiras. Utilizaremos os diversos meios possíveis, buscando a realização de encontros on-line, gravados, a fim de disponibilizar o conteúdo desses estudos através de meios como o Youtube. Transcrições ou criação de artigos sobre esses conteúdos serão bem-vindas e serão disponibilizadas no acervo do grupo. Uma vez por semana, tratando primeiramente da Revista Espirita de Allan Kardec. Para ficar claro:
No nosso site tem todas as informações de como tudo vai acontecer. Também tem a iniciativa para que outras pessoas criem seus grupos e talvez um dia se retornamos os estudos mediúnicos com os grupos confederativos como chamamos aqui . Talvez abrir outros grupos se tiver muita procura. Para nós nos basearmos, não estamos com tudo pronto, mas vamos ponderar e estruturar tudo. Para fazer um ponto inicial.
Parabéns a iniciativa.
– Estamos todos juntos aqui. De verdade. Para vocês que chegaram e quem quer que venha: as pessoas certas vão chegando. Às vezes com dificuldades, mas com coesão e confiança sempre vamos conseguir ultrapassar os problemas. O site está lindo e organizado, prático, muito bom.
Teoria das manifestações físicas – I
Revista espírita – Jornal de estudos psicológicos – 1858 > Maio > Teoria das manifestações físicas – I
É fácil conceber a influência moral dos Espíritos e as relações que possam ter com a nossa alma, ou com o Espírito em nós encarnado. Compreende-se que dois seres da mesma natureza possam comunicar-se pelo pensamento, que é um de seus atributos, sem o concurso dos órgãos da palavra. Já é, entretanto, mais difícil dar-nos conta dos efeitos materiais que eles podem produzir, tais como os ruídos, o movimento dos corpos sólidos, as aparições e sobretudo as aparições tangíveis.
Vamos tentar dar a explicação, segundo os próprios Espíritos e segundo a observação dos fatos.
A ideia que fazemos da natureza dos Espíritos torna à primeira vista incompreensíveis esses fenômenos. Diz-se que o Espírito é a ausência completa da matéria e, pois, que ele não pode agir materialmente. Ora, isto é errado. Interrogados sobre se são imateriais, assim responderam os Espíritos: “Imaterial não é bem o termo, porque o Espírito é alguma coisa; do contrário seria o nada. É material, se se quiser, mas de uma matéria de tal modo etérea que para vós é como se não existisse”. Assim, o Espírito não é uma abstração, como pensam alguns; é um ser, mas cuja natureza íntima escapa aos nossos sentidos grosseiros.
Encarnado no corpo, o Espírito constitui a alma. Quando o deixa, com a morte, não sai despojado de todo o envoltório. Dizem-nos todos que conservam a forma que tinham quando vivos; realmente, quando nos aparecem, em geral é sob a forma por que os conhecíamos.
Observemo-los atentamente, no instante em que deixam a vida: Eles se acham em estado de perturbação; ao seu redor tudo é confuso; veem o próprio corpo, inteiro ou mutilado, conforme o gênero de morte. Por outro lado, veem-se e sentemse vivos; algo lhes diz que aquele é o seu corpo, mas não compreendem como podem estar separados. O laço que os unia ainda não está, pois, rompido completamente.
Dissipado esse primeiro momento de perturbação, o corpo se torna para eles como uma roupa velha, da qual se despojaram sem pesar, mas continuam a se ver em sua forma primitiva. Ora, isto não é um sistema: é o resultado de observações feitas com inúmeros sensitivos. Poderemos agora nos reportar ao que nos contaram de certas manifestações produzidas pelo Sr. Home e por outros médiuns do mesmo gênero: aparecem mãos que têm todas as propriedades das mãos vivas, que tocamos, que nos seguram e que se desfazem repentinamente.
Que devemos concluir disso? Que a alma não deixa tudo no caixão: leva algo consigo.
