O canal Mesa Girante e as adulterações em O Céu e o Inferno

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Recentemente o canal Mesa Girante, no Youtube, produziu um vídeo onde aborda outro vídeo, de Paulo Henrique de Figueiredo, falando sobre a obra “Nem Céu, Nem Inferno”, de cerca de 3 anos atrás. A obra trata do fato jurídico1 da adulteração de O Céu e o Inferno e do contexto da trama de traição ao redor de Kardec.

Nesse vídeo, o autor do canal Mesa Girante trata de, debochadamente, tentar invalidar a importância da obra por supostas precipitações de Paulo Henrique ao tratar do tema, no vídeo. Pergunto-me por que é que ele, o dono do canal Mesa Girante, não se dedicou primeiramente a ler essa obra, o que teria enriquecido demais o debate? Por que é que ele se concentrou apenas naquilo que lhe pareceu incongruente, pelas falas de Paulo Henrique, sem dar atenção aos demais pontos de relevância da obra? Digo isso porque eu mesmo o procurei, através dos comentários, para demonstrar que a adulteração de O Céu e o Inferno é o produto inquestionável dos dogmas roustainguistas, além do fato jurídico.

No dia seguinte, eu produzi um vídeo, sob efeito de uma irritação pela maneira como o tema foi abordado, com tom de deboche e sem nenhuma intenção de cooperação, e sim de competição, já que não foi procurar Paulo Henrique para conversar sobre as divergências de entendimentos. Esse vídeo, que eu produzi, eu resolvi apagar, pois acabei tratando com afetação um tema onde não deve haver absolutamente nada disso. Em lugar desse vídeo, gravei um novo, onde falo sobre o foco central da adulteração, como você pode ver ao final deste artigo.

Acontece, porém, que, assim que gravei, chegou ao meu conhecimento uma live com Lucas Sampaio, co-autor do livro Nem Céu, Nem Inferno, onde ele explica em detalhes todas as questões envolvidas nesse tema da adulteração. O conteúdo é muito explicativo por si só, de maneira que reproduzo abaixo o mesmo vídeo e aproveito para tecer comentários sobre seu conteúdo.

Comentários sobre a live do Lucas Sampaio

  • É fato jurídico as adulterações de A Gênese e O Céu e o Inferno, pela mera questão de terem sido lançadas edições, com alterações, após a morte do autor e sem o depósito legal. Esse fato legal está acima de qualquer cogitação e, por conta disso, federações espíritas de outros países, em respeito à lei, voltaram à terceira edição da obra.
  • Kardec estava, sim, fazendo revisões nessas obras, preparando novas edições. Isso está registrado em cartas. Contudo, menos de um mês depois da carta onde cita o trabalho de tradução para o alemão, existe uma carta de Kardec para um amigo seu, dizendo que, por problemas de saúde, ele precisou suspender todas as atividades que não fossem estritamente necessárias.
  • Os Espíritos, evocados por Kardec, dizem que ele não deveria suprimir nada nas novas edições. Foi feito justamente o contrário nas edições publicadas após sua morte, com a supressão de pontos importantes nas obras.
  • A psicografia original, onde os Espíritos diziam a Kardec para não suprimir nada nas novas edições, foi adulterada por Leymarrie em Obras Póstumas, retirando justamente esse conselho, para dar credibilidade à 5a edição de A Gênese. Isso se deu após a denúncia de Henry Sausse.
  • Os negacionistas dos fatos jurídicos e das evidências de adulteração chegam a usar depoimentos de pessoas ligadas a Leymarie para sustentar suas teses.
  • É importantíssimo ler a obra O Legado de Allan Kardec, que traz diversas evidências sobre os fatos acerca da adulteração de A Gênese.
  • Fala-se em registros contábeis da Sociedade, assinados pela esposa de Kardec, três anos após sua morte, onde estariam registrados os custos de impressão de O Céu e o Inferno a fevereiro de 1869. Faz sentido fazer contabilidade de algo passado à criação da Sociedade Anônima (empresa)? Faz sentido confiar em documentos da Sociedade Anônima, a mesma que deu o golpe post-mortem em Kardec? Como veremos a seguir, os documentos oficiais mostram que a obra não foi impressa naquela data.
  • Foi encontrada, nos registros legais da Biblioteca Nacional, a declaração de impressor n. 8.584 com pedido de autorização do tipógrafo Rouge registrado em 9/7/1869 para imprimir 2.000 exemplares da mesma quarta edição de O Céu e o Inferno, conforme a página 294 do documento F/18(II)/128, mais de três meses após a desencarnação de Allan Kardec.
  • Na Revista Espírita de junho de 1869, foi publicado, pela Sociedade Anônima, o artigo de título “À venda em 1° de junho de 1869”, tratando da edição que ficou pronta somente em 19 do mês seguinte. E o aviso ainda explica:

