Teoria das Manifestações Físicas – Primeiro Artigo

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Allan Kardec inicia a Revista do mês de Maio de 1858 trazendo à luz uma reflexão sobre as Manifestações Físicas dos Espíritos, o que, para muitos, é algo “sobrenatural” e mesmo impossível.

Isso se deve ao fato de pensarmos que o Espírito é uma abstração. Diz Kardec: Interrogados sobre se são imateriais, assim responderam os Espíritos: “Imaterial não é bem o termo, porque o Espírito é alguma coisa; do contrário seria o nada. É material, se se quiser, mas de uma matéria de tal modo etérea que para vós é como se não existisse”. 

Assim, o Espírito não é uma abstração, como pensam alguns; é um ser, mas cuja natureza íntima escapa aos nossos sentidos grosseiros.

Segundo observações, e não um sistema, o Espírito recém liberto do corpo guarda suas características físicas da encarnação imediata, envolto, quase sempre, em uma perturbação que se segue por mais ou menos tempo, dependendo de cada um. Após esse período, o corpo torna-se para eles como uma “roupa velha”, que não se quer mais.

Voltemos então aos vários relatos de aparições tangíveis, como foi citado no caso do Sr Home, na edição de abril. Kardec retoma esse fato para concluir o seguinte: que a alma não deixa tudo no caixão: leva algo consigo.

Haveria, portanto, em nós, duas espécies de matéria alem do Espírito: a matéria grosseira, que constitui o corpo, e uma matéria mais sutil, que constitui o que Kardec chamou de perispírito.

Essa matéria sutil, por assim dizer extraída de todas as partes do corpo a que estava ligada durante a vida, conserva a forma daquele. Eis por que todos os Espíritos são vistos e por que nos aparecem tais quais eram em vida

O perispírito, contudo, não é algo rígido e compacto como o corpo: é uma matéria expansível e flexível, e que não se circunscreve ao corpo, como numa casca: se expande em volta dele, à razão de centímetros ou metros, e é o que dá origem àquilo que muitos chamam de aura. Na realidade, a aura é como se fosse um campo de energias do corpo sólido e não o perispírito.

Desembaraçando-se desse entrave que o comprimia, o perispírito distende-se ou se contrai; transforma-se e, numa palavra, presta-se a todas as metamorfoses, de acordo com a vontade que sobre ele atua.

Prova a observação ─ e insistimos sobre o vocábulo observação, porque toda a nossa teoria é consequência dos fatos estudados ─ que a matéria sutil, que constitui o segundo envoltório do Espírito, só pouco a pouco se desprende do corpo, e não instantaneamente

Os laços que unem alma e corpo não se rompem de súbito pela morte. Ora, o estado de perturbação que observamos dura todo o tempo em que se opera o desprendimento. Somente quando esse desprendimento é completo o Espírito recobra a inteira liberdade de suas faculdades e a consciência clara de si mesmo.

A experiência ainda prova que a duração desse desprendimento varia conforme os indivíduos. Em alguns opera-se em três ou quatro dias, ao passo que noutros não se completa senão ao cabo de vários meses. Assim, a destruição do corpo e a decomposição pútrida não bastam para que se opere a separação. Eis a razão por que certos Espíritos dizem: Sinto que os vermes me roem.

E nós nos perguntamos: Haveria nisso uma explicação para os supostos Hospitais Espirituais? Veja o video com nossa discussão a respeito.

Em algumas pessoas a separação começa antes da morte: são as que em vida se elevaram pelo pensamento e pela pureza de seus sentimentos, acima das coisas materiais. Nelas a morte encontra apenas fracos liames entre a alma e o corpo e que se rompem quase instantaneamente. Quanto mais materialmente viveu o homem; quanto mais seus pensamentos foram absorvidos nos prazeres e nas preocupações da personalidade, tanto mais tenazes são aqueles laços. 

Parece que a matéria sutil se identifica com a matéria compacta e que entre elas se estabelece uma coesão molecular. Eis por que só se separam lentamente e com dificuldade.

A matéria do perispírito é algo sutil o suficiente para escapar às nossas vistas e atravessar objetos sólidos, mas, segundo a vontade do Espírito, pode se condensar o suficiente, embora momentaneamente, para se tornar sólida como a rocha. Temos exemplo disso no artigo do Sr. Home de abril, onde citam-se mãos que saiam do meio da mesa, mas que se tornavam tangíveis. Bozzano também cita isso em O Espiritismo e as Manifestações Supranormais.

A mão aparente, tangível, oferece uma resistência: exerce pressão, deixa impressões, opera uma tração sobre os objetos que seguramos. Nela há, pois, uma força. Ora, estes fatos, que não são hipóteses, podem levar-nos à explicação das manifestações físicas.

Kardec continua, afirmando que essas mãos (ou outras corporais), quando condensadas, tem a força suficiente, assim como nós o faríamos, também nos pode dar pancadas, erguer e derrubar uma mesa, tocar uma campainha, puxar uma cortina e até mesmo nos dar uma bofetada invisível.

Onde poderia haver a capacidade para tal matéria sutil ser capaz de tanta força material?

Mas Kardec assevera: não queiramos testar o Espírito com nossos instrumentos de laboratório, principalmente após termos tomado o vapor como base de comparação: É uma nova ordem de ideias, fora da competência das ciências exatas. Eis por que essas ciências não nos oferecem a aptidão especial para apreciá-las.

Kardec toma essas comparações apenas para poder mostrar aos demais que os fatos das manifestações físicas não são assim algo tão inconcebível, nem tão longe daquilo que nós já conhecemos (ou conhecíamos naquele tempo).

No Livro dos Espíritos, há uma explicação sobre:

257. O corpo é o instrumento da dor. Se não é a causa primária desta é, pelo menos, a causa imediata. A alma tem a percepção da dor: essa percepção é o efeito. A lembrança que da dor a alma conserva pode ser muito penosa, mas não pode ter ação física. De fato, nem o frio, nem o calor são capazes de desorganizar os tecidos da alma, que não é suscetível de congelar-se, nem de queimar-se. Não vemos todos os dias a recordação ou a apreensão de um mal físico produzirem o efeito desse mal, como se real fora? Não as vemos até causar a morte? Toda gente sabe que aqueles a quem se amputou um membro costumam sentir dor no membro que lhes falta. Certo que aí não está a sede, ou, sequer, o ponto de partida da dor. O que há, apenas, é que o cérebro guardou desta a impressão. Lícito, portanto, será admitir-se que coisa análoga ocorra nos sofrimentos do Espírito após a morte. Um estudo aprofundado do perispírito, que tão importante papel desempenha em todos os fenômenos espíritas; nas aparições vaporosas ou tangíveis; no estado em que o Espírito vem a encontrar-se por ocasião da morte; na ideia, que tão frequentemente manifesta, de que ainda está vivo; nas situações tão comoventes dos suicidas, dos supliciados, dos que se deixaram absorver pelos gozos materiais; e inúmeros outros fatos, lançaram luz sobre esta questão, dando lugar a explicações que passamos a resumir. 
O perispírito é o laço que à matéria do corpo une o Espírito; é tirado do meio ambiente, do fluido universal. Participa ao mesmo tempo da eletricidade, do fluido magnético e, até certo ponto, da matéria inerte. Poder-se-ia dizer que é a quintessência da matéria. É o princípio da vida orgânica, porém, não o da vida intelectual, que reside no Espírito. É, além disso, o agente das sensações exteriores. No corpo, os órgãos, servindo-lhe de condutos, localizam essas sensações. Destruído o corpo, elas se tornam gerais. Daí o Espírito não dizer que sofre mais da cabeça do que dos pés, ou vice-versa. Não se confundam, porém, as sensações do perispírito, que se tornou independente, com as do corpo. Estas últimas só por termo de comparação as podemos tomar e não por identidade. Libertos do corpo, os Espíritos podem sofrer, mas esse sofrimento não é corporal, embora não seja exclusivamente moral, como o remorso, pois que eles se queixam de frio e calor. Também não sofrem mais no inverno do que no verão: temo-los visto atravessar chamas, sem experimentarem qualquer dor. Nenhuma impressão lhes causa, conseguintemente, a temperatura. A dor que sentem não é, pois, uma dor física propriamente dita: é um vago sentimento íntimo, que o próprio Espírito nem sempre compreende bem, precisamente porque a dor não se acha localizada e porque não a produzem agentes exteriores; é mais uma reminiscência do que uma realidade, reminiscência, porém, igualmente penosa. Algumas vezes, entretanto, há mais do que isso, como vamos ver.
Ensina-nos a experiência que, por ocasião da morte, o perispírito se desprende mais ou menos lentamente do corpo; que, durante os primeiros minutos depois da desencarnação, o Espírito não encontra explicação para a situação em que se acha. Crê não estar morto, porque se sente vivo; vê a um lado o corpo, sabe que lhe pertence, mas não compreende que esteja separado dele. Essa situação dura enquanto haja qualquer ligação entre o corpo e o perispírito. Disse-nos, certa vez, um suicida: “Não, não estou morto.” E acrescentava: No entanto, sinto os vermes a me roerem. Ora, indubitavelmente, os vermes não lhe roíam o perispírito e ainda menos o Espírito; roíam-lhe apenas o corpo. Como, porém, não era completa a separação do corpo e do perispírito, uma espécie de repercussão moral se produzia, transmitindo ao Espírito o que estava ocorrendo no corpo. Repercussão talvez não seja o termo próprio, porque pode induzir à suposição de um efeito muito material. Era antes a visão do que se passava com o corpo, ao qual ainda o conservava ligado o perispírito, o que lhe causava a ilusão, que ele tomava por realidade. Assim, pois, não haveria no caso uma reminiscência, porquanto ele não fora, em vida, roído pelos vermes: havia o sentimento de um fato da atualidade. Isto mostra que deduções se podem tirar dos fatos, quando atentamente observados. Durante a vida, o corpo recebe impressões exteriores e as transmite ao Espírito por intermédio do perispírito, que constitui, provavelmente, o que se chama fluido nervoso. Uma vez morto, o corpo nada mais sente, por já não haver nele Espírito, nem perispírito. Este, desprendido do corpo, experimenta a sensação, porém, como já não lhe chega por um conduto limitado, ela se lhe torna geral. Ora, não sendo o perispírito, realmente, mais do que simples agente de transmissão, pois que no Espírito é que está a consciência, lógico será deduzir-se que, se pudesse existir perispírito sem Espírito, aquele nada sentiria, exatamente como um corpo que morreu. Do mesmo modo, se o Espírito não tivesse perispírito, seria inacessível a toda e qualquer sensação dolorosa. É o que se dá com os Espíritos completamente purificados. Sabemos que quanto mais eles se purificam, tanto mais etérea se torna a essência do perispírito, donde se segue que a influência material diminui à medida que o Espírito progride, isto é, à medida que o próprio perispírito se torna menos grosseiro.
Mas, dir-se-á, desde que pelo perispírito é que as sensações agradáveis, da mesma forma que as desagradáveis, se transmitem ao Espírito, sendo o Espírito puro inacessível a umas, deve sê-lo igualmente às outras. Assim é, de fato, com relação às que provêm unicamente da influência da matéria que conhecemos. O som dos nossos instrumentos, o perfume das nossas flores nenhuma impressão lhe causam. Entretanto, ele experimenta sensações íntimas, de um encanto indefinível, das quais ideia alguma podemos formar, porque, a esse respeito, somos quais cegos de nascença diante da luz. Sabemos que isso é real; mas, por que meio se produz? Esse ponto escapa ao conhecimento. Sabemos que no Espírito há percepção, sensação, audição, visão; que essas faculdades são atributos do ser todo e não, como no homem, de uma parte apenas do ser; mas, de que modo ele as tem? Ignoramo-lo. Os próprios Espíritos nada nos podem informar sobre isso, por inadequada a nossa linguagem a exprimir ideias que não possuímos, precisamente como o é, por falta de termos próprios, a dos selvagens, para traduzir ideias referentes às nossas artes, ciências e doutrinas filosóficas.
Dizendo que os Espíritos são inacessíveis às impressões da matéria que conhecemos, referimo-nos aos Espíritos muito elevados, cujo envoltório etéreo não encontra analogia neste mundo. Outro tanto não acontece com os de perispírito mais denso, os quais percebem os nossos sons e odores, não, porém, apenas por uma parte limitada de suas individualidades, conforme lhes sucedia quando vivos. Pode-se dizer que, neles, as vibrações moleculares se fazem sentir em todo o ser e lhes chegam assim ao sensorium commune, que é o próprio Espírito, embora de modo diverso e talvez, também, dando uma impressão diferente, o que modifica a percepção. Eles ouvem o som da nossa voz, entretanto nos compreendem sem o auxílio da palavra, somente pela transmissão do pensamento. Em apoio do que dizemos há o fato de que essa penetração é tanto mais fácil, quanto mais desmaterializado está o Espírito. Pelo que concerne à vista, essa, para o Espírito, independe da luz, qual a temos. A faculdade de ver é um atributo essencial da alma, para quem a obscuridade não existe. É, contudo, mais extensa, mais penetrante nas mais purificadas. A alma, ou o Espírito, tem, pois, em si mesma, a faculdade de todas as percepções. Estas, na vida corpórea, se obliteram pela grosseria dos órgãos do corpo; na vida extracorpórea, se vão desanuviando, à proporção que o envoltório semimaterial se eteriza.
Haurido do meio ambiente, esse envoltório varia de acordo com a natureza dos mundos. Ao passarem de um mundo a outro, os Espíritos mudam de envoltório, como nós mudamos de roupa, quando passamos do inverno ao verão, ou do polo ao equador. Quando vêm visitar-nos, os mais elevados se revestem do perispírito terrestre e então suas percepções se produzem como nos Espíritos comuns de nosso mundo. Todos, porém, assim os inferiores como os superiores, não ouvem, nem sentem, senão o que queiram ouvir ou sentir. Não possuindo órgãos sensitivos, eles podem, livremente, tornar ativas ou nulas suas percepções. Uma só coisa são obrigados a ouvir: os conselhos dos Espíritos bons. A vista, essa é sempre ativa; mas, eles podem fazer-se invisíveis uns aos outros. Conforme a categoria que ocupem, podem ocultar-se dos que lhes são inferiores, porém não dos que lhes são superiores. Nos primeiros instantes que se seguem à morte, a visão do Espírito é sempre turbada e confusa. Aclara-se à medida que ele se desprende, e pode alcançar a nitidez que tinha durante a vida terrena, independentemente da possibilidade de penetrar através dos corpos que nos são opacos. Quanto à sua extensão através do espaço indefinido, do futuro e do passado, depende do grau de pureza e de elevação do Espírito.
Objetarão, talvez: “Toda esta teoria nada tem de tranquilizadora. Pensávamos que, uma vez livres do nosso grosseiro envoltório, instrumento das nossas dores, não mais sofreríamos, e eis nos informais de que ainda sofreremos. De uma forma ou de outra, será sempre sofrimento.” Sim! pode dar-se que continuemos a sofrer, e muito, e por longo tempo, mas também que deixemos de sofrer, até mesmo desde o instante em que se nos acabe a vida corporal.
Os sofrimentos deste mundo independem, algumas vezes, de nós; muitos, contudo, são devidos à nossa vontade. Remonte cada um à origem deles e verá que a maior parte de tais sofrimentos são efeitos de causas que lhe teria sido possível evitar. Quantos males, quantas enfermidades não deve o homem aos seus excessos, à sua ambição, numa palavra: às suas paixões? Aquele que sempre vivesse com sobriedade, que de nada abusasse, que fosse sempre simples nos gostos e modesto nos desejos, a muitas tribulações se forraria. O mesmo se dá com o Espírito. Os sofrimentos por que passa são sempre a consequência da maneira por que viveu na Terra. Certo já não sofrerá mais de gota, nem de reumatismo; no entanto, experimentará outros sofrimentos que nada ficam a dever àqueles. Vimos que seu sofrer resulta dos laços que ainda o prendem à matéria; que quanto mais livre estiver da influência desta, ou, por outra, quanto mais desmaterializado se achar, menos sensações dolorosas experimentará. Ora, está nas suas mãos libertar-se de tal influência desde a vida atual. Ele tem o livre-arbítrio, tem, por conseguinte, a faculdade de escolha entre o fazer e o não fazer. Dome suas paixões animais; não alimente ódio, nem inveja, nem ciúme, nem orgulho; não se deixe dominar pelo egoísmo; purifique-se, nutrindo bons sentimentos; pratique o bem; não ligue às coisas deste mundo importância que não merecem; e, então, embora revestido do envoltório corporal, já estará depurado, já estará liberto do jugo da matéria e, quando deixar esse envoltório, não mais lhe sofrerá a influência. Nenhuma recordação dolorosa lhe advirá dos sofrimentos físicos que haja padecido; nenhuma impressão desagradável eles deixarão, porque apenas terão atingido o corpo e não o Espírito. Sentir-se-á feliz por se haver libertado deles, e a paz da sua consciência o isentará de qualquer sofrimento moral. Interrogamos, aos milhares, Espíritos que na Terra pertenceram a todas as classes da sociedade, ocuparam todas as posições sociais; estudamo-los em todos os períodos da vida espírita, a partir do momento em que abandonaram o corpo; acompanhamo-los passo a passo na vida de além-túmulo, para observar as mudanças que se operavam neles, nas suas ideias, nas suas sensações e, sob esse aspecto, não foram os que aqui se contaram entre os homens mais vulgares os que nos proporcionaram menos preciosos elementos de estudo. Ora, notamos sempre que os sofrimentos guardavam relação com o proceder que eles tiveram e cujas consequências experimentavam; que a outra vida é fonte de inefável ventura para os que seguiram o bom caminho. Deduz-se daí que, aos que sofrem, isso acontece porque o quiseram; que, portanto, só de si mesmos se devem queixar, quer no outro mundo, quer neste.

