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Olhe para os centros espíritas: a cada dia mais vazios. Eu mesmo poderia citar aqui, agora, ao menos uma dezena de centros espíritas que se encontram cada dia mais vazios, lutando para manterem suas portas abertas, e você com certeza conhece outros assim. Aqueles que se encontram mais cheios, na maioria, tendem ao misticismo, que agrada à curiosidade.
Cada vez que entra uma mãe que perdeu um filho, em busca de consolação, e recebe uma resposta errada, uma suposta psicografia genérica ou mesmo ouve o pensamento de que ele passou o que passou por estar resgatando dívidas passadas; cada vez que uma pessoa ouve que seus conflitos familiares devem ser suportados com resignação, pois se trata de um resgate coletivo; cada vez que uma pessoa ouve que, se não frequentar o centro, não vai melhorar; cada vez, enfim, que o MEB reforça ao público geral a erradíssima ideia de que as pessoas que morreram em um desastre foram “soldados nazistas na vida anterior, que queimavam judeus”, o MEB perde, para o descrédito, pessoas que poderiam ser reconduzidas à fé e à esperança pela razão.
Não só: o MEB também perde ao tratar da caridade pelo viés puramente material. Entrega-se uma sacola de mantimentos, muitas vezes sob uma linda faixa onde lê-se “Distribuição dos Pobres”, ou algo assim, e diz-se “adeus, até o próximo mês”. Basta que essa pessoa encontre uma distribuição de alimentos mais próxima ao seu lar, e ela prontamente deixa de “visitar” o centro espírita. O espírita perde valiosas oportunidades de acolher uma pessoa e realmente consolá-la, porque não sabe como fazê-lo, pois não conhece, de fato, o Espiritismo.
De forma alguma acuso quem quer que seja por agir assim de caso pensado. Não. Na maioria das vezes, a ação é feita na mais boa-vontade, acreditando que se faz o bem. Contudo, se dos nossos antepassados poderíamos dizer que a ausência de conhecimento se deu por incapacidade, mesmo, de acesso ao conhecimento, hoje não mais podemos nos desculpar sobre isso, pois toda a obra de Kardec está a cerca de dois cliques de nosso alcance.
Kardec, na Revista Espírita de 1864, assim se expressa (grifos meus):
Não há centro espírita onde não haja encontrado um número mais ou menos grande desses pioneiros da obra, desses arroteadores do terreno, desses lutadores infatigáveis que, sustentados por uma fé sincera e esclarecida, pela consciência de cumprir um dever, não desanimam ante nenhuma dificuldade, considerando seu devotamento como uma dívida de reconhecimento pelos benefícios morais que receberam do Espiritismo. Não é justo que os nomes daqueles, dos quais a Doutrina se honra, estejam perdidos para nossos descendentes e que um dia se possa inscrevê-los no panteão espírita?
Infelizmente, ao lado deles, às vezes, se encontram as crianças terríveis da causa, os impacientes que, não calculando a importância de suas palavras e de seus atos, podem comprometê-la; aqueles que, por um zelo irrefletido, idéias intempestivas e prematuras, fornecem, sem o querer, armas aos nossos adversários. Depois vêm aqueles que, não tomando do Espiritismo senão a superfície, sem dele serem tocados no coração, dão, por seu próprio exemplo, uma falsa opinião de seus resultados e de suas tendências morais.
Aí está, sem contradita, o maior escolho que encontram os sinceros propagadores da Doutrina, porque, freqüentemente, vêem a obra que penosamente esboçaram, desfeita por aqueles mesmos que deveriam secundá-los. É um fato constatado que o Espiritismo é mais entravado por aqueles que o compreendem mal do que por aqueles que não o compreendem de todo, e mesmo por seus inimigos declarados; e há a anotar-se que aqueles que o compreendem mal, geralmente, têm a pretensão de compreendê-lo melhor do que os outros; não é raro ver noviços pretenderem, ao cabo de alguns meses, ser superiores àqueles que tiveram para eles a experiência adquirida por estudos sérios. Essa pretensão, que trai o orgulho, é ela mesma uma prova da ignorância dos verdadeiros princípios da Doutrina.
KARDEC, Allan. O Espiritismo é uma Ciência Positiva. Revista Espírita – Jornal de Estudos Psicológicos, Paris, v. 7, n. 11, nov. 1864. Disponível em: https://kardecpedia.com.br/pt/roteiro-de-estudos/898/revista-espirita-jornal-de-estudos-psicologicos-1864/5679/novembro/o-espiritismo-e-uma-ciencia-positiva. Acesso em: 28 abr. 2023.
Na Viagem Espírita de 1862, expressa o seguinte (grifos meus):
É preciso que se saiba que o Espiritismo sério se faz patrono, com alegria e apressuramento, de toda obra realizada com critério, qualquer que seja o país de onde provém, mas que, igualmente, repudia todas as publicações excêntricas. Todos os espíritas que, de coração, vigiam para que a doutrina não seja comprometida, devem, pois, sem hesitação, denunciá-las, tanto mais porque, se algumas delas são produtos da boa-fé, outras constituem trabalho dos próprios inimigos do Espiritismo, que visam desacreditá-lo e poder motivar acusações contra ele. Eis porque, repito, é necessário que saibamos distinguir aquilo que é doutrina espírita aceita daquilo que ela repudia.
KARDEC, Allan. Viagem Espírita em 1862. Tradução de Wallace Leal V. Rodrigues. 4. ed. São Paulo: EDICEL, 2010.
Tenhamos o cuidado, porém, de não gastar tempo em embates desnecessários e em nos prendermos ao ataque a certas figuras, o que seria um erro, pois não podemos julgar seus intuitos. Devemos, sim, agir quando oportuno. Esclarecer, sempre que pudermos, sobre uma ideia errada; alertar sobre um princípio que vá contra a doutrina; mas, sobretudo, buscarmos nós mesmos o conhecimento fundamental, construído através dos anos, que nos permita fazer a nossa parte, da forma mais correta e completa possível, isto é, para que, lentamente, o erro nascido da opinião e da incompreensão ceda lugar àquilo que a Doutrina nos fornece. Se, nesse processo, encontrarmos os indivíduos ou os grupos que decididamente resistam ao conhecimento, deixemo-los à própria sorte, porque o tempo, o infalível tempo, se encarregará de esclarecê-los. Ideias erradas isoladas e definharão, quando a opinião da maioria estiver sustentada pelos fatos e pelo conhecimento.
“Não deem o que é sagrado aos cães, nem atirem suas pérolas aos porcos; caso contrário, estes as pisarão e, aqueles, voltando-se contra vocês, os despedaçarão”. O espírita ativo, ao não estudar, joga pérolas aos porcos.
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