Assim, haveria em nós duas espécies de matéria: uma grosseira, que constitui o envoltório exterior; a outra sutil e indestrutível. A morte é a destruição, ou melhor, a desagregação da primeira, daquela abandonada pela alma; a outra se destaca e segue a alma que, assim, continua tendo sempre um envoltório. A esse envoltório denominamos perispírito. Essa matéria sutil, por assim dizer extraída de todas as partes do corpo a que estava ligada durante a vida, conserva a forma daquele. Eis por que todos os Espíritos são vistos e por que nos aparecem tais quais eram em vida.
Mas essa matéria sutil não tem a tenacidade nem a rigidez da matéria compacta do corpo: é, se assim podemos dizer, flexível e expansiva. Eis por que a forma que toma, muito embora calcada sobre a do corpo, não é absoluta: dobra-se à vontade do Espírito, que lhe dá, conforme queira, esta ou aquela aparência, enquanto que o envoltório sólido lhe oferece uma resistência intransponível. Desembaraçando-se desse entrave que o comprimia, o perispírito distende-se ou se contrai; transforma-se e, numa palavra, presta-se a todas as metamorfoses, de acordo com a vontade que sobre ele atua.
Prova a observação ─ e insistimos sobre o vocábulo observação, porque toda a nossa teoria é consequência dos fatos estudados ─ que a matéria sutil, que constitui o segundo envoltório do Espírito, só pouco a pouco se desprende do corpo, e não instantaneamente. Assim, os laços que unem alma e corpo não se rompem de súbito pela morte. Ora, o estado de perturbação que observamos dura todo o tempo em que se opera o desprendimento. Somente quando esse desprendimento é completo o Espírito recobra a inteira liberdade de suas faculdades e a consciência clara de si mesmo.
A experiência ainda prova que a duração desse desprendimento varia conforme os indivíduos. Em alguns opera-se em três ou quatro dias, ao passo que noutros não se completa senão ao cabo de vários meses. Assim, a destruição do corpo e a decomposição pútrida não bastam para que se opere a separação. Eis a razão por que certos Espíritos dizem: Sinto que os vermes me roem.
Em algumas pessoas a separação começa antes da morte: são as que em vida se elevaram pelo pensamento e pela pureza de seus sentimentos, acima das coisas materiais. Nelas a morte encontra apenas fracos liames entre a alma e o corpo e que se rompem quase instantaneamente. Quanto mais materialmente viveu o homem; quanto mais seus pensamentos foram absorvidos nos prazeres e nas preocupações da personalidade, tanto mais tenazes são aqueles laços. Parece que a matéria sutil se identifica com a matéria compacta e que entre elas se estabelece uma coesão molecular. Eis por que só se separam lentamente e com dificuldade.
Nos primeiros instantes que se seguem à morte, quando ainda existe união entre o corpo e o perispírito, este conserva muito melhor a impressão da forma corpórea, da qual, por assim dizer, reflete todas as nuanças e mesmo todos os acidentes. Eis por que um supliciado nos dizia, alguns dias após a sua execução: Se me pudésseis ver, ver-me-íeis com a cabeça separada do tronco. Um homem que tinha sido assassinado nos dizia: Vede a ferida que me fizeram no coração. Pensava ele que poderíamos vê-lo.
Estas considerações conduzir-nos-iam ao exame da interessante questão da sensação dos Espíritos e de seus sofrimentos. Fá-lo-emos em outro artigo, a fim de que aqui nos limitemos ao estudo das manifestações físicas.
Imaginemos, pois, o Espírito revestido de seu envoltório semimaterial, ou perispírito, tendo a forma ou aparência que possuiu quando vivo. Alguns até se servem desta expressão para se designarem; dizem: minha aparência está em tal lugar. Evidentemente são estes os manes dos antigos. A matéria desse envoltório é suficientemente sutil para escapar à nossa vista em seu estado normal, mas não é completamente invisível. Para começar, vemo-lo pelos olhos da alma, nas visões produzidas durante os sonhos. Mas não é disto que nos queremos ocupar. Nessa matéria eterizada pode haver uma modificação; o próprio Espírito pode fazê-la sofrer uma espécie de condensação que a torna perceptível aos olhos do corpo. É o que ocorre nas aparições vaporosas. A sutileza dessa matéria lhe permite atravessar os corpos sólidos, razão por que tais aparições não encontram obstáculos e por que tantas vezes desaparecem através das paredes.