Quarta edição de O Céu e o Inferno ou a justiça divina segundo o Espiritismo, contendo numerosos exemplos sobre a situação dos Espíritos no mundo espiritual e na Terra; 1 vol. in-12, preço: 3 fr. 50.

Observação – A parte doutrinária desta nova edição, inteiramente revista e corrigida por Allan Kardec, passou por modificações significativas. Alguns capítulos em particular foram inteiramente reformulados e consideravelmente aumentados.

(SOCIEDADE ANÔNIMA, [RE] 1869, jul., p. 224)
  • Tudo indica que Amelie, com mais de 70 anos, em luto, foi enganada pela Sociedade Anônima, e confiou no que diziam ou apresentavam a ela. Berthe Froppo menciona que ela acreditava que a S.A. iria vender os livro de Kardec a preços populares (e fizeram o contrário). A doce Gabi, como a chamava Kardec, entregou tudo, crendo que o melhor seria feito, pois não tinha um espírito de liderança. Foi afastada de qualquer papel de decisão da S.A. Foi, em suma, ludibriada. Não se opôs às novas edições, pois sabia que seu marido trabalhava sobre elas. Escolheu entregar à S.A. toda a obra de Kardec, pois pensava, seguindo os propósitos de Kardec, que o Espiritismo deveria ser de todos, e não mais centralizado em ninguém. Era a promessa da Sociedade, finalmente não cumprida.
  • Existe uma falta de vontade (e aqui eu reitero: inclusive pelo CSI do Espiritismo e do dono do canal Mesa Girante) em fazer um estudo cuidadoso e aplicado, inclusive comparativo. Não: fica-se girando apenas na superfície das afirmações e das negações simplórias, numa sanha de negar o que vemos estar óbvio aos nossos olhos.
  • As teses de negação não respeitam o fato jurídico; não se importam com os planos de Kardec para o futuro do Espiritismo; não se importam com os vários golpes sofridos por Kardec e pelo Espiritismo; não se importam com o golpe à unidade de método e de organização, necessárias à continuidade doutrinária; não fazem análises doutrinárias sobre o conteúdo anterior e as alterações; não se importam com o fato de a Sociedade Anônima haver incendiado um grande número de manuscritos de Kardec, após sua morte; não falam do verdadeiro complô sendo formado ao redor de Kardec, por Roustaing e seus seguidores; não trazem à luz os incontáveis fatos e evidências dos interesses contrários ao bem, por pessoas ao redor de Kardec.

    Não, e nem podem, pois dar atenção ao fato dos descalabros sofridos por Kardec e pelo Espiritismo seria alimentar os argumentos da adulteração, o que não seria do interesse deles. Pelo contrário: esforçam-se por colocar dúvida injustificável sobre pessoas como Berthe Froppo, amiga íntima do casal Kardec, que fez algumas graves denúncias contra Leymarie e a sociedade anônima! Não, para eles o testemunho de Froppo não vale, mas valem as alegações do adulterador, Leymarie, e sua esposa, além dos demais envolvidos, por interesse, em seus negócios espíritas!
  • O prefácio de A Gênese e a introdução do capítulo 8º de O Céu e o Inferno (3a edição) tratam justamente do método do Espiritismo, que o protege de se transformar em um sistema pessoal, o que incomodava sobremaneira Roustaing e Pezzani, seu amigo pessoal, que tinham suas próprias concepções do que deveria ser o Espiritismo. Será acaso que tanto um como outro foram removidos nas novas edições?
  • Os trechos removidos na adulteração de A Gênese denunciam exatamente como pensam e agem os inimigos da verdadeira ideia.
  • Cada um dos 25 itens do capítulo VIII de O Céu e o Inferno tinham fundamentação no restante da obra. Na 4a edição, adulterada, muitos itens perderam essa correspondência, conforme se demonstra em O Céu e o Inferno, da editora FEAL (clique aqui para baixar gratuitamente).