Há, porém, uma outra [teoria], de alto alcance filosófico, dada pelos próprios Espíritos, e que lança sobre este problema uma luz inteiramente nova. Ela será mais bem compreendida depois que a tiverem lido. Aliás, é útil conhecer todos os sistemas, a fim de poder compará-los.

Resta agora explicar como se opera essa modificação da substância etérea do perispírito; por que processo o Espírito opera e, em consequência, o papel dos médiuns de influência física na produção desses fenômenos; aquilo que em tais circunstâncias neles se passa; a causa e a natureza de suas faculdades, etc.



É o que faremos no próximo artigo.




MEHMET – ALI, Antigo Pachá do Egito (Primeira Conversa)

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Mehmet-Ali, ou Maomé Ali, 1769 a 1849, foi vice-rei do Egito de 1805 a 1848, na condição de Governador do Império Otomano em nome do sultão.

Considerado como o fundador do Egito moderno, introduziu grandes reformas no país, entre elas: a construção de canais de irrigação para melhor distribuição das águas do Rio Nilo, construção de prédios, instituição de novas leis, impostos, a modernização do exército , etc.. Ele conseguiu considerável autonomia frente ao Império Otomano e também ampliou consideravelmente suas fronteiras. Mais sobre a vida de Mehmet-Ali clique aqui.

Pachá Mehmet-Ali

O Pachá Mehmet-Ali havia morrido há cerca de 10 anos antes dessa evocação, atendo ao pedido de Kardec e seus colegas. Ele disse que viera para os instruir. Eles pediram provas que ele era realmente o Espírito desencarnado do Pachá, no que ele contestou dizendo que o Espirito se revela pela suas palavras, sempre.

Ele disse que estava perto da medium Ermance Dufaux. Ele se “acomodou” em uma cadeira vazia. Ninguém o via.

O Pachá se dizia infeliz (ele usou o termo que estava desgraçado), que estava na condição de errante, que não se lembrava nitidamente de sua existência anterior como Mehmet-Ali…

10. ─ Recordais-vos daquilo que fostes na existência anterior a esta?

─ Eu era um pobre na Terra. Invejei as grandezas terrenas e subi para sofrer.

11. ─ Se puderdes renascer na Terra, que condição escolhereis de preferência?

─ A obscura: os deveres são menores.

12. ─ Que pensais agora da posição que ocupastes ultimamente na Terra?

─ Pura vaidade! Quis conduzir os homens. Sabia eu conduzir-me a mim mesmo?

14. ─ A opinião pública aprecia aquilo que fizestes pela civilização do Egito e por isso vos coloca entre os grandes príncipes. Ficais satisfeito com isso?

─ Que me importa? A opinião dos homens é o vento do deserto que levanta o pó

15. ─ Vedes com prazer os vossos descendentes seguindo o mesmo caminho? Os seus esforços vos interessam?

─ Sim, porque eles têm por objetivo o bem comum.

16. ─ Entretanto sois acusado de atos de grande crueldade. Agora os lamentais?

─ Eu os expio.

17. ─ Vedes aqueles a quem mandastes massacrar?

─ Sim.

18. ─ Que sentimento experimentam eles a vosso respeito?

─ Ódio e piedade.

Revista Espírita abril/1858

O Espírito segue dando suas opiniões a respeito das religiões muçulmana e cristã. Na visão desse Espírito, a primeira ainda era muito materialista, ao passo que a segunda era mais elevada. Diz, inclusive, que considerava que Maomé desvirtuou sua missão, pois quis reinar.

Na opinião de Mehmet-ali, a poligamia era um dos laços que ainda retêm os povos na barbárie; diz, também, entender que a escravidão da mulher não era justificável; diz que a escravidão apenas embrutece o homem; 

Diz ele que a Doutrina Espírita era a Doutrina dos sacerdotes do antigo Egito, que eles recebiam manifestações, tinham a mesma fonte que as recebidas por Moisés, pois eles foram iniciados por eles. Ele continuou dizendo que Moisés queria revelar, enquanto os Sacerdotes Egípcios queriam apenas ocultá-las. Ainda falando sobre as religiões, acrescentou dizendo que todas as religiões-mães estão ligadas entre si por laços quase invisíveis. Elas procedem de uma mesma fonte, sendo irmãs.

Esse Espírito tinha lembranças de outras existências bastante longínquas, dizendo ter vivido no tempo dos faraós por três vezes: como sacerdote(na época de Sesóstris, segundo sua lembrança), como mendigo e como príncipe, sendo a primeira aproximadamente 1900 anos antes de Cristo. Ele dissera que progrediu lentamente.

