Existe alguma outra forma de verificar a existência da alma sem experimentos?

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A questão foi proposta em uma discussão, no Facebook, a respeito da resistência da ciência em investigar a alma, imputando o assunto ao misticismo e ao sobrenatural. Destaco, abaixo, minhas considerações sobre a possibilidade de verificar a existência da alma:

“Diga-me: o átomo é observável? Dirá que sim, e isso é fato: por meio de um instrumento, é possível observar o átomo, cuja investigação do comportamento leva os cientistas a teorizar em várias hipóteses.

Sem o microscópio, no passado, o homem, certamente, diria que isso é loucura ou sobrenatural. A questão é sempre atribuir ao sobrenatural aquilo que não compreendemos: esse é o ponto.

Será que somos assim, tão conhecedores de tudo, a ponto de podermos descartar o corpo como instrumento da alma?

Infelizmente, por uma virada materialista nos paradigmas filosóficos, após o final do século XIX, muitas verdades foram colocadas no esquecimento. Hoje, quando se fala em Psicologia, não se cita Victor Cousin ou Paul Janet; quando o assunto é física quântica, ninguém fala de Mesmer, que, taxado de louco, no passado, vislumbrou teorias em acordo com a física moderna.

O erro, sempre, é associar Ciência apenas com o que é observável, esquecendo-se de que a investigação científica avança, também, pela elaboração de teorias sobre hipóteses galgadas em observações racionais. Quer ver?

“A matéria negra é uma forma de matéria hipotética que os cientistas acreditam existir no universo devido a observações astronômicas. Ela é chamada de “negra” porque não emite, absorve ou reflete luz ou outras formas de radiação eletromagnética, tornando-se invisível para nossos telescópios.

Acredita-se que a matéria negra compõe cerca de 85% da matéria do universo, mas ainda não foi detectada diretamente. Os cientistas inferem a sua existência a partir de efeitos gravitacionais que ela causa em objetos observados, como galáxias e aglomerados de galáxias.

Apesar de muitos estudos e experimentos terem sido realizados para tentar identificar a matéria negra, sua natureza ainda é desconhecida. Várias hipóteses foram propostas, incluindo partículas exóticas ainda não detectadas, buracos negros primordiais, e teorias alternativas da gravitação. A pesquisa sobre a matéria negra continua sendo uma das áreas mais importantes e intrigantes da física e da astronomia modernas.”

Diríamos que os cientistas são loucos, ao perseguirem algo que não pode ser observável por nossos instrumentos (e que talvez nunca seja), simplesmente porque observaram certos efeitos? Partindo-se do censo comum, poderíamos dizer que a matéria negra seria algo sobrenatural?

E isso para não adentrar no escopo das teorias de universos paralelos, que são uma consequência lógica de algumas teorias da mecânica quântica.

Veja: a ciência busca respostas em algo não observável, baseada meramente em efeitos. Busca a causa de um efeito. E será mesmo que os efeitos, no escopo humano, são inobserváveis – ou será que a tendência a tratar qualquer forma de espiritualismo como misticismo ou sobrenatural é apenas um preconceito em um campo onde preconceito não deveria entrar?

Diz Paulo Henrique de Figueiredo, em ”Mesmer: a ciência negada do magnetismo animal”:

Os magnetizadores comprovaram muito cedo as relações dos sonâmbulos com seres invisíveis. Deleuze, discípulo de Mesmer, em sua correspondência mantida com o doutor G. P. Billot por mais de quatro anos, de março de 1829 até agosto de 1833, inicialmente foi relutante, mas por fim afirmou: “O magnetismo demonstra a espiritualidade da alma e a sua imortalidade; ele prova a possibilidade da comunicação das inteligências separadas da matéria com as que lhes estão ainda ligadas.” (BILLOT, 1839)”

[…]

Por sua vez, Deleuze afirmou: “Não vejo razão para negar a possibilidade da aparição de pessoas que, tendo deixado esta vida, ocupam-se daqueles que aqui amaram e a eles se venham manifestar, para lhes transmitir salutares conselhos. Acabo de ter disto um exemplo.” (Ibidem)

[…]

“Anos depois, o magnetizador Louis Alphonse Cahagnet (1809-1885), com coragem e determinação, conversou com os espíritos por meio de seus sonâmbulos em êxtase, principalmente Adèle Maginot, registrando em sua obra mais de cento e cinquenta cartas assinadas por testemunhas que reconheceram a identidade dos espíritos comunicantes. Cahagnet antecipou em mais de dez anos esse instrumento de pesquisa da ciência espírita.

Vemos, portanto, que a alma é tão observável quanto a matéria negra: pelos seus efeitos inteligentes. A diferença é que o Espírito (sinônimo de alma) age por sua própria vontade.

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