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Um grupo espírita brasileiro, com inquestionável mérito por abordar o Espiritismo prático, através das evocações e do diálogo com os Espíritos, publicou recentemente um artigo onde, tendo evocado o Espírito de Allan Kardec, este, supostamente, teria comentado sobre as dez leis moisaicas – os Dez Mandamentos. Nessa evocação, ele fala algo sobre a expiação, que chamou nossa atenção.
Não duvidamos da possibilidade da comunicação desse Espírito. Na verdade, ele deve ter muita vontade de atuar nesse trabalho essencialmente espírita, onde quer que seja chamado. Contudo, lendo os comentários atribuídos a ele, encontramos o seguinte:
Que pune a iniquidade dos pais nos filhos que me odeiam até a terceira geração.
“Isso seria a negação da soberana justiça e da suprema bondade de Deus. Em verdade, eis o que foi dito: cada um será punido pelo seu pecado. Não está aí um desmentido dessas tristes palavras? O culpado expia as faltas, das quais não se arrepende, em uma sucessão de penosas encarnações.”
Grupo Revista Espírita. “Explicações dos dez mandamentos dadas pelos Espíritos”. Disponível em https://www.revistaespirita.net/pt-br/artigo/184/explicacoes-dos-dez-mandamentos-dadas-pelos-espiritos. Acesso em 01/12/2023. Grifos nossos.
A conclusão não está correta. Peço que me acompanhem amistosamente, pois não estou aqui para atirar pedras em ninguém.
“O culpado expia as faltas, das quais não se arrepende, em uma sucessão de penosas encarnações”. Isso remete à ideia de que a expiação seja um castigo dado por Deus aos Espíritos não arrependidos:
A palavra expiar significa purificar, pagar pelos pecados. Por meio da Expiação de Jesus Cristo, podemos nos purificar para nos reconciliarmos com o nosso Pai Celestial.
Disponível em https://www.churchofjesuschrist.org/study/manual/true-to-the-faith/atonement-of-jesus-christ?lang=por
Esse não pode ser o pensamento de Kardec. Consta, da terceira edição de O Céu e o Inferno, o seguinte, depois removido na adulteração dessa obra:
“8.º) A duração do castigo está subordinada ao aperfeiçoamento do espírito culpado. Nenhuma condenação por um tempo determinado é pronunciada contra ele. O que Deus exige para pôr fim aos sofrimentos é o arrependimento, a expiação e a reparação — em resumo: um aperfeiçoamento sério, efetivo, assim como um retorno sincero ao bem.
O espírito é, assim, sempre o árbitro de seu próprio destino; ele pode prolongar seus sofrimentos por seu endurecimento no mal, aliviá-los ou abreviá-los por seus esforços para fazer o bem.
Uma condenação por um tempo determinado qualquer teria o duplo inconveniente de ou continuar a atingir o espírito que se houvesse aperfeiçoado, ou cessar quando ele ainda estivesse no mal. Deus, que é justo, pune o mal enquanto este existe; e encerra a punição quando o mal não existe mais.
Assim se acha confirmada esta expressão: Eu não quero a morte do pecador, mas que ele viva, e eu o acusarei ATÉ QUE ELE SE ARREPENDA.”
Depois, num trecho removido na 5.ª edição de A Gênese, ele assevera:
“Longe de substituir um exclusivismo por outro, o Espiritismo se apresenta como campeão absoluto da liberdade de consciência. Combate o fanatismo sob todas as formas, cortando-o pela raiz, anunciando a salvação para todos os homens de bem, assim como a possibilidade, para os mais imperfeitos, de chegar, por seus esforços, pela expiação e reparação, à perfeição única, que leva à suprema felicidade. Em lugar de desencorajar o fraco, encoraja-o, mostrando-lhe o porto que pode chegar.”
É claro que a expiação é um resultado do arrependimento do Espírito. Antes disso ele sofre apenas o remorso, mas o arrependimento sincero o coloca no caminho consciente da reparação pela expiação, fruto de suas escolhas (remorso e arrependimento são coisas diferentes). Isso é o resultado de todos os longos anos de estudos e pesquisas de Kardec, estando constantemente evidenciado na Revista Espírita.
As evidências nítidas de adulteração, sobretudo em O Céu e o Inferno, desfiguraram a doutrina e mancharam a reputação de Kardec como um tolo que se contradiz ou alguém que perdeu a capacidade de juízo. Demonstramos que o item 10 da 4.ª edição dessa obra demonstra, sem dúvidas, que houve adulteração, e essa adulteração não permite que se conheça a realidade sobre as conclusões de Kardec.
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