48. ─ É porque fostes sacerdote naqueles tempos que nos pudestes falar com conhecimento de causa da antiga religião dos Egípcios?

─ Sim, mas não sou suficientemente perfeito para tudo saber. Outros leem o passado como num livro aberto.

Revista Espírita abril/1858

E, então, aparentemente o Pachá se esquiva às últimas perguntas de Kardec, uma sobre o motivo da construção das pirâmides e outra que não chega a ser mencionada.

Essa evocação expressa muito o pesar do Espirito que fez uma encarnação não muito proveitosa para sua elevação moral.




Fluido Cósmico Universal – Princípios Gerais

Allan Kardec foi, acima de tudo, um estudioso. Logo no começo capítulo do Livro dos Espíritos (Capítulo II – Dos Elementos Gerais do Universo, 2. Espírito e Matéria item 27.), aparecem termos novos como Fluido Universal, ou FLUIDO CÓSMICO UNIVERSAL. É sobre ele que pretendemos tratar aqui.

De antemão recomendamos ao leitor o estudo da obra Mesmer: a ciência negada do magnetismo animal, de Paulo Henrique de Figueiredo.

O Fluido Cósmico Universal é uma hipótese que explica muito dos manifestações e fenômenos espirituais, por isso seu entendimento é tão importante para o estudante da Doutrina Espírita. No seu último livro, A Gênese os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo , Allan Kardec concluiu toda a Doutrina Espírita. Nela tem um capítulo todo dedicado aos Fluídos, capítulo XIV. Sugiro a Edição nova da FEAL por conter uma tradução mais fiel a primeira edição de Kardec de janeiro de 1868. Vale a leitura. (Nota: As edições publicadas atualmente no Brasil são de A Gênese da 5ª edição francesa em diante, que adulterada por um antigo auxiliar envolvido com outras ideias.)

O Fluído Cósmico Universal foi descrito pela primeira vez por Frans Anton Mesmer, em 1784. Ele era um médico alemão que viveu entre 1734 e 1815. Ele desenvolveu a Teoria do Magnetismo Animal.

Em 1775, após muitas experiências, Mesmer reconhece que pode curar mediante a aplicação de suas mãos. Ele declara: “De todos os corpos da Natureza, é o próprio homem que com maior eficácia atua sobre o homem”. A doença seria apenas uma desarmonia no equilíbrio da criatura, opina ele. Mesmer, que nada cobrava pelos tratamentos, preferia cuidar de distúrbios ligados ao sistema nervoso. Além da imposição das mãos sobre os doentes, para estender o benefício a maior número de pessoas, magnetizava água, pratos, cama, etc., cujo contato submetia os enfermos.

Artigo da FEB

Sua teoria é de que todos os fenômenos da natureza tem origem em um único principio, A matéria originária de todo universo: o Fluído Cósmico Universal, por quê? Porque todos os fenômenos se explicam a partir dele.
E como ele explica?

Ele vai conceber a hipótese de que a natureza funciona por meio de estados de vibração. Cada estado do Fluído Cósmico Universal, que é por onde há a vibração, teria graus de sutileza. E a vibração de cada um desses graus resultariam em fenômenos diferentes. Ele falava de que seriam ondas eletromagnéticas só que em outras palavras… O “probleminha” é que ainda não havia estudo sobre ondas eletromagnéticas ainda, nem se sabia se existiam… Na época, século XVIII, eles acreditavam que não existia nada entre as moléculas. O Fluido seria por onde o transmissão acontece.

Nota: Magnetismo é a denominação dada aos estudos dos fenômenos relacionados com as propriedades dos imãs. Os primeiros fenômenos magnéticos foram observados na Grécia antiga, em uma cidade chamada Magnésia. Os primeiros estudos realizados nessa área foram feitos no século VI a.C. por Tales de Mileto, que observou a capacidade de algumas pedrinhas, que hoje são chamadas de magnetita, de atraírem umas às outras e também ao ferro. Já a primeira aplicação prática do magnetismo foi encontrada pelos chineses: a bússola, que se baseia na interação do campo magnético de um imã (a agulha da bússola) com o campo magnético terrestre. No século VI, os chineses já dominavam a fabricação de imãs. Os estudos sobre o magnetismo somente ganharam força a partir do século XIII, quando alguns trabalhos e observações foram feitos sobre a eletricidade e o magnetismo, que ainda eram considerados fenômenos completamente distintos. Essa teoria foi aceita até o século XIX. Os estudos experimentais na área foram feitos pelos europeus. Pierre Pelerin de Maricourt, em 1269, descreveu uma grande quantidade de experimentos sobre magnetismo. Devem-se a ele as denominações polo norte e polo sul às extremidades do imã, bem como a descoberta de que a agulha da bússola apontava exatamente para o norte geográfico da Terra. A grande revolução nos estudos do magnetismo foi feita por Oesterd, em 1820. Ele descobriu que fenômenos elétricos e magnéticos estão inter-relacionados. De acordo com essa teoria, denominada eletromagnetismo, cargas elétricas em movimento geram campo magnético, e campo magnético em movimento gera corrente elétrica. Esses estudos foram finalizados por Maxwell que estabeleceu bases teóricas sólidas sobre a relação entre o campo elétrico e o magnético, ou seja, as ondas eletromagnéticas.

Dr. Mesmer acreditava que o MAGNETISMO ANIMAL, ou seja, do princípio vital, era força natural invisível possuída por todos os seres vivos/animados (humanos, animais, vegetais, etc.). Ele acreditava que tal força poderia ter efeitos físicos, incluindo propriedades de cura. Essa teoria é conhecida como MESMERISMO.

Ele dizia que a matéria mais densa está “vibrando” as ondas materiais através do fluido.

Vamos exemplificar, para ilustrar: imaginem o vento/pressão fazem ondas da água; depois as ondas do ar, um pouco mais sutis que a da água, resultariam no fenômeno do som; ondas mais sutis geram o fenômeno da luz, que seria, para ele, a vibração da matéria num estado mais sutil ainda. É o máximo que conseguimos observar.
Então, Mesmer vai conceder uma hipótese: depois do fluido da luz, teria algo ainda mais sutil, que receberia a vibração de nossos pensamentos e de nossa vontade. E esses vibrações de pensamentos e vontade, então, se estenderiam por todo o Universo a partir de um foco que é cada um de nós. E que o sistema nervoso de outros indivíduos poderiam interpretar esse pensamento.

Observação: Hoje se sabe que a luz é um tipo de onda eletromagnética visível, formada pela propagação em conjunto de um campo elétrico e um magnético. Como é característico da radiação eletromagnética, a luz pode propagar-se através de diversos meios e sofrer alterações de velocidade ao passar de um meio de propagação para outro. A luz pode propagar-se no vácuo com velocidade de aproximadamente 300 mil km/s. As frequências de luz que são visíveis ao olho humano são chamadas de espectro visível, essas ondas têm comprimentos entre 400 nm 700 nm. Ondas eletromagnéticas que apresentam frequências menores que a da luz visível são chamadas de infravermelho, enquanto as que apresentam frequências maiores são chamadas de ultravioleta. Na época de Mesmer não havia esse entendimento, ainda… Eles acreditavam que sempre havia um fluido, como fluido magnético, fluido elétrico, fluido clórico, etc. e a teoria vigente era mecanicista, ou seja, tudo era transmitido de uma molécula a para outra.

