Magnetismo e o Sonambulismo Ensinados pela Igreja
https://www.youtube.com/watch?v=3uF6VAEmXPI
Nesse artigo, Kardec destaca que o Magnetismo era ensinado como um fato até mesmo dentro da Igreja Católica.
![](https://www.geolegadodeallankardec.com.br/wp-content/uploads/2022/04/catecismo-1024x768.jpg)
“Temos em mãos um livrinho intitulado Abrégé, en forme de catéchisme, do curso elementar de instrução cristã, para utilização no catecismo e nas escolas cristãs.
Num dos capítulos sobre o primeiro mandamento, onde são tratados os pecados contra a religião, e depois de haver falado da superstição, da magia e dos sortilégios, diz o seguinte:
P. ─ O que é o magnetismo?
R. ─ É uma influência recíproca que por vezes se opera nos indivíduos, segundo uma harmonia de relações, quer pela vontade ou pela imaginação, quer pela sensibilidade física, e cujos principais fenômenos são a sonolência, o sono, o sonambulismo e o estado convulsivo.
“P. ─ Quais os efeitos do magnetismo?
“R. ─ Ordinariamente, ao que se diz, o magnetismo produz dois efeitos principais: 1.º) Um estado de sonambulismo, no qual o magnetizado, privado inteiramente do uso dos sentidos, vê, ouve, fala e responde a todas as perguntas que lhe são dirigidas; 2.º) Uma inteligência e uma sabedoria que só existem na crise: ele conhece seu estado, os remédios convenientes às suas doenças, bem como o que fazem certas pessoas, mesmo distantes.
Comentário: Poderíamos acrescentar, a isso, a interação magnética entre os indivíduos, pela vontade. Entra, aqui, uma questão de autonomia, pois, nesse âmbito, nada se dá com o indivíduo sem a sua vontade.
“P. ─ Em sã consciência, é lícito magnetizar ou deixar-se magnetizar?
“R. ─ 1º) Se, para a operação magnética, são empregados meios, ou se por ela são obtidos efeitos que supõem a intervenção diabólica, ela será uma obra supersticiosa e jamais deve ser permitida; 2º) O mesmo se dá quando as comunicações magnéticas contrariam a modéstia; 3º) Supondo que se tenha o cuidado de afastar da prática do magnetismo todo abuso, todo perigo para a fé ou para os costumes, todo pacto com o demônio, é duvidoso que a ele seja permitido recorrer como a um remédio natural e útil.”
Apesar da contradição, é um livro destinado à educação religiosa das massas. Completa Kardec: “A qualificação do autor tem aqui grande importância. Não se trata de um homem obscuro que fala ou de um simples padre que emite sua opinião: é um vigário geral que ensina.
Mais um revés e mais um aviso aos que julgam com muita precipitação.”