Live com Lucas Sampaio sobre as Adulterações nas obras de Kardec

Vídeo do meu canal falando sobre o vídeo do canal Mesa Girante

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Indicações de Leitura (Livros)

  1. São fato jurídico as adulterações de A Gênese e O Céu e o Inferno, pela mera questão de terem sido lançadas edições, com alterações, após a morte do autor e sem o depósito legal. Esse fato legal está acima de qualquer cogitação e, por conta disso, federações espíritas de outros países, em respeito à lei, voltaram à terceira edição da obra. []

Escrito por 

Pensamentos 3 sobre “O canal Mesa Girante e as adulterações em O Céu e o Inferno

  1. Paulo,

    Seu comentário não foi excluído, apenas é necessário escolher a opção “Mais recentes” em “Ordenar por”, pois o filtro padrão do YouTube, que se chama “principais comentários”, por alguma razão que desconheço oculta sua resposta.

    Imbuída do mesmo espírito que você propõe, de que as informações sejam mostradas e que cada um faça seu julgamento, vou transcrever aqui todos os comentários ao vídeo (os meus e os seus), assim você poderá me responder, se desejar. Conto que seu blog seja um local que aceita o contraditório e não terá motivo para excluir o meu comentário:

    @lufarias2000
    há 3 dias (editado)
    A obra o ceu e o inferno nao foi adulterada, foi Kardec quem escreveu. Do ponto de vista historiográfico as evidências são:
    1. Kardec avisou em uma carta, de setembro de 1868 que iria atualizar O ceu e o inferno.
    2. Em um documento preparado por Amélie Boudet (o inventário de material da Sociedade Anônima de 1873), ela informa que a 4a edição de O céu e o inferno foi impressa em fevereiro de 1869, com Kardec em vida
    3. Após a morte de Kardec, em 1o de junho de 1869, Amélie colocou a 4a edição do livro à venda (direito seu de publicar uma obra póstuma 100% atualizada pelo marido)
    4. Na criação da Sociedade Anônima, no artigo 5o do documento registrado em cartório, Amélie informa que aporta à sociedade todas as obras de Allan Kardec, inclusive suas obras póstumas. Sim, Amélie reconhece que em julho de 1869, apenas quatro meses depois da morte de Kardec, ela ja tinha publicado edições atualizadas das obras do marido.
    5. Não existe na legislação francesa proibição de publicar obra póstuma nem de fazer declaração de impressão ou deposito legal apos a morte do autor. Se o autor escreveu o manuscrito, a obra é de autoria dele. Dizer que existe legislação que proíbe é falso! Basear uma conclusão em uma premissa falsa, também é falso.

    @espiritismodeverdade
    há 1 dia
    O fato de Kardec, então, contrariar a Doutrina e suas próprias afirmações constantes, no item 10 do cap 7 – “Código Penal da Vida Futura”, removendo conclusões doutrinárias IMPORTANTÍSSIMAS feitas na terceira edição, não conta, né, Luciana? Kardec, pra vocês, deve ter ficado meio louco, embora na Gênese volte a afirmar as conclusões anteriores a esse respeito. Colocam de lado o fato de Amelie estar afastada, totalmente em segundo plano, podendo muito facilmente ter assinado sobre algo que não tinha total conhecimento – lembramos que o Espírito de Kardec lhe advertiu seriamente, em evocação, sobre a responsabilidade que ela tinha e que deveria retomar as rédeas do seu trabalho doutrinário.