Dr. Mesmer realizou uma serie de experimentos com aplicações de suas mãos para cura das pessoas. Ele percebeu que seus pacientes, quando despertos, influenciavam a percepção na hora da cura. Ele, então, imaginou o seguinte: se eu colocar esse paciente em estado de sono, adormecendo o corpo (seria nossa hipnose de hoje), ele começaria a perceber a sutileza da vibração do pensamento dos outros. Essa foi a forma dele explicar a lucidez sonambúlica por esse método. Ele vai conceder a existência de um 6o. Sentido, que, para ele, estaria no nosso sistema nervoso(não pensava que era algo espiritual). Ele também vai perceber estados de vibração acima da luz, seria estado de vibração do fluido cósmico universal que teria ondas de pensamento. O Fluído é o meio por onde o pensamento da vontade da cura alcançava o paciente.

Mesmer diz assim: por isso que eu, somente pensando na pergunta, o sonâmbulo, que está percebendo tudo por meio do sexto sentido, capta meu pensamento.

Citação de Paulo Henrique de Figueiredo em palestra para o Canal Espiritismo Para Todos em 01/02/2021

A hipótese de Mesmer foi que a matéria é a mesma em estados diferentes. E quem age na matéria é o movimento deste sexto sentido a partir do nosso sistema nervoso.
Mesmer falou de condições da matéria muito quintessenciada, mais sutil, onde o pensamento pode agir. Isso seria o mundo espiritual só que ele, na época, não usou o “mundo espiritual” para explicar…
Ele sabia que num determinado ponto era tão sutil a matéria que era possível o pensamento agir lá.

Quando ele fazia as curas ele estava conversando com o eu fora da matéria. “Ele conversava com o Espírito, por pensamento. Era muito avançada sua proposta.”

Kardec diria sobre Mesmer.

Lá pela década de 1850, cerca de 70 anos depois, Allan Kardec começou seus estudos. Ele não teve acesso a toda obra de Mesmer, mas os Espíritos sabiam, conheciam e dialogavam sobre o princípio de Mesmer com ele. Os Espíritos vão explicar que não é um órgão da fisiologia do corpo que percebe as vibrações do pensamento, mas sim nosso Períspirito( que é um meio do qual o Espírito pode se comunicar com o corpo). Kardec, então, desenvolveu a hipótese de que o Espírito quem ativa o fluido através do pensamento-vontade e o movimenta. Seria o princípio inteligente.

Então tem uma diferença de Mesmer que concebeu uma Hipótese e o Espiritismo que trabalha a partir da observação dos Espíritos da realidade do mundo espiritual.

Mesmer nunca pensou em períspirito. Ele não podia “inventar” alguma coisa tão longe assim. Ele imaginava que era o sistema nervoso que percebia as vibrações do pensamento. Nunca que seria um fluido perispiritual de um princípio espiritual não pertencente ao mundo material. Kardec, então, explicava os fenômenos a partir dessas hipóteses de Mesmer quanto a matéria. E os Espíritos vão explicar a Kardec que não,  “o nosso pensamento vibra realmente uma matéria, mas essa matéria não pertence ao nosso universo “. Essa matéria é espiritual.

Então, os Espíritos explicaram assim: nós temos 3 coisas no Universo: Deus, matéria e Espírito. A matéria é inerte, e estaria representada pelo Fluido Cósmico Universal, por ela ser inerte, ela não tem forma nenhuma. Para que surja uma forma, alguém tem que pensar. Então o Espirito, na sua condição mais simples, quando ele pensa( ou tem vontade), a forma que surge na matéria é da mais simples partícula.

E o que é essa unidade do Fluido Universal? Ela é como se fosse o pensamento de Deus. Mas como Deus criou em todos os tempos, tem Espíritos de toda escala evolutiva: tem os seres que vivem no reino vegetal, no Reino animal, tem os Espíritos humanos que vão desde o simples ignorante até o Espirito puro, tudo isso concomitante.  E entre nós, Espíritos em processo evolutivo, nenhum é igual ao outro. Se um indivíduo, com suas características, vai refletir aquilo que é, que é diferente do que outra forma de outro encarnado, com outras virtudes, outras habilidade, e assim por diante. Cada um completamente diferente dos outros, em virtude das escolhas e conhecimentos que fez. De tal forma que nós apresentamos a mais absoluta variedade. E tudo dentro do Fluido Cósmico Universal.

Então, o mundo espiritual é invisível, obscuro, imponderável (não conseguimos medir).
Nós não possuímos as bases do mundo invisível e espiritual… Não sabemos do é feito…

O futuro nos reserva o conhecimento de novas leis, que nos permitirão compreender o que continua sendo um mistério.
Pode ser que o Eletromagnetismo explique muito do que Mesmer teorizou e depois Allan Kardec explicou com sua hipótese?

SIM!!!

Mas pode ser que o futuro nos diga que esse mecanismo seja todo diferente disso…

Fonte: Kardec, Allan, GÊNESE – Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo, capítulo XIV – Fluídos, capítulo III, capítulo I; Kardec, Allan Livro dos Espiritos questão 223 e seguintes; Palestra proferida por Paulo Henrique de Figueiredo em 01/02/2021; Canal Espiritismo Para Todos, Estudo da Gênese por Allan Kardec; FEB – https://www.feeb.org.br/index.php/institucional/artigos/372-biografia-de-mesmer ; Figueiredo, Paulo Henrique Mesmer. A ciência negada do magnetismo animal ; https://kardecpedia.com/roteiro-de-estudos/2/o-livro-dos-espiritos/64/parte-primeira-das-causas-primarias/capitulo-ii-dos-elementos-gerais-do-universo




Confissões de Luis XI

Durante o ano de 1858, Ermance Dufaux recebeu algumas autobiografias mediúnicas. Entre elas, os autores foram os reis franceses Luís XI e Carlos VIII. Allan Kardec elogiou o trabalho da Srta. Dufaux e transcreveu trechos das “Confissões de Luís XI” na Revista Espírita. Nesse mesmo ano, Kardec divulgou três mensagens psicografadas pela jovem sensitiva.

Esta comunicação especificamente não parece ter muita relevância para nós, neste momento. São fatos históricos, utilizados para evidenciar a autenticidade do Espírito comunicante. Destacamos que Luís XI não é São Luís, o Espírito que sempre se comunicava como um dos “mentores” dos estudos de Kardec.

Além deles, ela recebeu autobiografia mediúnica de Joana D’arc, ja mencionada na edição da RE de janeiro de 1858

Para quem quer saber mais sobre a Srta. Ermance Dufaux, clique aqui

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Finalidade de Certas Evocações

Nesse artigo, Kardec demonstra a utilidade da evocação dos Espíritos de todos os gêneros, desde os Espíritos com intuito sério e construtivo até os que cometeram crimes hediondos, pois, “para conhecer os costumes de um povo, é preciso estudá-lo em todos os graus da escala”.

Sendo assim, há sempre o impasse, pois Espíritos superiores tem muito a ensinar, mas nossa distância com relação a eles é bastante grande. Os Espíritos mais “burgueses”, ou seja, Espíritos como nós, mais comuns, presos ainda às preocupações cotidianas, apresentam muitos ensinamentos importantes, por nos tornar capazes de nos vermos em suas próprias ações e seus efeitos. Todos nos mostram a aplicação prática das grandes e sublimes verdades, cuja teoria nos ensinam os Espíritos superiores.

Outra vantagem de algumas evocações é constatar a identidade dos Espíritos de modo mais preciso. Quando um Espírito se apresenta sob um grande nome do passado, só é possível crer sob palavra e julgar seu conteúdo sobre o que se conhece. Se o conteúdo atende aos critérios necessários, julgamo-lo Espírito superior, e isso basta. O nome não importa realmente.