A condensação pode chegar ao ponto de produzir a resistência e a tangibilidade. É o caso das mãos que podemos ver e tocar. Mas essa condensação ─ e esta é a única palavra de que nos podemos servir, para dar uma ideia, embora imperfeita, de nosso pensamento ─ esta condensação, íamos dizendo, ou ainda essa solidificação da matéria etérea, é apenas temporária ou acidental, porque esse não é o seu estado normal. Eis por que, em um dado momento, as aparições tangíveis nos escapam como uma sombra. Assim, do mesmo modo que um corpo se nos apresenta em estado sólido, líquido ou gasoso, conforme o grau de condensação, assim a matéria etérea do perispírito pode aparecer-nos em estado sólido, vaporoso visível ou vaporoso invisível.
Veremos, a seguir, como se opera essa modificação.
A mão aparente, tangível, oferece uma resistência: exerce pressão, deixa impressões, opera uma tração sobre os objetos que seguramos. Nela há, pois, uma força. Ora, estes fatos, que não são hipóteses, podem levar-nos à explicação das manifestações físicas.
Notemos, antes de mais nada, que essa mão obedece a uma inteligência, pois age espontaneamente; dá sinais inequívocos de uma vontade e obedece a um pensamento: pertence, pois, a um ser completo, que só nos mostra essa parte de si mesmo, e a prova é que produz impressões com as partes invisíveis; os dentes deixam marcas na pele e produzem dor.
Entre as diversas manifestações, uma das mais interessantes é, sem dúvida, o toque espontâneo de instrumentos de música. Os pianos e acordeons são aparentemente os instrumentos prediletos. Este fenômeno é explicado muito naturalmente pelo que precede. A mão que tem a força para apanhar um objeto, também pode tê-la para fazer pressão sobre as teclas e fazê-las soar. Aliás, por diversas vezes vimos os dedos em ação, e quando a mão não é vista, veem-se as teclas em movimento e o fole a distender-se e fechar-se. As teclas só podem ser movidas por mão invisível, a qual dá mostras de inteligência, tocando árias perfeitamente ritmadas e não sons incoerentes.
Desde que essa mão pode enfiar-nos as unhas na carne, beliscar-nos, arrebatar aquilo que temos na mão; desde que a vemos apanhar e transportar um objeto, assim como nós o faríamos, também nos pode dar pancadas, erguer e derrubar uma mesa, tocar uma campainha, puxar uma cortina e até mesmo nos dar uma bofetada invisível.
Perguntarão talvez como essa mão, no estado vaporoso invisível, pode ter a mesma força que no estado tangível. E por que não? Vemos o ar derrubar edifícios, o gás lançar projéteis, a eletricidade transmitir sinais, o fluido do ímã levantar massas? Por que a matéria etérea do perispírito seria menos poderosa? Mas não a queiramos submeter às nossas experiências de laboratório e às nossas fórmulas algébricas. Principalmente pelo fato de havermos tomado os gases como termo de comparação, não lhes vamos atribuir propriedades idênticas, nem computar sua força do mesmo modo pelo qual calculamos a do vapor. Até agora ela escapa a todos os nossos instrumentos. É uma nova ordem de ideias, fora da competência das ciências exatas. Eis por que essas ciências não nos oferecem a aptidão especial para apreciá-las.