    Como eu já disse, me espanta notar o quanto algo tão claro como isso não lhes faça sentido, não desperte o questionamento, enquanto continuam nessa campanha de difamação e de tentativa de posse da verdade, deixando inúmeras evidências e argumentos importantíssimos de fora, em algo que, afinal, só produz uma coisa: a disseminação das ideias carcomidas de Roustaing.

    Palmas pra vocês.

    @lufarias2000
    há 1 dia (editado)
    Caro Paulo Degering Junior, você argumenta que Amélie estava “afastada” , e imagino que se refira ao afastamento dela da Sociedade Anônima, porque Berthe Fropo disse isso em 1882, em Muita Luz.

    Então, Amélie não estava afastada da Sociedade Anônima em 1o de junho de 1869, quando a 4a edição de o Céu e o Inferno foi lançada, simplesmente porque a Sociedade sequer havia sido criada! Percebe o equívoco da sua argumentação? Estamos falando de fatos ocorridos em momento anterior a esse afastamento!

    Sim, a Sociedade Anonima só começou a funcionar em 3 de agosto de 1869, data da segunda Assembleia de constituição.

    Amélie disse na reunião na SPEE, no início de abril, dias após a morte de Kardec, que ela iria cuidar de tudo, inclusive das novas impressões das obras do marido.

    Está na Revista Espírita de maio de 1869, o discurso de Amélie:
    “ela [Amélie] pretende tudo gerir pessoalmente, programar as reimpressões das obras, as publicações novas”

    Amélie foi explícita em falar de publicações novas!

    E no artigo 5 do documento para criação da Sociedade, registrado em cartório em julho de 1869 , está escrito que Amélie aporta também à sociedade as obras póstumas.

    Caso queira ver, o documento foi reproduzido em um dos anexos de Nem céu nem inferno e também no nosso livro A história de A gênese de Allan Kardec: da polêmica aos fatos.

    Essas são algumas das evidências sobre Amélie e a impressão de O Céu e o Inferno. São os fatos e suas referências comprobatórios para quem quiser checar.

    Quanto ao item citado por você (artigo 10 do código penal), caso o Rafael do @CanalMesaGirante não tenha analisado neste vídeo, vou pedir que ele re responda porque não há contradição.

    @espiritismodeverdade
    há 1 dia
    ​ @lufarias2000 gostaria de poder responder com mais propriedade, mas, dado que o dono do canal excluiu meu comentário, impedindo o contraditório (parece que ele realmente não conhece Kardec), não consigo nem ter certeza do que escrevi. Repito: o fato de Amelie ter assinado algo corroborando as edições póstumas não significa que ela as tenha lido por completo, nem sequer que tenha lido a obra adulterada (admitindo-se a adulteração).

    O item 10 do capítulo 7 é factualmente contrário à Doutrina Espírita, contrário às conclusões que Kardec sempre apresentou sobre as vicissitudes da vida e apenas se coaduna com o trecho apontado pelo autor do vídeo, em OSE, onde é necessário entender no contexto em que ela foi dita e, talvez, com uma maneira incompleta de Kardec se expressar naquele sentido, naquele ponto. É justamente esse item que promove a maior parte das distorções de entendimento que povoam o meio espírita, ligadas à ideia de que nascemos para pagar pecados (já que não conhecemos ninguém que não tenha enfrentado vicissitudes na vida – inclusive Jesus). Muito provavelmente a 4a edição foi o resultado de alterações que, sim, Kardec estava produzindo, com adulterações pontuais – quem sabe, apenas essa – que fazem distorcer TODA a Doutrina.

    Dado que Kardec não estava vivo para atestar que a impressão carrega 100% do que ele queria e que ele não se arrependia de nada que tivesse colocado ali, de maneira incompleta ou por descuido, a razão nos manda ficar com aquilo que é seguro, e que NÃO compreende essa ideia legítimamente roustainguista de que TUDO o que passamos na vida é o resultado de uma culpa pregressa.

    Infelizmente, vocês não fazem nem o que dizem, pois recriminam outros por falácias enquanto cometem as suas próprias, forçando conclusões sobre evidências que, no máximo, pode lhes dar a sua TEORIA – a despeito do que o entendimento da Doutrina, por completo, nos permite.