Contudo, quando um Espírito de menor evolução se apresenta e dá detalhes que comprovem sua identidade, teremos, aí, grandes exemplos muito “palatáveis”: “é o romance dos costumes da vida espírita sem a ficção”.

Discutimos, também, sobre as nossas vivencias pessoais a respeito de evocações de familiares e amigos.

Particularmente, temos sempre que tomar muito cuidado quanto ao conteúdo do Espírito comunicante, pois ele pode não ser quem diz quem é. Algumas comunicações trazem algum consolo a nós.

A seguir, 3 evocações de 3 Espíritos diferentes: o primeiro é o Assassino Lemaire ( cerca de um mês após desencarne); A Rainha de Oude ( cerca de um mês após desencarne) e Dr. Xavier ( evocação depois de muitos meses após desencarne).




Dr. Xavier

O Dr. Xavier foi um médico de grande talento e que havia se ocupado muito do magnetismo, sobre o qual havia deixado um manuscrito que supunha que viesse revolucionar a Ciência. Antes de morrer havia lido O Livro dos Espíritos e desejado um contato com Allan Kardec, o que não pôde realizar. Meses após sua morte, ocorreu sua evocação, à pedido da família, sendo esta realizada na presença de Kardec. Ele tomou o cuidado de excluir, nesta publicação, as perguntas e respostas de caráter particular.

Observação: a comunicação contém acertos e erros, por parte do Espírito. Kardec apresenta ambos, pois quer nos levar a constatar e a refletir sobre o fato de que o Espírito não se torna sábio ao desencarnar.

nosso comentário

Depois de evocado, Dr. Xavier respondeu às indagações sobre a Doutrina Espirita, sobre o começo da vida, sobre a união do Espirito ao novo corpo, assim como a desunião do Espirito no fim da vida do corpórea.

Dr. Xavier disse que a Doutrina Espirita é uma grande obra, sendo que o seu pior inimigo são as religiões, crenças dos homens. (N. da Autora: Tão atual… Podemos observar que não mudou muita coisa desde então… )

Quando Dr. Xaier foi perguntado sobre o corpo conservar por alguns instantes a vida orgânica após a separação da alma, ele disse que o corpo sente o que lhe provocou a morte somente por alguns instantes.

Na hora da separacão, ele disse:

Perg. 21 – Como se opera a separação entre a alma e o corpo na hora da morte do corpo?

Resp. Dr. – Como um fluido que escapa de um vaso qualquer. 

Perg. 22 – Há uma linha de demarcação realmente nítida entre a vida e a morte?

Resp. Dr. – Esses dois estados se tocam e se confundem; assim, o Espírito se desprende pouco a pouco de seus laços; ele os desenlaça, não os arrebenta.

Perg. 23 – Esse desprendimento da alma opera-se mais prontamente em uns do que em outros?

Resp. Dr. – Sim: nos que em vida já se elevaram acima da matéria, porque, então, sua alma pertence mais ao mundo dos Espíritos do que ao mundo terrestre.

Perg. 23 – Em que momento se opera a união entre a alma e o corpo na criança?

Resp. Dr. – Quando a criança respira; como se recebesse a alma com o ar exterior.

RE março 1858, Dr. Xavier

Observação (Allan Kardec) – Essa opinião é consequência do dogma católico. Com efeito, ensina a Igreja que a alma não pode ser salva senão pelo batismo; ora, como a morte natural intrauterina é muito frequente, em que se tornaria essa alma, privada, segundo ela, desse único meio de salvação, se existisse no corpo antes do nascimento? Para ser coerente, seria preciso que o batismo fosse realizado, se não de fato, pelo menos de intenção, desde o momento da concepção.

Nossa observação – A teoria dada por esse Espírito sobre o instante da união entre a alma e o corpo não é absolutamente exata. A união começa desde a concepção, isto é, a partir do momento em que o Espírito, sem estar encarnado, liga-se ao corpo por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até o instante em que a criança vê a luz. A encarnação só se completa quando a criança respira.

Segue a conversa com o Espírito de Dr. Xavier sobre a vida intrauterina, sobre o aborto espontâneo e o provocado, sobre como o acontece ao Espirito nessas situações, enfim, sobre a união da alma e do corpo. Este entendimento completo e muito bem explicado está no Livro dos Espiritos, de Allan Kardec, cap VII – Da volta do Espírito a Vida Corporal, União da alma e do Corpo, da questão 344 a 360.

Além das passagens citadas do Livro dos Espíritos, sugerimos consultar o O Céu e o Inferno, Allan Kardec, Segunda Parte: Exemplos, capítulo I. O passamento, Editora Feal onde há uma extensa explicação sobre o que discutimos na LIVE.




A Rainha de Oude

A Rainha de Oude foi evocada. Ela foi uma Rainha Indiana( seu nome era Malika Kishwar) que havia visitado a Inglaterra. Na sua viagem de volta a India, acabou por adoecer e morrer em Paris, no ano de 1858. Mais detalhes aqui Rainha de Oude Daqui para frente vamos chamá-la de rainha.

A rainha se apresentou muito perturbada, sentindo dificuldade de entender o que se passava com ela. Pela sua conversa, pudemos perceber a sua soberba e orgulho. Foram feitas várias perguntas quanto a sua opinião da sua vida terrena, das condições da mulher, da vida dos indianos, sobre Maomé, Deus, Jesus, mas ela disse que era muito poderosa para se ocupar com Deus.

Ela disse que sentia saudade da vida, que esperava que seus súditos viessem lhe sevir. Ela falou mais de uma vez que era sempre rainha, mesmo em outras existencias. Ela era extremamente arrogante.

A rainha, além de perturbada, parecia bem incomodada com as perguntas, o que foi questionada. Ela disse que foi forçada a vir:

Perg. 22 ─ Por que acudistes tão prontamente ao nosso apelo?

Resp. Rainha: – Nao queria fazê-lo, mas forçaram-me. Acaso julgarás que me dignaria responder-te? Quem és tu ao meu lado?

Perg. 23 – E quem vos forçou a vir?

Resp. Rainha: – Eu mesma não sei… posto que nao deve existir ninguém maior do que eu.

A Rainha de Oude, RE março/1858

A conversa cessou assim que teve a intervenção do Espírito de Sao Luis:

Perg. 32 ─ Pedimos apenas a bondade de responder ainda a duas ou três perguntas.

Resp. São Luis – ─ Deixai-a, pobre transviada! Tende piedade de sua cegueira. Que ela vos sirva de exemplo! Não sabeis quanto sofre o seu orgulho.

Pensávamos encontrar nesse Espírito, se não a filosofia, pelo menos um mais verdadeiro sentimento da realidade e ideias mais sadias sobre as vaidades e grandezas terrenas. Longe disto, nela as ideias terrenas conservavam toda a sua força: é o orgulho, que nada perde de suas ilusões.

Esta descrição de evocação se encontra também no livro O Céu e o Inferno de Allan Kardec, Segunda parte, cap. VII – Espíritos Endurecidos.




O Assassino Lemaire

Neste artigo, Kardec relata o caso de um assassino chamado Lemaire. Ele foi invocado depois de sua execução ocorrida em 31 de dezembro de 1857 em Paris.

Lemaire era um jovem de 23 – 24 anos. Foi diversas vezes preso por roubo seguido de assassinatos mais de uma vez. Fugiu da prisão, foi retido novamente. Ele era temido pela sociedade. Aqui tem artigo em francês sobre sua vida.

