A questão das escolhas
A vida é feita de escolhas. Às vezes, são escolhas lúcidas, isto é, sabemos bem que algo é correto ou não; outras vezes, são escolhas “ignorantes”, isto é, não conhecemos o suficiente para supor os resultados. Destas, podemos colher erros ou acertos e, no caso de erro, não existe “pecado”, pois o erro faz parte da evolução. Desde que não se apegue a ele, “está tudo certo”. Basta seguir em frente e não repetir o erro. Não há condenação, nem houve propósito de mal.
A grande questão é quando a escolha por aquilo que é errado se dá de forma mais consciente — e aqui não considero uma plena consciência, porque, se ela existisse, não se faria a má escolha. O indivíduo, dotado de consciência e de inteligência, age em favor do apego àquilo que é errado ou que traz maus frutos. Sim, age envolto numa confusão de ideias, que nasceram em primeiro lugar do seu ímpeto de se satisfazer em algum aspecto — daí a assertividade em dizer que o egoísmo e o orgulho são as mães de todas as demais imperfeições — e, muitas vezes, nem pensa em fazer o mal, mas sim em satisfazer seus próprios desejos ou [falsas] necessidades. Esse é o ponto problemático das más escolhas, onde o próprio indivíduo se condena a um turbilhão de maus efeitos em que a causa é ele mesmo e ninguém mais, e onde se afasta do Bem, que é o caminho, para tomar um desvio que duras penas lhe custarão para retomar, pois requer o exercício do desapego.
Dito isto, muitos se perguntarão: em ambos os casos, mas especialmente no segundo, então, como errar menos? Como julgar melhor nossas próprias ações? Como evitar o erro pontual e como exercitar o desapego antes que certo hábito se torne uma terrível imperfeição?
Resumidamente, a resposta é uma pergunta retórica: por que você acha que os próprios Espíritos dos indivíduos antes encarnados — Espíritos sábios e Espíritos ignorantes; Espíritos bondosos e Espíritos maldosos; Espíritos felizes e Espíritos sofredores — dedicaram seu tempo para nos contar de suas próprias aventuranças? Por que você acha que um indivíduo de ciências, dedicado filósofo da educação e conhecedor de tantas outras ciências, tendo vislumbrado algo nessas comunicações, dedicou, à exaustão, cerca de 14 anos de sua vida, de suas finanças, de suas alegrias, e de sua saúde em estudar e disseminar esse conhecimento, que formou o que conhecemos por Espiritismo ou Doutrina Espírita? POR QUÊ?
Quando a criança vê seu irmão sofrer uma queimadura por colocar a mão em brasa quente, muito provavelmente pensará duas vezes antes de fazer o mesmo. Imagine o que pode fazer um adulto, pleno de suas capacidades cerebrais, como esse conhecimento?! É, ainda assim, quantas pessoas, passando por anos e anos de sofrimentos tolamente cultivados, ESCOLHEM manter essas obras fechadas nas estantes, esquecidas em seus locais virtuais?
A passagem de Zaqueu, que, ao ver Jesus passar por sua porta, subiu em uma árvore para tentar vê-lo, sem se deixar ver interessado pelos cidadãos da cidade, pode ser a nossa mesma: basta ter interesse. A diferença é que nós não temos a necessidade de nos esconder de ninguém para ler um livro, a não ser quando ESCOLHEMOS nossa esconder de NÓS MESMOS, por um tolo medo de, vendo-se descoberto por si mesmo, ter que realizar o movimento de correção. Bem, a essa altura, se você agir assim, eu já posso lhe perguntar: por que é que você gosta tanto da infelicidade?
A salvação é o conhecimento. A cura é realizada por você mesmo. E tudo isso está tão perto quanto a sua vontade QUEIRA. Essa é a mensagem: para fazer melhores escolhas, você precisa ENTENDER como funciona a Lei.
Ótimos novos dias para você.