    @lufarias2000
    há 13 horas
    @espiritismodeverdade Paulo Degering Junior, você escreveu que Amélie estava afastada e provavelmente não sabia o que estava assinando (coisa que voce repete nesse novo comentário).
    E eu apresentei como contraposição que estamos falando de uma edição do livro lançada em 1o de junho de 1869, mais de um mês antes da Sociedade Anônima ter sido criada, como dizer que ela estava afastada do que não existia ainda?
    Minha reposta não sumiu, você pode ler e contestar se tiver evidência em contrário evidentemente corroborada por fonte primária devidamente citada.
    Enfim, minha resposta está aí com as citações das comprovações.

    1. Me retrato, portanto, ao colega do canal Mesa Girante, por haver tomado conclusão precipitada, ao não ver meu comentário e olhar o número de respostas. Pelo mesmo motivo, e por ter me afetado emocionalmente por um tema que me toca profundamente, removi o vídeo originalmente postado em meu canal, realizando agora nova postagem, abordando o tema como se requer, da mesma maneira como altero o texto do artigo acima eliminando esse viés causado por um comportamento que não deveria existir quando falamos de um tema tão sensível como esse.

      Aproveito para destacar que, a despeito do que diz você diz, quando eu disse “de Amelie estar afastada”, me referi à época do documento preparado por Amélie Boudet (o inventário de material da Sociedade Anônima de 1873), onde ela informa que a 4a edição de O céu e o inferno foi impressa em fevereiro de 1869, com Kardec em vida – o que está em contrário do que mostra o documento oficial, o depósito legal.

      Alterei todo o artigo, removendo tudo o que era sem utilidade, e adicionei comentários sobre o vídeo feito ontem mesmo com Lucas Sampaio, falando sobre a obra Nem Céu, Nem Inferno.

      1. Apenas aproveito o espaço da resposta para retomar o assunto, já que as ideias agora me são MUITO claras e evidentes:

        1. São fatos jurídicos as adulterações de A Gênese e O Céu e o Inferno, pela mera questão de terem sido lançadas edições, com alterações, após a morte do autor e sem o depósito legal, feito pelo autor, em vida, que pudessem comprovar a correspondência dos conteúdos. Esse fato legal está acima de qualquer cogitação e, por conta disso, federações espíritas de outros países, em respeito à lei, voltaram à terceira edição da obra, coisa que a FEB também deveria fazer, já que, nas palavras do próprio Kardec, “o verdadeiro espírita respeita a lei”. Não há argumentação possível ante esse fato.

        2. As adulterações em OCI e em AG tiveram o mesmo intuito geral: o de promover a falsa ideia de que todos os sofrimentos humanos se dão por conta de pagar por erros de vidas anteriores. É por isso que, em OCI, foram removidos parágrafos importantíssimos da obra, que dão suporte à ideia doutrinária sempre evidenciada de que a encarnação é necessária a todos, “bons e maus”, além de inseridos outros que levam a essa falsa ideia; em AG, atacou-se o texto sobre o corpo de Jesus, já que o fato de Jesus ter encarnado coloca abaixo a tese do dogma roustainguista.

        Não é preciso dizer o quanto essa ideia, inserida na adulteração de OCI, contrariou totalmente a teoria espírita original e o quanto ela é uma ideia limitante do desenvolvimento do Espírito e da maneira de encarar a vida. Ademais, criou a brecha necessária para todo tipo de absurdo que hoje vemos no meio espírita, ligados a essa falsa concepção, e que provoca descrédito e vexame à verdadeira teoria moral do Espiritismo, antes inatacável.

        Deixo o link de dois importantes artigos nesse sentido, para aclarar essa argumentação: https://www.geolegadodeallankardec.com.br/artigos/em-destaque/o-livro-a-genese-de-allan-kardec-foi-mesmo-adulterado e https://www.geolegadodeallankardec.com.br/artigos/obras-de-allan-kardec/prova-da-adulteracao-de-o-ceu-e-o-inferno

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