Quando invocado por Kardec, através da Srta. Raquel, imediatamente se manifestou para os questionamentos. Em suas palavras, observou-se o nítido arrependimento de seus atos. Além disso, estava envergonhado.

Lemaire contou que encontrava suas vítimas que assassinou e sentia remorso. Sua dor moral era insuportável,

– Elas têm ódio e desejo de vingança?

Não. Suas preces atraem para mim a expiação. Não podeis avaliar que horrível suplício é tudo dever àquele a quem se odeia.

Na RE, Assassino Lemaire, pergunta 20.

Ainda acrescentou, através de respostas de seus invocadores, o seguinte:

 ─ Como pensas resgatar os crimes?

─ Por novas provas, mas me parece que a Eternidade está entre mim e elas.

pergunta 32

Ele estava muito perturbado, o que deve ter provocado neles vontade de poder dar algum tipo de conforto ao Espírito de Lemaire.

Esta evocação também está descrita no livro O Céu e o Inferno de Allan Kardec, Segunda Parte, cap. VI – Criminosos arrependidos.




Diferentes Formas de Manifestação

Kardec sempre abordou em O Livro dos Espíritos as Naturezas das Manifestações. Elas podem ser:

Manifestações Frívolas – que emanam de Espíritos levianos, zombeteiros, travessos, maliciosos. São pensamentos que não adicionam nada;

Manifestações Grosseiras – que emanam de Espíritos inferiores para chocar as pessoas. São bem complicadas. Justamente por isso as reuniões não são feitas abertas ao publico;

Manifestações Sérias – não necessariamente são sábias, por não ser um Espírito de maior evolução, mas são sérias pelo assunto importante ao parente, um familiar, um amigo. Trivialidade, às vezes;

Manifestações Sábias, que emanam de Espíritos superiores. São comunicações que  acrescentam algum tipo de ensinamento.

Kardec dizia que cabe a cada um de nós, com estudo, poder identificar, analisar e julgar a manifestação. Importante lembrar que, no nosso entendimento,  não devemos reprimir qualquer tipo de manifestação seja de qual natureza for, pois sempre há um propósito.

Destacamos que Kardec disse: “se é preciso experiência para julgar os homens, mais ainda para julgar os Espíritos”.

Vemos que as comunicações grosseiras são comuns, principalmente, para quem está começando o estudo mediúnico. Em reuniões, é comum o Espírito manifestante usar de xingamentos, falar coisas complicadas, pensamentos baixos, pensamentos maliciosos, sexuais, etc. Há de se ter certa maturidade do grupo, pois pode ter conteúdo bem “pesado”, tanto psicofonico quanto escrito. Muitas vezes o médium fica confuso ao pensar  que o problema é com ele, por ele ter trazido aquela manifestação grosseira. Ele está em treinamento mediúnico então “a sua casa” ainda está aberta para todo tipo de manifestação. É comum  aparecerem espíritos grosseiros. Ele está lá, mas um médium educado sabe diferenciar. O que muda teoricamente é a intenção. Isso tudo exige muita disciplina e treino.

O maior medo do grupo mediúnico é a mistificação. Muitos dos Espíritos se apresentam disfarçados, com palavras bonitas, linguagem evangelizada, etc. para atrair a confiança do médium, mas na realidade são Espíritos apresentando teorias ilógicas, sem fundamentos, prejudiciais às pessoas. O conteúdo é impressionante, aparentemente elevado e bonito. O médium fica fascinado nessa manifestação falsa e muitas vezes, por vaidade e orgulho, fica cego aos sinais. É o que mais tira o médium da seara do bem. Há de se ter discernimento para perceber que não é uma mensagem séria, muito menos sábia – e um dos maiores indícios disso é quando o Espírito se apresenta de forma pomposa ou com grandes nomes históricos. O médium ou o evocador que tenha se empenhado no estudo principalmente do Livro dos Espíritos e o Livro dos Médiuns, contudo, mais facilmente consegue fazer essa distinção.

Quando o grupo mediúnico detecta esse tipo de manifestação grosseira,  devem  se ter muita habilidade para conversar com o médium fascinado, pois há o perigo do médium deixar o grupo. Muitos médiuns se “doem” por acreditar em mensagens desse tipo, deixando-se levar. O médium tem que entender que ele é apenas intermediário, e aceitar o entendimento dos outros membros daquela grupo. Tudo é um aprendizado.

Normalmente,  na conversa após a reunião mediúnica, o médium, humildemente,  deve perguntar como foi sua comunicação, como ele pode melhorar para servir a espiritualidade, ser  melhor entendido, etc. É muito importante que a casa ou o grupo espírita, já que houve o interesse dela se formar com aquele grupo,  busque constantemente cultivar a EVANGELIZAÇÃO de cada um de seus membros, posto que o médium, quando mais buscar sua reforma íntima, menos se deixará aberto por suas imperfeições.




Primeira Reunião do Grupo de Estudos O Legado de Allan Kardec

– Agradecimentos iniciais aos participantes.

Descrição de como surgiu a iniciativa deste Projeto::

“O divisor de águas foi uma mensagem de Paulo de Tarso ( sobre a questão  Mãe: trabalha, espera, perdoa). Depois veio toda a  trajetória para Reforma Íntima intuída. Depois foi aparecendo a literatura sobre pedagogia do amor, postagem da Revista Espirita e caiu na minha frente o livro Nem Céu nem Inferno ( Paulo Henrique de Figueiredo  e Lucas Sampaio ). Depois, caiu outro livro: O legado de Allan Kardec ( Simoni Privato Goidanich). E foi surgindo a inspiração em um determinado sábado de agosto… Quando abri os olhos eu tinha montado este site TODO! Nascia O Grupo de Estudos  O legado de Allan Kardec”  https://geolegadodeallankardec.com.br/

Relato de Paulo Degering

 Resumidamente: No livro Nem Céu Nem Inferno os autores iniciam com a questão da adulteração que houve no livro O  Céu e O Inferno (Allan Kardec) e conta um pouco do que aconteceu. Eles dão provas de todo o desvio do conteúdo do livro de Kardec que teve. Nesse livro, eles citam o livro da O legado de Allan Kardec (Simoni Privato Goidanich)

Simoni Privato identificou a alteração na obra A Gênese ( Allan Kardec). Mostrou o que aconteceu no momento, muito bem fundamentado. Leiam o livro que faz parte das nossas recomendações.

A grande questão não é a adulteração.  A grande questão é o desvio que o movimento sofreu. Se tivesse sido do jeito que Kardec planejou, e continuados de forma metodológica, os espiritas estariam diferentes do que estão hoje. Deu entrada  para assuntos que não condiziam com a mediunidade. Por exemplo, na época, um senhor, em contato com um médium, recebeu mensagens de um Espírito Superior falso. Com tática, Kardec alertou que era falso. Ele não deu ouvidos, ele se fascinou. Na sequencia, Kardec desencarnou, esse médium se aproximou de Leymarie, e assim entrou na Sociedade Espírita e a sociedade caiu.

Se Leymarie tivesse  adotado a metodologia de concordância universal de Kardec, ele conseguiria verificar.

Leon Denis, Gabriel  Delanne, etc, não tomaram a frente com a energia necessária. Ficaram perdidos com o desencarne de Allan Kardec, a viúva de Kardec ficou frágil.

Depois de Kardec, alguns continuaram o movimento como Ernesto Bozzano. Ele prosseguiu em A crise da Morte. Ele buscou a mesma metodologia de Kardec. Isso foi se perdendo com o tempo, pois não tinha a mesma força.