Damos esta teoria do movimento dos corpos sólidos sob a influência dos Espíritos apenas para mostrar a questão sob todos os seus aspectos e provar que, sem nos afastarmos muito das ideias recebidas, é possível dar-nos conta da ação dos Espíritos sobre a matéria inerte. Há, porém, uma outra, de alto alcance filosófico, dada pelos próprios Espíritos, e que lança sobre este problema uma luz inteiramente nova. Ela será mais bem compreendida depois que a tiverem lido. Aliás, é útil conhecer todos os sistemas, a fim de poder compará-los.
Resta agora explicar como se opera essa modificação da substância etérea do perispírito; por que processo o Espírito opera e, em consequência, o papel dos médiuns de influência física na produção desses fenômenos; aquilo que em tais circunstâncias neles se passa; a causa e a natureza de suas faculdades, etc.
É o que faremos no próximo artigo.
Desafios da metodologia de Kardec nos dias atuais
À época de Kardec era fácil obter conteúdos com grande garantia de que não haviam sido “contaminados” por outros médiuns ou grupos, isto é, quando um mesmo ensinamento vinha de diversos pontos do globo, ou mesmo da Europa, ao mesmo tempo, era possível ter grande confiança de que o médium da Provença, por exemplo, não teve contato com o médium da Toscana, obtendo deste último e não da espiritualidade o conteúdo transmitido, mesmo que inadvertidamente.
Como adotar uma metodologia necessária, em tempos em que a comunicação pode estar no mesmo segundo do outro lado do globo? Em tempos de Internet e telefonia globais, isso se torna um grande desafio, mas cremos poder minorar essa possibilidade de enviesamento através dos seguintes preceitos metodológicos, de certa forma já prescritos por Allan Kardec:
Os grupos constituídos precisam manter contato entre si, dando notícias de sua existência.
Através disso, poderão ser formados outros grupos, aos quais chamaremos Grupos Confederativos, por nos faltar termo melhor, constituídos de membros de cada um dos Grupos de Estudo, e que, obrigatoriamente, não sejam os médiuns que participam como medianeiros dos conteúdos transmitidos pela espiritualidade, nos Grupos de Estudo.
Os membros dos Grupos de Estudo poderão compartilhar com os médiuns de seus grupos apenas o conhecimento que já tenha passado pelo crivo da concordância e da razão, através da verificação pelos Grupos Confederativos.
Os conteúdos obtidos através dos médiuns de cada grupo de estudo não podem ser compartilhados com outros grupos de estudo, nem com outras pessoas fora desse grupo, senão com aquelas pertencentes aos Grupos Confederativos.
Desta forma, garante-se grande confiabilidade de que os ensinamentos provenientes de diversos grupos de estudo, através de seus médiuns participantes, não estão enviesados por conteúdos de outros grupos e médiuns. O trabalho do Grupo Confederativo, então, seria coordenar esses conteúdos, buscando analisá-los à moda de Kardec, aceitando aqueles que se mostrem concordantes e que atendam ao crivo da razão e da lógica, bem como aos ensinamentos já anteriormente positivados pelo mesmo método. Há, ainda, o problema que sempre existiu de determinado conteúdo estar enviesado por outros conteúdos previamente conhecidos, mas não necessariamente corretos, como é o caso da teoria dos sete corpos astrais. Contudo, aos grupos dotados de boa-fé e humildade, poderão facilmente verificar quais são os conteúdos que (1) vão contra aquilo que já estava positivado pela própria codificação kardequiana e que (2) poderão ser facilmente desmentidos pelo próprio estudo.
Lembramos que nossa condição não será a de pesquisadores que se ponham a fazer as mais variadas perguntas, esperando que sejam respondidas conforme nossa vontade, mas sim a de pessoas que, partindo do preceito da humildade e da disponibilidade em aprender, estarão atentas aos ensinamentos recebidos, procurando compreendê-los em sua extensão, dentro dos limites que a espiritualidade superior traçar para nós, assim como era feito à época de Allan Kardec. Assim, como Kardec, precisaremos organizar perguntas de forma construtiva, avançando ou modificando os rumos conforme forem dadas as respostas.