– Temos que reiniciar o movimento, é importante estudar muito, mas temos que atualizar. Muitos falam que está ultrapassado, discordamos quanto ao fundamento: não está ultrapassado, mas desatualizado.

Pensamos que Kardec fez um grande trabalho na época dele, em apenas 11 anos, mas muita coisa merece uma atualização. Na época dele a prática mais comum era a psicografia. Hoje não é tanto. Para entender psicofonia tivemos que procurar outros meios como o autor Leon Denis para entender.

– Citamos o termo Karma O termo Karma não faz parte do Espiritismo.

– Citamos Perispírito: Tem várias camadas ou não? Como é isso? De onde vem a palavra Perispírito?  De onde veio?  O primeiro quem fez menção sobre falou foi Paulo de Tarso na Bíblia,. Ele usou o termo Corpo Espiritual que fazia a comunicação entre o corpo e Espírito. Depois, Paracelso (sec XVI) criou o nome Corpo Astral. Não se podia falar nada sobre Ocultismo naquela época por causa da Inquisição, então o termo virou Esotérico (que é ensinado a um grupo restrito e fechado).  Acontece que o termo Corpo Astral não é Esotérico, pois ele simplesmente quer dizer Corpo dos Astros, ou seja, fora da Terra. Depois,  Kardec não quis usar nenhum desses termos que remetiam ao Esoterismo ou a Bíblia e criou a palavra Perispírito, quer dizer, em volta do Espírito(Peri=em volta), mais técnico, sem misticismo. Depois André Luís veio com o termo Psicossoma, (junção de Psico=mente, Soma=corpo). Todos são a mesma coisa em outras palavras.

– As Obras de Chico Xavier trouxeram  muitos ensinamentos na obra de André Luís. Tem muita gente que fala que não pode ser aceita como Obra Espírita, pois não teve metodologia. É importante que busquemos a razão, mas a concordância pode ser atemporal. Tem muito ensinamento nessas obras. Por exemplo, as “Colônias Espirituais” que não foram mencionadas por Kardec, mas na obra de Bozzano fala disso, que as coisas pequenas podem ser moldadas. Por que uma colônia não poderia?  Quanto aos conhecimentos médicos citados nos livros ainda não se teve oportunidade de estender esse estudo. Tivemos que esperar. Outro exemplo:  a glândula que André Luís falou lá atrás, que agora com estudos comprovaram que é a Apatita o Cristal da Pineal. E mais: Ler André Luís é muito gostoso, pois ele fala do processo mediúnico, como se fosse uma chama, uma flor da glândula, o processo desencarnatório, quando ele vê a emanação do Perispirito depois do desligamento do corpo, que ele nem consegue desanexar direito com a questão que é do Espírito. Então, temos muito campo para avançar.

– Situação da Pandemia e Reuniões Espíritas. Há muitas complicações em fazer reunião mediúnicas virtualmente. Compreensão geral de que a Mediunidade está no dia-a-dia e não somente na reunião espírita. Tem gente que nem pensa que é mediunidade. E tem gente que confunde doenças com mediunidade e levam vida desregrada sofrendo influencia de maus Espíritos.

“Estamos vivendo um momento muito importante. Faz parte o aflorar da mediunidade em todo mundo. Parece que é o momento. As pessoas estão falando muito em ver coisas, sentem coisas, etc. Aumentaram muito o número de médiuns que não sabiam antes que eram médiuns. Estão olhando mais para dentro. O estudo ajuda a entender.  O estudo ajuda a se entender.  Com estudo podemos ajudar os outros a encontrarem saídas.”

por Paulo Degering

O estudo acalma. Nós nos tornamos mais conscientes do outro. Nós refletimos mais como reagimos. Sempre com vigilância.

Tem tanta gente que buscando o caminho certo pode fazer parte de um novo amanhã. A mediunidade serve para corrigir a gente e para levar luz para o mundo. Então temos um campo enorme de possibilidades.  Isso é para o futuro.

A sensitividade é a base de tudo: vem aquele sentimento, causa um incomodo e ela se  contamina energeticamente. Ou alguém chega da rua e você sente uma inquietação… Isso  está mostrando  que você não está equilibrado. Quando você sente alguém contaminado,  não justifica chegar perto desse  alguém e se contaminar. Não funciona assim. A contaminação não acontece tão facilmente assim.

– Relato de exemplo de que estudo melhora a educação mediúnica: “No começo, eu estava com a mediunidade toda aflorada, descontrolada, com Espíritos em casa, na rua, etc. Comecei a estudar, a dedicar, hoje em dia tudo isso passou. Parece que nem tenho mais mediunidade. Aprendemos ou pela dor ou pelo amor. Eu entrei pela dor. Que bom pois estou aqui com vocês. Fui obrigado a perder medo, pois não tenho mais medo dos Espíritos.”

por Joel Moura

– Temos que tirar o misticismo do sobrenatural quanto aos Espíritos. Eles estão a nossa volta. São iguais a nós, pensam e sentem como nós. Só estão sem corpo.  Tem dificuldades como todo ser humano tem. São fenômenos totalmente Naturais.

– Existem os Espíritos que querem fazer o mal. O que fazer? Fazer uma prece, o que seja, e olhar para dentro de mim. O que eu fiz, por qual motivo está acontecendo.

– Questão que mediunidade é seria, Kardec não tinha uma base. Ele fez a codificação, Ele  que estudou os efeitos, sofreu dificuldades por não conhecer nada. Hoje temos isso. Eu discordo de lugares que tem que estudar muito tempo para começar a fazer algo. Se a pessoa tem mediunidade ela tem que compreender o que está passando, buscar reforma intima, e assuma com seriedade. Kardec sempre procurava respostas nos médiuns.

– Paulo de Tarso antes de começar qualquer coisa, ele passou anos no deserto para começar a evangelizar. Ele teve uma historia muito bonita. Ele é a prova maior que a questão não é pecado. Quando você erra e tem culpa tem que levantar e pronto. E continuar se acredita nisso. Saulo era cruel, Paulo era o bem feitor. O cristianismo usou muito Paulo por ser convincente. Utilizaram-no para ele espalhar o evangelho, e ai que ele acordou. A espiritualidade foi muito inteligente em escolher ele.

– Nós vamos nos reunir semanalmente. O grupo se reunirá com periodicidade definida, às 19:30 de todas as quintas-feiras. Utilizaremos os diversos meios possíveis, buscando a realização de encontros on-line, gravados, a fim de disponibilizar o conteúdo desses estudos através de meios como o Youtube. Transcrições ou criação de artigos sobre esses conteúdos serão bem-vindas e serão disponibilizadas no acervo do grupo.  Uma vez por semana, tratando primeiramente da Revista Espirita de Allan Kardec. Para ficar claro:

No nosso site tem todas as informações de como tudo vai acontecer. Também tem a iniciativa para que outras pessoas criem seus grupos e talvez um dia se retornamos os estudos mediúnicos com os grupos confederativos como chamamos aqui . Talvez abrir outros grupos se tiver muita procura. Para nós nos basearmos, não estamos com tudo pronto, mas vamos ponderar e estruturar tudo. Para fazer um ponto inicial.

Parabéns a iniciativa.

Estamos todos juntos aqui. De verdade. Para vocês que chegaram e quem quer que venha: as pessoas certas vão chegando. Às vezes com dificuldades, mas com coesão e confiança sempre vamos conseguir ultrapassar os problemas.  O site está lindo e organizado, prático, muito bom.